segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Os sacramentos pascais”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Vida Nova.
 
No início da Quaresma refletimos sobre o termo sacramento da Quaresma. Nossa ação e a ação de Deus em nós se fazem uma só e nos trazem a santificação. Celebrando a Páscoa podemos entender o mesmo. A celebração dos ritos pascais, a presença da comunidade em torno de Cristo, tornam-se para nós um momento de transformação. Fizemos a passagem (Páscoa) com Ele. Os sacramentos que celebramos atuam em nós de modo a nos unir a Cristo e nos revestir dEle. Revestir tem o sentido de transformação. Ele nos uniu a si na Paixão e nos une igualmente na Ressurreição. Mortos com Ele por nossa disposição e nossas atitudes, somos ressuscitados com Ele por sua entrega por nós e por sua atitude de ir até à morte para nossa redenção. Redenção significa ser tirado de um visgo de pecado para a vida nova, “participando da natureza divina” como nos diz Pedro. Vivemos assim uma vida nova. 
História do Batismo. 
A história da Igreja, sobretudo da liturgia, traz sempre ensinamentos que nos ajudam. Quando eram feitos os batismos no início da Igreja, os cristãos eram instruídos, mas não lhes era contado nada sobre o rito do sacramento da iniciação cristã. A iniciação cristã consistia no batismo, crisma e eucaristia, um único sacramento administrado dentro de um único ritual em três passos. Os catecúmenos (os que seriam batizados) recebiam, durante a Quaresma, a introdução à fé. Na Vigília Pascal recebiam os sacramentos. Não sabiam como eram. Aprendiam pela experiência do rito. Depois recebiam a formação e a explicação. É a mistagogia, isso é, a introdução ao mistério. São Cirilo de Jerusalém tem belas catequeses a respeito. Primeiro se faz a experiência, depois a explicação. O próprio ritual era a maior explicação. Neste tempo pascal vou explicar estes sacramentos. 
Batismo, fonte da vida. 
Batismo é fonte de vida porque é participação da morte e vida de Jesus. São Cirilo explica: “Vocês foram levados à santa fonte do divino batismo, como Cristo, descido da cruz, foi posto diante do sepulcro”. O rito do batismo repete em nós o que aconteceu na morte de Jesus. No batismo são feitas três perguntas sobre a fé: crês no Pai, no Filho e no Espírito Santo? Aí somos lavados com a água. O padre derrama três vezes. Antigamente eram mergulhados n´água. Simboliza Cristo sepultado na morte por 3 dias. Saindo da água, temos a luz. No mesmo momento morremos e nascemos. “A mesma água foi sepulcro e mãe”. “Na realidade não houve nem morte nem ressurreição, mas em sinais, tudo se tornou presente e daí nos veio a liberdade da salvação. Cristo foi realmente crucificado, sepultado e ressuscitou verdadeiramente”. Nós recebemos tudo isso por meio da graça. Como que representando seus sofrimentos, lucramos em toda a verdade da salvação. Pela comunhão com suas dores, recebemos gratuitamente a salvação. A água não somente dá a remissão dos pecados e a graça de sermos filhos de Deus, mas dá também o Espírito Santo que é vida. Nós não vemos, mas como aconteceu com Jesus acontece conosco. Pelo batismo somos introduzidos na Igreja, fazemos parte do povo de Deus e, sobretudo, participamos da natureza divina.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO 
EM ABRIL DE 2003

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