quinta-feira, 27 de agosto de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Jesus dá a vida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
O coração de Deus
            O primeiro contato que temos com Deus , nós o encontramos dando vida. Nada além do normal, pois Deus sempre cuida de sua criatura amada. Jesus, vindo da parte do Pai, traz Seu coração amoroso. E como vive sob a potência do Espírito, transmite a cada um a certeza de que quer a vida e a quer abundante (Jo 10,10). Tem como missão destruir o mal que é obstáculo ao Reino de Deus e suas obras. Jesus anula-o ao ensinar os ignorantes, perdoar os pecadores, aliviar a fome, curar as doenças e ter a vitória sobre a morte. A morte é a última inimiga de Deusa ser vencida (1Cor 15,26). Vamos à cena: Ao chegar a Naim, encontra,à porta da cidade, um enterro que leva um defunto, filho único de uma viúva.  Diversos são filhos únicos. Jesus também é o filho único. Deve perceber mais profundamente o drama. Situação da viúva era dramática, não só pela perda, mas porque significa para ela a desgraça total dentro da sociedade. Ela não herdava. “Jesus sentiu compaixão por ela e disse: ‘Não chores’”. O verbo usado para sentir compaixão explica o termo - entranhas de misericórdia. É ter a ternura como o seio materno tem pelo fruto de seu ventre. O verbo usado indica o amor de Deus movido no profundo de seu coração terno. O coração de Deus entende o coração materno sofrido. Deus é pai dos órfãos e juiz das viúvas. As viúvas são consideradas no novo testamento, estado sagrado do Senhor para dar-lhes vida. Está a dizer: ‘não temais, porque Deus está convosco’.  Jesus toca o caixão. Esse gesto era proibido pela lei, pois torna impuro, não podendo nem participar das celebrações, pelo tempo determinado. A morte é a pior contaminação, a vida é a maior pureza.  “Jesus aproximou-se, tocou o caixão e disse: ‘Rapaz, eu te digo, levanta-te’”. O rapaz levantou-se e Jesus o entregou à sua mãe. A Palavra de Jesus é de criação e de vida. É a ressurreição. O jovem participa da ressurreição de Jesus.  É um milagre que vai além de um defunto, mas entra no mistério da morte e ressurreição de Jesus das quais todos nós participamos. O profeta Jesus continua a missão de seu Pai.
Formando nossos corações
A narrativa desse milagre não quer somente contar um fato maravilhoso. Esse jovem experimentou em si a força da ressurreição e é figura da futura ressurreição de Jesus. Reflete a alma humana com salmista que convoca os santos da assembléia a louvar com ele: “Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes. Tirastes minha alma dos abismos e me salvastes quando eu estava morrendo”. Reflete a missão de Jesus que quer que todos se convertam e vivam. A conversão é o caminho da vida. Mas, a proposta de Jesus vai mais longe e apela para uma vida que seja plena. Deus não quer o sofrimento. Pelo Espírito forma nosso coração para que tenhamos os sentimentos de Jesus que se compadece e dá a vida. Assim realizamos sua missão que era de dar vida.
Quem dá a vida é de Deus

            Paulo, na segunda leitura (Gl1,11-19) afirma que não aprendeu o evangelho por ensinamentos, mas por uma revelação pessoal. Ele mesmo fora um perseguidor. Mas nele havia uma escolha do Deus da Vida. O Cristão tem uma vocação à vida. Diante da ressurreição do jovem de Naim, nós nos decidimos pela grande missão de dar a vida a todos os ambientes em que estamos. Há muita morte, sofrimento, dores inúteis que podem ser ressuscitadas. É nossa oportunidade de ser como Paulo, homem do evangelho de Jesus. Deste modo poderemos estar unidos à ressurreição que Jesus nos dá.

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