No final do Ano Litúrgico e início do novo, ouvimos as palavras de Jesus sobre a vigilância. Ele não quer dar espetáculo com o fim do mundo. Jesus usa um gênero literário chamado apocalíptico. O povo compreendia. As pessoas agora leem tais ameaças como um perigo. Mas é o belo tempo da colheita porque os frutos do Reino estão maduros. As primeiras gerações dos cristãos esperavam a vinda de Cristo que se daria ainda em sua vida, como lemos também em S. Paulo quando fala da ressurreição: “Os que estiverem vivos serão elevados nos ares ...” (1Ts 4,17). Ver os sinais dos tempos é ver que o Reino se estabelece e dá frutos. Conhecemos a vida do Reino pelos bons frutos que já produziu no meio de nós. Sua força está presente e é como uma semente, como lemos na parábola do grão de mostarda pequenina que cresce. Seu crescimento é silencioso. Ele não se identifica com nosso modo de pensar. Ele é uma força transformadora e não uma sociedade igual às outras como as religiões. É certo e temos que crer, que mesmo que os cristãos se reduzam a um insignificante grupinho, se eles estiverem a serviço do mundo, o Reino de Deus já é completo e realiza totalmente sua missão. Paulo VI já dizia estas palavras. Não medimos a força pelo número, mas pela densidade de sua vida. Mais que uma vinda num dia futuro, é sua vinda permanente no meio de nós. S. Agostinho dizia: “Tenho medo do Jesus que passa” e eu não dar atenção. Pela liturgia estamos sempre mostrando esta presença como Jesus mandou: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice anunciais a morte do Senhor até que Ele venha” (1Cr 11,26)
Colocar os inimigos a seus pés
A carta aos Hebreus explica-nos que Jesus, “depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus. Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam colocados debaixo de seus pés” (Hb 10,12-13). A grandiosa vitória de Cristo é seu sacrifício de entrega total ao Pai que O ressuscita após a morte de cruz. Colocar aos pés não significa a dominação tipo opressora, mas de presença transformadora. Esta é a vigilância que Jesus nos ensina a viver. Estar atento à vinda gloriosa de Jesus não é temer por sua presença. Estar vigilantes é viver como nos ensinou, cultivando a caridade frutuosa. Pouco adianta ficar esperando. Quando Ele vier que nos encontre ocupados com seu Reino. Ele se torna presente quando implantamos Seu Reino no mundo. De um Deus que condena, passemos a um Deus amor que vem ao encontro dos filhos para levá-los a viver sua alegria: “Entra para a alegria de seu Senhor (Mt 25,31).
Graça de Vos servir
Participar da vitória de Cristo e sujeitar o inimigo a seus pés é assumir com o mesmo amor com que Ele assumiu Sua vida. A vitória sobre o mundo é mudar o egoísmo em doação e a ganância em partilha de vida e de dons infundindo esperança nos corações. É crescer na caridade como rezamos na Pós-Comunhão. Em cada Eucaristia Ele se torna presente como “Aquele que Vem”, pois dizemos: “Vem, Senhor Jesus!” O mundo não terminará como uma condenação do Universo, mas a restauração da criação e do ser humana como nos escreve Daniel: “Os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, brilharão como estrelas por toda eternidade” (Dn 12,3).
Leituras: Daniel 12,1-3; Salmo 15;
Hebreus 10,11-14.18;Marcos 13,24-32
1. No final do Ano Litúrgico ouvimos sobre a vigilância. Jesus usa termos do gênero apocalíptico. A comunidade entendia. Alguns agora apelam para o terror. Mas é o tempo da colheita dos frutos do Reino. O Reino se estabelece através dos frutos. Ele está presente e cresce misteriosamente. O Reino não se mede pelo número de pessoas, mas por sua força transformadora.
2. A carta aos Hebreus escreve que tudo será colocado sob os pés de Jesus glorificado. Não se trata de opressão, mas de presença transformadora. A vigilância ensina a viver cultivando a caridade. De um Deus que condena, passemos a um Deus amor que vem ao encontro com os filhos para dar o prêmio.
3. Sujeitar tudo aos pés de Jesus é assumir o mesmo amor com que ele assumiu sua vida. A vitória sobre o mundo é mudar o egoísmo em doação e a ganância em partilha. O mundo não acabará com a condenação do Universo, mas com a restauração da criação e da pessoa humana.
O mundo vai acabar em outubro?
Tem gente que tem prazer em falar em desgraça. Agora saíram com aquela que o mundo vai acabar no ano de 2012 segundo o calendário inca. Jesus tem um discurso sobre o fim dos tempos. O desejo de Jesus não é assustar, mas dar uma explicação clara. E diz que só o Pai sabe quando, por isso, não adianta adiantar o expediente.
Jesus quer alertar os que têm fé para não se apavorarem com essas notícias, pois o importante é ir ao encontro de Cristo, não no fim dos tempos, mas no dia a dia, como diz o profeta Daniel: os justos brilharão como o firmamento. O salmo conforta nosso coração e diz: Tenho sempre o Senhor diante dos olhos, pois se O tenho a meu lado, não vacilo.
Para quem tem Deus como o mais importante da vida, não existe fim do mundo, mas passagem para a casa do Pai.
Homilia do 33º Domingo Comum
Nenhum comentário:
Postar um comentário