sábado, 13 de junho de 2020

EVANGELHO DO DIA 13 DE JUNHO

Evangelho segundo São Mateus 5,13-19. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da Terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: antes que passem o céu e a Terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho(354-430)
Bispo de Hipona(norte de África), 
doutor da Igreja 
«O espírito e a letra»,§§27-33 
O cumprimento da Lei 
A graça permaneceu velada no Antigo Testamento, mas foi revelada no Evangelho de Cristo quando chegaram os tempos previstos por Deus para a revelação da sua bondade. Comparando estas duas épocas, notamos uma diferença profunda. No sopé do Sinai, o povo, tomado de pavor, não ousava aproximar-se do local onde Deus dava a sua lei (Ex 19); pelo contrário, no cenáculo, o Espírito Santo desceu sobre aqueles que estavam reunidos aguardando a realização da promessa (At 2). Ali, o dedo de Deus trabalhou em tábuas de pedra (Ex 31,18); aqui, no coração dos homens (Lc 11,20). «A realização perfeita da lei é o amor» (cf Mt 5,17). Esse amor de caridade não estava escrito nas tábuas de pedra, mas «derramou-se nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom 5,5). Portanto, a lei de Deus é a caridade (Rom 13,10). O desejo da carne não se submete à lei de Deus; nem sequer é capaz disso (cf Rom 8,17). Foi para reprimir o desejo da carne que as obras de caridade foram escritas nas tábuas de pedra; era a lei das obras, a letra que mata aqueles que praticam o mal. Mas, quando a caridade se espalhou no coração dos crentes, apareceu a lei da fé e o Espírito que dá a vida aos que amam. Vede como a diferença entre essas duas leis se conjuga perfeitamente com as palavras do apóstolo Paulo: «É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são os vossos corações» (2Cor 3,6.5). E tudo isso é admiravelmente confirmado pelo profeta Jeremias: «Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor. Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais. Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração» (Jer 31,31s).

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