Em 285, Magno foi um dos soldados da Legião Tebana, liderada por São Maurício, que se recusaram justiçar os cristãos na região de Vallese, atual Piemonte, por ordem de Maximiano. Descoberto pelos seus perseguidores nos Alpes, onde se dedicava à evangelização, morreu como mártir.
As informações sobre São Magno, venerado no renomado santuário nas montanhas Cuneo, na região de Castelmagno, são muito incertas. A tradição local identifica o santo como um dos soldados pertencentes à famosa Legião Tebana, liderada por São Maurício, que, tendo escapado do massacre de seus companheiros na região de Valais, hoje conhecida como São Maurício, refugiou-se nas montanhas do Piemonte. Ele continuou pregando o evangelho nessas cidades alpinas, onde, capturado por seus perseguidores, testemunhou sua fé cristã com seu sangue; seu corpo foi posteriormente enterrado onde hoje se encontra a igreja que leva seu nome. Não há fontes, documentais ou arqueológicas, que confirmem essa tradição, que é compartilhada por outros santos venerados em vários locais do arco alpino ocidental: São Chiaffredo em Crissolo, São Besso no Vale do Soana, São Tegolo em Ivrea, São Costanzo em Villar e São Dalmazzo na vila de mesmo nome. É bem sabido que a identificação de alguns santos como mártires tebanos é, na verdade, uma operação hagiográfica tardia para conferir certa historicidade, por razões cultuais e iconográficas, a figuras sobre as quais nada se sabia. No caso de São Magno, foi levantada a hipótese de uma possível identificação com o monge de mesmo nome do mosteiro bávaro de Füssen, cujo culto se acredita ter sido trazido para o sudoeste do Piemonte pelos monges beneditinos. Deve-se notar, no entanto, que essa identificação não encontra apoio na tradição popular ou na arte figurativa: a iconografia local, de fato, apresenta o santo no cânone típico de um soldado romano, com armadura, estandarte e palma, como pode ser visto na estátua carregada em procissão durante a festa anual do santuário em 19 de agosto. São Magno é invocado para proteger o campo e os animais, outrora a única fonte de subsistência dos habitantes dos vales alpinos. O local onde o santuário foi construído em homenagem ao suposto mártir tebano já era palco de um culto pagão, provavelmente dedicado ao deus da guerra Marte, como sugere a descoberta de um pequeno altar a ele dedicado, ainda visível, embutido na parede posterior da antiga capela. A igreja atual é uma construção arrojada, construída entre 1704 e 1716, nas formas arejadas do estilo barroco piemontês. No entanto, vestígios das fases anteriores da construção ainda são preservados em seu interior, incluindo, em particular, dois ciclos de afrescos: um do século XV na Capela Allemandi e outro de 1514, obra de Giovanni Botonieri de Cherasco, na antiga capela, representando episódios da Paixão de Cristo e de vários outros mártires tebanos.
Autor: Damiano Pomi
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