Evangelho segundo São Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração.
No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há de condená-los, porque veio dos confins da Terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, III, 20, 1
O sinal de Jonas
Deus deu provas de paciência perante a fraqueza do homem, porque conhecia antecipadamente a vitória que lhe daria pelo seu Verbo; de facto, quando o poder se revelou na fraqueza (2Cor 12,9), o Verbo deu a conhecer a bondade de Deus e o seu poder magnífico.
Com efeito, aconteceu ao homem o mesmo que ao profeta Jonas. Deus não permitiu que este fosse engolido por um monstro marinho para o fazer desaparecer e perecer por completo, mas para que, depois de ter sido rejeitado pelo monstro, ele se mostrasse mais submisso a Deus e glorificasse mais Aquele que o tinha salvado de forma inesperada; e também para conduzir os ninivitas a um firme arrependimento e à conversão Àquele que os livraria da morte, impressionados que ficaram com o sinal que se tinha realizado em Jonas. Da mesma maneira, no princípio, Deus não permitiu que o homem fosse engolido pelo grande monstro, autor da desobediência, para o fazer desaparecer e perecer por completo, mas porque tinha antecipadamente preparado a salvação realizada pelo seu Verbo, por meio do «sinal de Jonas». Salvação que foi preparada para aqueles que tiverem por Deus os mesmos sentimentos que Jonas e que, como ele, confessarem: «Adoro o Senhor, Deus do Céu, que fez os mares e a Terra» (Jon 1,9).
Deus quis que o homem, dele recebendo inesperadamente a salvação, ressuscitasse de entre os mortos e glorificasse a Deus, dizendo com Jonas: «Na minha aflição, invoquei o Senhor e Ele ouviu-me. Clamei a Vós do meio da morada dos mortos e ouvistes a minha voz» (Jon 2, 3). Deus quis que o homem continuasse fielmente a glorificá-lo, e a dar-Lhe graças sem cessar pela salvação que dele recebeu.
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