quarta-feira, 4 de outubro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Palavras de Vida Eterna”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Senhor, a quem iremos?
               Josué convocou o povo e, numa solene assembléia, propôs que fizessem uma escolha definitiva: ou servir ao Senhor ou aos deuses. Ele dá o exemplo e diz que, com sua família, vai servir o Senhor. O povo faz a mesma opção (Js 24,15-18). Jesus propõe o mesmo aos discípulos: “Vós também quereis ir embora?” Pedro responde: “A quem iremos? Tu tens Palavras de Vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que és o Santo de Deus” (68). Rezamos na Pós-Comunhão: “Fazei agir em nós o Sacramento de vosso amor, e transformai-nos de tal modo pela vossa graça, que em tudo possamos agradar-vos”. É nossa opção de servir ao Senhor. O mistério da Eucaristia realiza em nós uma transformação porque acreditamos em Jesus e fizemos a opção por Ele. Jesus queria que os discípulos compreendessem, por isso diz: “O Espírito é que da vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida” (Jo 6,63.64).  A condição humana recusa comer sua carne e beber seu sangue, mas a fé nos faz ver que crer é alimentar-se Dele. Nós o realizamos na comunhão eucarística recebendo seu Corpo e seu Sangue. Pela fé, vemos neste sacramento, o Senhor que nos dá a Vida Eterna. Somos colocados diante de uma escolha. Deus não obriga, propõe. A dificuldade das pessoas é justamente fazer uma opção por Cristo. Assim suas palavras se tornam duras porque exigem mudança de atitude. A liturgia nos ensina: “Dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que na instabilidade deste mundo, fixemos nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias” (oração). Como se trata de Vida é o Espírito que nos guia:
Como o Senhor é bom!
               O versículo do salmo nos coloca diante da razão da opção por Deus: “Provai e vede quão suave é o Senhor” (Sl 34,8) Somente depois de provar o Senhor como sustento e vida é que se pode fazer uma escolha segura e permanente. Somos convidados pelo salmo a sempre bendizer a Deus... Minha alma se gloria no Senhor!”A opção por Cristo pela fé é confirmada por Ele ao dar-se como alimento na Eucaristia que é o memorial de sua Morte e Ressurreição, traz-nos a alegria do povo alimentado pelo pão multiplicado. E pela fé superamos a crise que sofreram ao não perceber o que Jesus dizia. Por isso Ele diz: “Isso vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes?” (61-62). Sua Ascensão ao Céu é mais chocante para quem não tem fé do que comer sua carne. Acreditar Nele glorificado junto do Pai será maior escândalo.
Matrimônio em Deus.
               Refletindo sobre a decisão por Deus em Cristo entendemos o que S. Paulo diz sobre o matrimônio: “Grande é este mistério, eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja” (Ef 5,32). O matrimônio não é religioso só porque é feito na igreja, mas porque tem sua existência a partir de sua relação com o Mistério de Cristo que se entregou por nós, seu povo, sua Igreja. As virtudes do matrimônio nós as aprendemos deste relacionamento místico existente em Cristo. Assim como fez, devemos fazer. Podemos dizer que a escolha definitiva por Cristo se faz através do sacramento do matrimônio que significa e realiza a graça redentora de Cristo. Matrimônio é caminho de Salvação para os que são chamados a esta vida. Ser de Deus não significa só rezar, mas viver o matrimônio no amor carnal e espiritual. Aí sim, a oração e os meios espirituais tomam sentido.

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