segunda-feira, 10 de agosto de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “A Verdade com sabor de belo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1606. A verdade é bela 
Papa Francisco discorre sobre um aspecto raro da catequese. Ensinar a Verdade é mostrar uma maneira bela de se viver, pois a Verdade é bela. O ensinamento deve levar também a perceber seu aspecto de beleza. É o caminho da Beleza. Assim afirma: “Anunciar o Cristo significa mostrar que crer Nele e segui-lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações” (EG 167). Cristo era belo, na medida da beleza de Deus. Para quem ama, toda pessoa é bela. A beleza é um meio de evangelização e catequese: “As expressões da verdadeira beleza podem ser reconhecidas como uma senda que ajuda a se encontrar com o Senhor Jesus”. Não se trata da beleza que exclui a partir de modelos estéticos. A verdade, a bondade e a beleza podem chegar ao coração do homem e fazer resplandecer nele a verdade e a bondade do Ressuscitado. “Como S. Agostinho afirma que não amamos senão o que é belo, o Filho feito homem, revelação da beleza infinita, é sumamente amável e atrai-nos para Si com laços de amor” (167). Como uma dimensão necessária, o caminho da beleza deve estar presente na transmissão da fé. O Papa estimula o uso da arte na evangelização. Podemos citar o passado: em muitas igrejas muito antigas, todas as paredes, inclusive das colunas, estavam cheias de pinturas. O autor Delemeau afirma que as mães ensinavam a catequese aos filhos apontando com os dedos. Assim o povo de Deus foi evangelizado. As demais artes, como a música e a escultura foram instrumentos de catequese pelo belo. Há novos meios e criatividades para levar avante esse método de evangelização e catequese, diz o Papa, mesmo saindo dos meios convencionais que possam não ser atrativos para nós, mas a eles sim que os usam. 
1607. Acompanhar o crescimento 
O alegre anúncio deve corresponder a uma alegria de vida que, mesmo nos momentos sombrios e no meio de tantos erros e problemas, ver o lado positivo a ser promovido. Para essa missão, é preciso a personalização. O Papa, continuando sua prática pastoral, aconselha a estar junto e “ter um olhar solidário para contemplar e comover-se e parar diante do outro... e tornar presente a fragrância da presença solidária de Jesus e o seu olhar pessoal” (EG 169). Vejamos a beleza desse ensinamento: “A Igreja deve iniciar seus membros sacerdotes, religiosos e leigos nesta arte do acompanhamento para que todos aprendam sempre tirar as sandálias diante da terra sagrada do outro” (Ex 3,5). Acompanhar para libertar. Escutar mais e ouvir respeitosa e compassivamente, dando o tempo ao tempo. Cada fruta tem seu tempo de amadurecer (Cfr EG 170). 
1608. Bela é a palavra 
É da Palavra de Deus que se retira a força e a beleza do anúncio. Não usamos as Sagradas Escrituras para provar o que dizemos. É vivendo a Palavra que ela se torna vigor e caminho. Ela está no meio do povo de Deus e é conservada no Livro Santo. Por isso, tudo o que se faz e se ensina deve ter a Palavra como fonte. Diz o Papa: “Toda evangelização está fundada sobre a Palavra ouvida, meditada, vivida, celebrada e testemunhada” (174). A Igreja não evangeliza se não é evangelizada. Na evangelização e na catequese ocupe sempre o primeiro lugar como fonte de ensinamento, a Palavra. É preciso um estudo sério, permanente e amplo para toda a comunidade paroquial e diocesana. Como já vimos, é necessária a formação para que tenhamos bons evangelizadores e catequistas.

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