domingo, 6 de março de 2016

nº 1524 Homilia do 4º Domingo da Quaresma (06.03.16)

                                                   
PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
         
“Jesus veio para os fracos”

Coração de Pai
       A parábola do filho perdido e do pai misericordioso ensina o que acontece na experiência de vida cristã. A parábola não é uma história. É o método que Ele usa para fazer um ensinamento que toca a todos. O Senhor é acusado pelos fariseus e pelos os mestres da religião que  acusavam Jesus de acolher publicanos e pecadores e comer com eles. Isso significa fazer-se igual. Na parábola lemos que o filho tinha tudo em casa, decidiu partir e viver na boa vida. Caiu na miséria total. Para matar a fome empregou-se como guarda de porcos (pior profissão). A situação era grave, pois nem a comida dos porcos podia comer. Nesta situação caiu em si e viu o que fizera e o que perdera. Queria voltar só para ter comida. Não se achava mais digno de ser digno de miséria e por outro o pai que não o deserdara de seu coração. Temos o processo de volta e a festa que o pai fez. Jesus contou essa parábola para dizer que seu relacionamento com os pecadores era o mesmo que esse pai tinha com seu filho perdido. Suas atitudes de acolhimento e convivência com os pecadores são o exemplo para todos. Do contrário teremos a atitude do irmão mais velho que recusa a atitude do pai acolhedor. Recusou a fraternidade dizendo: “Este teu filho”. O pai retruca: “Este teu irmão”. A redenção que celebramos na Páscoa é a proclamação da misericórdia do Pai que acolhe a todos e que, em seu Filho, mostra seu coração amoroso. Na Igreja predomina muito a rejeição dos pecadores, excluindo-os da vida da comunidade e dos bens que a Igreja tem para a salvação. Jesus veio salvar o que estava perdido (Mt 18,11). Os sãos não precisam de médico (Lc 5,31). Esses não se convertem. A parábola é um caminho a ser seguido.
Páscoa do dia a dia
       Celebramos a festa da Páscoa. A celebração não se reduz a ritos. Os frutos da Páscoa perduram para todo o ano. Os judeus entraram na terra prometida e celebraram a Páscoa. O maná parou de cair do céu e comeram os frutos da terra (Js 511-12). É uma alerta a levamos a Páscoa ao dia a dia. Chega de viver de milagres. A leitura de 2ª Coríntios lembra que somos novas criaturas e que o mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo a partir da reconciliação que Cristo realizou e nos confiou (2Cor 5,17-18-19). O fruto da Páscoa penetra todos os espaços do mundo. Paulo insiste: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (id 20). Com o Salmo podemos rezar: “Todas as vezes que busquei o Senhor, Ele me ouviu, e me livrou de todos os temores (Sl 33). Se estamos na situação do filho pródigo, é momento de um exame, acreditar na bondade do Pai e retornar a casa. Se somos como o irmão mais velho que recusa, é preciso conversão. Jesus mostra o coração do Pai que acolhe os pecadores.
Caminhar para as festa
       A oração da missa convida-nos a correr ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé. Não podemos passar descuidados, mas aprofundar o conhecimento de Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa (Oração do 1º Domingo). Conhecer Jesus é ter seus sentimentos e sua mentalidade e caminhar como Ele caminhou (1Jo 2,6). Ele acolhe os pecadores porque tem o mesmo coração do Pai, não do filho mais velho. Ele vai ao encontro dos pecadores e sofredores. Assim deve ser a pastoral: Uma Igreja voltada para quem precisa. Cuidamos dos que já são santos, levando a que assumam a mesma atitude de Jesus. Do contrário, não entendemos as riquezas que temos por estar sempre na casa do Pai. Seremos como o irmão mais velho.
Leituras:Josué 5,9ª.1-12; Salmo 33;2ª Coríntios 5,17-21;Lucas 15,1-3.11-32.
Ficha nº 1524 - Homilia do 4º Domingo da Quaresma (06.03.16)
 
1.    Jesus conta a parábola do pai misericordioso para mostrar que sua atitude de receber os pecadores é o modo de ser do Pai. Assim também deve ser a Igreja.

2.   A Páscoa não é só um rito, mas penetra em nossa vida no dia a dia. Nada de viver de milagre que vem do Céu. Somos novas criaturas. Reconciliados, anunciamos a reconciliação.

3.   Somos convidados a correr ao encontro das festas que se aproximam. É tempo de conhecer Jesus para ter seus sentimentos e sua mentalidade. Assim a pastoral se faz em vista dos frágeis e pecadores. Os santos devem entrar nessa mentalidade.

Porta sem chave
      
       Jesus não conta uma parábola que não seja de sua experiência. Contando a parábola do pai misericordioso, que costumamos chamar de “filho pródigo”, ensina que já no Antigo Testamento Deus libertara o povo do Egito e o introduzira na terra prometida. A terra prometida para Jesus é o coração do Pai.
       Com sua morte Jesus está sempre convidando a nos reconciliarmos com Deus, pois Ele já fez por nós o caminho de volta para Deus. O Pai do Céu acolhe Jesus e Nele a todos nós.
       Jesus quis mostrar com a parábola do Pai amoroso que a atitude dos fariseus era contrária ao modo de Deus agir: O pai perde o filho para o mundo, mas mantém a porta de sua casa e mais ainda, do coração, sempre aberta ao filho que volta. Diferentemente é o irmão mais velho que não o considera mais irmão e não o quer em casa. O pai quer os dois, mas está feliz porque o perdido foi encontrado e o morto voltou a viver. Assim é o Pai do Céu que quer todos, mesmo os que se perderam. E mais ainda estes. Não podemos ser o irmão que recusa o irmão.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/


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