quinta-feira, 24 de março de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu sou a Ressurreição e a vida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Unidos a Cristo na sua morte
Celebramos no dia 1º de novembro, todos os Santos que estão na glória de Deus. No dia 2 de novembro temos a celebração de todos os mortos. Rezamos por aqueles que, mortos, ainda estão na purificação de seus pecados. Dizemos que rezamos pelas almas do Purgatório. São João diz que há um pecado que não conduz à morte da alma (1Jo 5,16). Por isso devemos rezar por eles.  A Igreja, em todas as celebrações, reza por todos os mortos. Ninguém fica sem a oração da Igreja. Rezamos: “Lembrai-vos de nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da Ressurreição e de todos os que partiram desta vida: Acolhei-os junto a vós na luz de vossa face” (Prece Eucarística II). O que é feito para um, vale para todos. Temos consciência de nossa união com os mortos, pois a morte faz parte da vida. Nós somos uma unidade. Estamos unidos a Cristo pelo Batismo e com Ele formamos um Corpo. Tudo que acontece em Cristo nos atinge. Por isso temos consciência de que participamos de sua Vida e sua Morte. Cristo viveu nossa fragilidade. Por isso Ele morreu. Nós estamos unidos a Ele em sua morte: “Fomos, pois, sepultados com Ele pelo batismo na morte” (Jo 11,25-26). Chegamos ao extremo da fragilidade humana, para podermos abrir espaço para a vida em Cristo, ressuscitados. Não há vagando, esperando um corpo. Isso não é cristão. Jesus ressuscita Lázaro para mostrar que tem poder sobre a morte e dá a vida.
Unidos a Cristo em sua Ressurreição
A ressurreição da vida se dá pela fé: “Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25-26). Cristo ressuscitou e é a Ressurreição: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25). Participamos de sua Vida e por isso de sua Ressurreição. Estamos unidos a Ele em sua passagem da morte para a Vida. “Tendo sido sepultados com Ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 2,12). Rezar pelos mortos é crer que eles vivem, pois pelos animais e plantas mortos não rezamos e não construímos túmulos. Eles não deixam memórias. Quem nega a vida após a morte e lembra dos mortos, os crê vivos. “Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8). Seremos semelhantes a Ele, também pela sua Ressurreição” (Rm 6,5). Celebrar os mortos é crer que estão vivos e estão conosco.
Celebrando a vida dos mortos
Os santos vivem junto de Deus, ressuscitados com Cristo. Os mortos ressuscitam com Cristo e passam, não sabemos como, por um caminho de purificação. Manter esta lembrança não é só uma questão de afeto familiar ou de amizade. É um privilégio, pois mantemos a unidade do Corpo de Cristo que, pelo amor, une todos. Celebrar os mortos é estar recebendo deles o afeto que tem por nós. Eles só podem nos amar, pois é esta a única ação que os mortos podem exercer sobre nós. Estamos muito mais unidos a eles do que em vida, pois eles não possuem, agora, a separação que a carne provoca. Somos seres delimitados pela natureza. Como não possuem mais a carne, como a temos agora, estão em completa união conosco e com Deus. Por isso nos amam e rezam por nós. O que podemos fazer pelos mortos é rezar. As doutrinas que falam de almas que nos perseguem, que vão e vêm, são de meios para assustar personalidades frágeis. Mas o Senhor é meu Pastor.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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