quarta-feira, 18 de outubro de 2017

EVANGELHO DO DIA 18 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo 
Homilias sobre São Lucas, n.º 1,1-2 
«A fim de reconheceres a solidez da doutrina em que foste instruído» (Lc 1,4)
«Visto que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, [...] resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expô-los a ti por escrito e pela sua ordem, caríssimo Teófilo, a fim de reconheceres a solidez da doutrina em que foste instruído» (Lc 1, 1-4). 
Antigamente, entre os judeus, um grande número de pessoas presumia ter o dom da profecia, mas alguns eram falsos profetas. [...] O mesmo se passou no tempo no Novo Testamento, em que muitos «empreenderam» escrever evangelhos, mas nem todos foram aceites. [...] A palavra «empreenderam» contém uma acusação velada contra aqueles que, sem terem a graça do Espírito Santo, se lançaram na redação de evangelhos. Mateus, Marcos, João e Lucas não «empreenderam» escrever, mas, cheios do Espírito Santo, escreveram efetivamente os verdadeiros Evangelhos. [...] 
A Igreja tem, pois, quatro evangelhos; os hereges têm-nos em grande número. [...] «Muitos empreenderam compor uma narração», mas apenas quatro evangelhos foram aprovados; e é desses que devemos retirar, para trazer à luz, aquilo em que é necessário crer sobre a pessoa do Nosso Senhor e Salvador. Sei que existe um evangelho a que chamam «segundo S. Tomé», outro «segundo Matias» e lemos ainda outros tantos para não fazermos figura de ignorantes diante daqueles que imaginam saber alguma coisa porque conhecem esses textos. Mas, em tudo isso, só aprovamos aquilo que a Igreja aprova: admitimos apenas quatro evangelhos. É isto que podemos dizer sobre o texto do prólogo de S. Lucas: «Muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram». 

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