Evangelho segundo S. João 12,44-50.
Naquele
tempo, Jesus disse em alta voz: «Quem acredita em Mim não é em Mim que acredita,
mas n’Aquele que Me enviou; e quem Me vê, vê Aquele que Me enviou. Eu
vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas
trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou Eu que
o julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para o salvar. Quem Me
rejeita e não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que
anunciei o julgará no último dia. Porque Eu não falei por Mim próprio: o
Pai, que Me enviou, é que determinou o que havia de dizer e anunciar. E Eu
sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, as palavras que Eu digo,
digo-as como o Pai Mas disse a Mim».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica - § 238, 240-242
«Quem Me vê, vê Aquele que Me enviou»
A invocação de Deus como Pai é conhecida em
muitas religiões. A divindade é muitas vezes considerada pai dos deuses e dos
homens. Em Israel, porém, Deus é chamado Pai enquanto Criador do mundo. Mais
ainda, Deus é Pai em razão da Aliança e do dom da Lei a Israel, que é o seu
«filho primogénito» (Ex 4,22). E é também chamado Pai do Rei de Israel. Ele é
muito especialmente o Pai dos pobres, do órfão e da viúva que estão sob a sua
protecção amorosa.
Jesus revelou que Deus é Pai num sentido inaudito:
não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho
único, que só é eternamente Filho em relação a seu Pai: «Ninguém conhece o Filho
senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o
quiser revelar» (Mt 11,27).
É por isso que os apóstolos confessam Jesus
como «o Verbo» que «no início estava junto de Deus» e que «é Deus» (Jo 1,1),
como «a imagem do Deus invisível» (Col 1,15), como «o resplendor da sua glória e
a expressão do seu ser» (Heb 1,3).
Na esteira deles, seguindo a Tradição
apostólica, a Igreja, no ano de 325, no primeiro concílio ecuménico de Niceia,
confessou que o Filho é «consubstancial» ao Pai, isto é, que é um só Deus com
Ele. O segundo concílio ecuménico, reunido em Constantinopla em 381, conservou
esta expressão na sua formulação do Credo de Niceia e confessou «o Filho Único
de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, luz de luz, Deus verdadeiro
de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai».
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