sexta-feira, 7 de julho de 2017

MIL ANOS PARA DEUS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO
REDENTORISTA
Frei Urbano, ao rezar com os monges o Oficio Divino, impressionou-se com este versículo: 
“Mil anos diante de Vós o’ Deus, são como o dia de ontem que já passou ou como a vigília da noite”. 
Terminado o Oficio, saiu para o jardim do mosteiro parafusando este pensamento: 
-Como é possível que mil anos sejam como um dia para Deus? 
Perdido na meditação desta passagem do Salmo, pôs-se a ouvir o canto de um passarinho que saltava de galho em galho. Enlevado pela música foi seguindo a avezinha que se afastava sempre mais.De repente caiu em si e procurou voltar para o mosteiro. Mas encontrou a porta fechada. A porta, aliás, era outra. Outros eram os arvoredos que cercavam o mosteiro. Mais surpreso ficou quando, ao tocar a sineta, veio atendê-lo um monge que não conhecia. Precisou identificar-se, pois seu nome não constava na lista dos atuais moradores. Ele retrucava: 
- Eu morei sempre aqui. Ainda há poucos instantes eu estava cantando as Matinas...Sou o Irmão Urbano.
O porteiro teve a idéia de consultar as crônicas antigas do mosteiro, e encontrou esta passagem: 
“Nosso Irmão Urbano saiu hoje para o jardim do mosteiro e não voltou mais. Desapareceu sem deixar vestígio...”
Esta foi a resposta do bom Deus. Fizera escorrer dois séculos no curto espaço de tempo em que o jovem monge ficou ouvindo o cantar do passarinho. Assim vai ser a nossa eternidade. 
Palavra de Deus: Mil anos são aos vossos olhos, como o dia de ontem que se foi, ou uma vigília da noite (Sl 89,4).
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