Evangelho segundo S. Mateus 14,22-36.
Depois de ter
saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a
esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a
despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali
sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento
era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles,
caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar,
assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu.
Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo
sobre as águas». «Vem!», disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e
caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do
vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus
estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé,
porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou.
Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe:
«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus». Depois fizeram a travessia e vieram
para terra em Genesaré. Os homens do lugar reconheceram Jesus e mandaram
avisar toda aquela região. Trouxeram-Lhe todos os doentes e pediam que os
deixasse tocar ao menos na orla do seu manto. E quantos lhe tocaram foram
completamente curados.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário ao Evangelho segundo Mateus
A noite da fé
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário ao Evangelho segundo Mateus
A noite da fé
Se um dia formos assaltados por provas
inevitáveis, lembremo-nos de que foi Jesus quem nos ordenou que embarcássemos e
que Ele quer que O precedamos «na outra margem». Com efeito, quem não suportou a
provação das vagas e dos ventos contrários não pode chegar a essa margem. Por
isso, quando nos virmos rodeados por múltiplas e penosas dificuldades, cansados
de navegar por entre elas com a pobreza dos nossos recursos, imaginemos que a
nossa barca está no meio do mar, sacudida por vagas que querem ver-nos
«naufragar na fé» (1Tim 1,19) ou em qualquer outra virtude. E se virmos o sopro
do maligno encarniçar-se contra as nossas posições, imaginemos que nesse momento
o vento nos é contrário.
Assim pois, quando, no meio destes sofrimentos, tivermos conseguido aguentar as longas horas da noite escura que reina nos momentos de provação, quando tivermos lutado com todas as nossas forças para evitar o naufrágio da fé [...], tenhamos a certeza de que, ao fim da noite, quando a noite for avançada e despontar o dia (cf Rom 13,12), o Filho de Deus virá até junto de nós, caminhando sobre as águas, para pacificar o mar.
Assim pois, quando, no meio destes sofrimentos, tivermos conseguido aguentar as longas horas da noite escura que reina nos momentos de provação, quando tivermos lutado com todas as nossas forças para evitar o naufrágio da fé [...], tenhamos a certeza de que, ao fim da noite, quando a noite for avançada e despontar o dia (cf Rom 13,12), o Filho de Deus virá até junto de nós, caminhando sobre as águas, para pacificar o mar.
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