Evangelho segundo S. João 12,24-26.
Naquele
tempo, disse Jesus aos discípulos:«Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de
trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e
onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o
honrará.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja
Sermão 206 (atrib.)
«Foi o fogo do teu amor, Senhor, que permitiu ao diácono São Lourenço
permanecer fiel» (Colecta)
O exemplo de São Lourenço encoraja-nos a dar
a vida, ilumina a fé, atrai a devoção. Não são as chamas da fogueira, mas as
chamas de uma fé viva que nos consomem. O nosso corpo não foi queimado pela
causa de Jesus Cristo, mas a nossa alma é transportada pelos ardores do seu amor
[…], o nosso coração arde de amor por Jesus. Pois não foi o próprio Salvador que
disse, acerca deste fogo sagrado: «Vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu
senão que ele já se tenha ateado» (Lc 12,49)? Cléofas e o companheiro
experimentaram os seus efeitos quando diziam: «Não estava o nosso coração a
arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as
Escrituras?» (Lc 24,32)
Foi também graças a este incêndio interior
que São Lourenço permaneceu insensível às chamas do martírio: ardendo em desejos
de estar com Jesus, ele não sentia a tortura. Quanto mais crescia nele o ardor
da fé, menos sofria. […] A força do braseiro divino que tinha acendido no
coração acalmava as chamas do braseiro ateado pelo carrasco.
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