Celebramos no dia 1º de novembro, todos os Santos que
estão na glória de Deus. No dia 2 de novembro temos a celebração de todos os
mortos. Rezamos por aqueles que, mortos, ainda estão na purificação de seus
pecados. Dizemos que rezamos pelas almas do Purgatório. São João diz que há um
pecado que não conduz à morte da alma (1Jo 5,16).
Por isso devemos rezar por eles. A
Igreja, em todas as celebrações, reza por todos os mortos. Ninguém fica sem a
oração da Igreja. Rezamos: “Lembrai-vos de nossos irmãos e irmãs que morreram na
esperança da Ressurreição e de todos os que partiram desta vida: Acolhei-os
junto a vós na luz de vossa face” (Prece
Eucarística II). O que é feito para um, vale para todos. Temos
consciência de nossa união com os mortos, pois a morte faz parte da vida. Nós
somos uma unidade. Estamos unidos a Cristo pelo Batismo e com Ele formamos um
Corpo. Tudo que acontece em Cristo nos atinge. Por isso temos consciência de
que participamos de sua Vida e sua Morte. Cristo viveu nossa fragilidade. Por isso
Ele morreu. Nós estamos unidos a Ele em sua morte: “Fomos, pois, sepultados com
Ele pelo batismo na morte” (Jo 11,25-26). Chegamos
ao extremo da fragilidade humana, para podermos abrir espaço para a vida em
Cristo, ressuscitados. Não há vagando, esperando um corpo. Isso não é cristão. Jesus
ressuscita Lázaro para mostrar que tem poder sobre a morte e dá a vida.
Unidos a Cristo em sua Ressurreição
A ressurreição da vida se dá pela fé: “Quem crê em
mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25-26).
Cristo ressuscitou e é a Ressurreição: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25). Participamos de sua Vida e por isso
de sua Ressurreição. Estamos unidos a Ele em sua passagem da morte para a Vida.
“Tendo sido sepultados com Ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados
pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 2,12). Rezar pelos mortos é crer que eles
vivem, pois pelos animais e plantas mortos não rezamos e não construímos
túmulos. Eles não deixam memórias. Quem nega a vida após a morte e lembra dos
mortos, os crê vivos. “Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele”
(Rm 6,8). Seremos semelhantes a Ele,
também pela sua Ressurreição” (Rm 6,5).
Celebrar os mortos é crer que estão vivos e estão conosco.
Celebrando a vida dos mortos
Os santos vivem junto de Deus, ressuscitados com
Cristo. Os mortos ressuscitam com Cristo e passam, não sabemos como, por um
caminho de purificação. Manter esta lembrança não é só uma questão de afeto
familiar ou de amizade. É um privilégio, pois mantemos a unidade do Corpo de
Cristo que, pelo amor, une todos. Celebrar os mortos é estar recebendo deles o
afeto que tem por nós. Eles só podem nos amar, pois é esta a única ação que os
mortos podem exercer sobre nós. Estamos muito mais unidos a eles do que em
vida, pois eles não possuem, agora, a separação que a carne provoca. Somos
seres delimitados pela natureza. Como não possuem mais a carne, como a temos
agora, estão em completa união conosco e com Deus. Por isso nos amam e rezam
por nós. O que podemos fazer pelos mortos é rezar. As doutrinas que falam de
almas que nos perseguem, que vão e vêm, são de meios para assustar
personalidades frágeis. Mas o Senhor é meu Pastor.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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