A Paixão do Senhor, que não pode tomar-se isoladamente como um facto
encerrado em si mesmo, visto ser apenas um dos momentos constitutivos da
Páscoa, só pode compreender-se à luz da Palavra divina. Por isso, a
Liturgia começa por nos introduzir, por meio de Isaías, de S. Paulo e de
S. João, no mistério do sofrimento e Morte de Jesus.
Na posse do
significado salvífico da Paixão, a assembleia cristã sente necessidade
de se unir a esse acto sacerdotal de expiação e intercessão. Assim, a
Liturgia da Palavra encerrar-se-á com uma solene oração, que abrange a
humanidade inteira, pela qual Cristo morreu – uma oração verdadeiramente
missionária.
A Cruz, “sinal do amor universal de Deus” (NA,4), símbolo do nosso resgate, domina a segunda parte da Celebração.
Levada
processionalmente até ao altar, a cruz é apresentada à veneração de
toda a humanidade pecadora, representada pela assembleia cristã. Nela,
nós adoramos Jesus Cristo, Aquele que foi suspenso da Cruz, Aquele que
foi, que é a “salvação do mundo”. É a ele também que exprimimos o nosso
reconhecimento, quando beijamos o instrumento da nossa reconciliação.
Depois
da contemplação do mistério da Cruz e da adoração de Cristo
crucificado, a Liturgia vai-nos introduzir no mais íntimo do Mistério
Pascal, vai-nos pôr em contacto com o próprio “Cordeiro Pascal”.
Não
se celebra hoja a Eucaristia. No entanto, na Comunhão do “Pão que dá a
Vida”, consagrado em Quinta-feira Santa, somos “baptizados” no Sangue de
Jesus, somos mergulhados na Sua morte.
cf. Missal Popular Dominical
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