Evangelho segundo São Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
Tradução litúrgica da Bíblia
§§ 696, 728-730
«Eu vim lançar trazer fogo à Terra»
Os símbolos do Espírito Santo: o fogo. Enquanto a água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. O profeta Elias, que «surgiu como um fogo e a sua palavra queimava como um facho ardente» (Si 48,1), pela sua oração faz descer o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em que toca. João Batista, que «irá à frente do Senhor, com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17), anuncia Cristo como Aquele que há de batizar «com o Espírito Santo e com o fogo» (Lc 3,16), aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!» (Lc 12,49) É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si (cf At 2,3-4). A tradição espiritual reterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo: «Não apagueis o Espírito» (1Tes 5,19).
Jesus não revelará plenamente o Espírito Santo enquanto Ele próprio não for glorificado pela sua morte e ressurreição. Só quando chega a Hora em que vai ser glorificado é que Jesus promete a vinda do Espírito Santo, pois a sua morte e ressurreição serão o cumprimento da promessa feita aos antepassados. O Espírito da verdade, o outro Paráclito, será dado pelo Pai a pedido de Jesus; será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus O enviará de junto do Pai, porque do Pai procede. Chega, por fim, a «Hora» de Jesus: Jesus entrega o seu espírito nas mãos do Pai, no momento em que, pela sua morte, vence a morte, de tal modo que, ressuscitado dos mortos, pela glória do Pai» (cf Rom 6,4), logo dá o Espírito Santo «soprando» sobre os discípulos (cf Jo 20,22).
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