Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.
Naquele
tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão.Enquanto diziam isto, Jesus
apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus:
«Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos
corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede:
um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto,
mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não
queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?». Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer
diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi,
quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu
respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o
entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está
escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro
dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos
pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas
de todas estas coisas».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em
Inglaterra
Sermões sobre os temas do dia
«A paz esteja convosco»
O coração de cada cristão deve representar a
Igreja Católica, dado que o próprio Espírito faz de toda a Igreja, e de cada um
dos seus membros, Templo de Deus (1Cor 3,16). Assim como opera a unidade na
Igreja que, entregue a si própria, se dividiria em numerosas parcelas, assim
também o Espírito torna una a alma, apesar dos seus diversos gostos e das suas
faculdades, das suas tendências contraditórias. Assim como dá a paz à
multiplicidade das nações, que estão, por natureza, em discórdia umas com as
outras, assim também submete a alma a uma gestão ordenada, estabelecendo a razão
e a consciência como soberanas sobre os aspectos inferiores da nossa natureza.
[…] E tenhamos a certeza de que estas duas operações do nosso divino Consolador
dependem uma da outra. Enquanto os cristãos não procurarem a unidade e a paz
interiores no seu próprio coração, nunca a Igreja viverá em paz e unidade no
seio deste mundo que a rodeia. E, de forma bastante semelhante, enquanto a
Igreja se encontrar, por todo o mundo, no lamentável estado de desordem que
constatamos, não haverá nenhum país específico – parte simples desta Igreja –
que não se encontre necessariamente num estado de grande confusão religiosa.
É algo em que faremos bem em meditar na hora presente, porque nos
equilibrará as esperanças e nos dissipará as ilusões; não podemos esperar ter
paz em nós se estivermos em guerra fora de nós.
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