Evangelho segundo S. João 6,41-51.
Naquele
tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu
do Céu». E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu
pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Jesus
respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai,
que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está
escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele
que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha
visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em
verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o
que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que
desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de
dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de
Milão, doutor da Igreja
Sobre os mistérios, 48-49, 58
«Eu sou o Pão da Vida»
É admirável que Deus tenha feito chover o
maná sobre os nossos pais e que eles tenham sido diariamente saciados com o pão
do céu. É por isso que está escrito: «O homem comeu o pão dos anjos» (Sl 77,25).
Contudo, os que comeram este pão do deserto estão todos mortos. Pelo contrário,
o alimento que agora recebes, este Pão vivo que desceu dos céus, é sustento para
a vida eterna, e quem come deste Pão não morrerá jamais. Ele é o Corpo de
Cristo. […]
Esse maná era do céu, este é do cimo dos céus; aquele
era um dom do céu, este é o Senhor dos céus; aquele estava sujeito à corrupção
quando era guardado nem que fosse até ao dia seguinte, a este é estranha toda a
corrupção: quem dele prova com respeito não pode ser tocado pela corrupção. A
água brotou dos rochedos para os hebreus, para ti brota o sangue de Cristo. A
água saciou-os por momentos, o sangue lava-te para sempre. Os hebreus beberam e
têm sede, mas tu, depois de teres bebido, nunca mais poderás ter sede (cf Jo
4,14). Aquilo era a pré-figuração, isto é a verdade plena. […]
O
maná era a «sombra do que devia vir» (Col 2,17). Escuta o que foi manifestado a
nossos pais: «De facto, todos bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, que
era Cristo» (1Cor 10,4). […] Tu conheceste o cumprimento, tu viste a luz plena,
a verdade pré-figurada, o corpo do Criador. […] Sobre aquilo que comemos e
aquilo que bebemos, diz o Espírito Santo: «Saboreai e vede como o Senhor é bom;
feliz o homem que nele se abriga» (Sl 33,9).
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