Em 1227, um ano após a morte de São Francisco de Assis, seis religiosos franciscanos da região da Toscana, na Itália, Ângelo, Samuel, Dónulo, Leão, Hugolino, e Nicolau, pediram ao Irmão Elias de Cortona, então Vigário Geral da Ordem, autorização para irem pregar o Evangelho aos pagãos que viviam no Norte da África.
Os seis franciscanos partiram primeiramente para Espanha onde de foram encontrar com o Irmão Daniel, Ministro Provincial de Calábria, superior destes que os esperava para partirem para Ceuta.
Daniel e seus companheiros embarcaram em Tarragona numa nau que os levou até Ceuta onde desembarcaram na quinta-feira 30 de Setembro de 1227, sem terem tido qualquer incidente notável.
Eram portanto agora sete franciscanos, seis sacerdotes e um Irmão leigo, que em Ceuta (Marrocos), desejavam dar testemunho de Cristo perantre os Sarracenos e ali receberem — se tal fosse à vontade de Deus — a palma do martírio.
Na quinta-feira à noite foram alojar-se num bairro onde residiam os negociantes cristãos.
Na sexta-feira começaram a pregação...
Depois, tudo iria precipitar-se:
Efectivamente, no sábado, Frei Daniel lavou os pés aos seus companheiros, como Cristo na véspera da Paixão, e em seguida todos comungaram.
No domingo, dia 3, o grupo entrou na cidade muçulmana, o crucifixo na mão, e ali começaram a pregar, anunciando os erros de Mohamet e as verdades de Jesus Cristo. Imediatamente foram presos e metidos na masmorra, onde passaram uma semana, para “reflectirem e se calmarem”, pensava o califa.
Como se mostrassem intrépidos na fé e recusando apostasiar, como lhes pedia o governador, foram condenados à morte. Então, um por um, os seis se aproximaram de Frei Daniel, pedindo que os abençoasse e autorizasse a sofrerem o martírio por Jesus Cristo.
No domingo, dia 10 de Outubro, foram conduzidos à grande praça e, de joelhos, foram decapitados no local conhecido sob o nome de Praia do Sangue.
São Daniel e seus companheiros foram beatificados pelo Papa Leão X em 1516, sendo depois nomeados padroeiros da cidade de Ceuta, cidade que mais tarde viria nascer uma grande santa, Beatriz da Silva Menezes.
Afonso Rocha
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