PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR Vice-Postulador da Causa Venerável Padre Pelágio CSsR |
Pepito perdeu os pais muito cedo e foi morar com os tios. Eram bons mas nunca seriam capazes de substituir papai e mamãe. Às vezes ele chorava em silêncio por sentir-se tão sozinho. Uma coisa, porem, ele aprendera desde pequenino: o amor ao trabalho e à honestidade.
Este fato aconteceu no tempo das estradas de chão e dos transportes em burros de carga. Pepito, já com seus doze a catorze anos, ajudava os tios em tudo. Certo dia, enquanto catava gravetos e galhos maiores para acender o fogo da lareira, passa pela estrada um senhor ricamente vestido, cavalgando belo corcel:
-“Que bom ter ao menos as migalhas que caem da mesa daquele homem”, pensou Pepito.
Feita a coleta dos gravetos, amarrou tudo, colocou nos ombros e tomou o rumo da casa. Não andou cem metros quando viu no chão, reluzente e tentadora, uma moeda. Devia valer muito dinheiro. Se ficasse com ela, quanta coisa bonita poderia comprar. Mas a voz da consciência atalhou:
-Procure o dono. Deve ser daquele homem que passou apressado, cavalgando seu cavalo.
Colocando-a no bolso, apressou também o passo para ver se o alcançava. Parou diante de um castelo. Deve ser aqui. Bateu palmas e esperou. Um empregado apareceu na janela:
- O que você deseja, menino? Não precisamos de lenha.
- Não é isso, não. Encontrei uma coisa brilhante ali na estrada. Penso que é do homem que mora aqui.
- Nesse caso pode entrar. Vamos falar com o patrão.
Pepito entrou e foi apresentado ao dono do castelo. Um tanto trêmulo, pois nunca se viu cercado de tanta gente que curiosamente o escutava, contou o seu achado. O dono do castelo se admirou e lhe deu os parabéns:
- Muito bem. Bem mostra que teve bons pais. Onde moram eles?
- Não os tenho mais. Moro com meus tios e os ajudo nos trabalhos da roça.
- Gostaria de morar com a gente?
- Que bom que seria! Mas não posso esquecer meus tios.
- Sim, poderá visitá-los ou trazê-los aqui para a gente se conhecer.
E assim aconteceu. Radiante e feliz, passou a viver no castelo, cercado de as regalias.
Até parece conto de fadas. Mas não é. Que os tempos mudaram, isso é verdade. Aliás, nós é que mudamos. Hoje em dia, quando a riqueza entra por uma porta, a honestidade sai pela outra. Vamos imitar o exemplo do Pepito, para que o mundo seja melhor.
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