Evangelho segundo São Lucas 13,31-35.
Naquele dia, aproximaram-se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-Te daqui, porque Herodes quer matar-Te».
Jesus respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eu expulso demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia, chego ao meu fim.
Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu caminho, porque não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados, quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não quisestes.
Pois bem, a vossa casa vai ficar abandonada. E Eu vos digo: não voltareis a ver-Me, até chegar o dia em que direis: "Bendito o que vem em nome do Senhor!"».
Tradução litúrgica da Bíblia
(347-420)
Presbítero
Tradutor da Bíblia
Doutor da Igreja
Tratado sobre o salmo 95;
Carta 58,2-4: PL 22, 580
«Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes
Eu quis reunir os teus filhos»
A cruz de Cristo é o suporte do género humano: é sobre esta coluna que está construída a sua morada. Quando falo da cruz, não me refiro à madeira, mas à Paixão. Esta cruz tanto se encontra na Bretanha como na Índia, e em todo o Universo. Feliz aquele que leva no seu coração a cruz e a ressurreição, bem como o local do nascimento e o local da ascensão de Cristo. Feliz aquele que possui Belém no seu coração e no coração de quem Cristo nasce todos os dias. Feliz aquele no coração de quem Cristo ressuscita todos os dias porque todos os dias faz penitência pelos seus pecados, mesmo os mais leves. Feliz aquele que todos os dias se eleva do Monte das Oliveiras ao Reino dos Céus, onde as oliveiras são abundantes e onde nasce a luz de Cristo.
Não devemos congratular-nos por termos estado em Jerusalém, mas por termos vivido bem em Jerusalém. A cidade que devemos procurar não é aquela que matou os profetas e derramou o sangue de Cristo, mas aquela que é alegrada por um rio impetuoso (cf Sl 46,5), aquela que, construída no alto de uma montanha, não pode ser ocultada (cf Mt 5,12), aquela que o apóstolo Paulo proclama como mãe dos santos e na qual ele se alegra em residir com os justos (cf Gl 4,26-27).

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