Estes Santos viveram entre os séculos III e IV. Agrícola era cristão de Bolonha e Vital era seu servo, que o seguiu em sua conversão. Perseguido por ser cristão, Vital foi preso por primeiro e torturado sob os olhos do seu patrão. Este, por sua vez, também aceitou o martírio com coragem.
Nas raízes da Igreja Bolonhesa reside a figura de dois mártires, distintos pela classe social, mas unidos pela palma da morte devido à sua fé. Vitalis e Agrícola, senhor e servo, enviaram com seu testemunho uma mensagem de igualdade e solidariedade que receberia reconhecimento público com a ascensão da Comuna Livre e o decreto que libertou os servos (Liber Paradisus). O registro mais antigo dos dois protomártires data de Santo Ambrósio e São Paulino de Nola, que atestam sua "união e consórcio no martírio". Seus corpos, redescobertos no cemitério judaico pelo bispo Eustácio, foram trasladados por Ambrósio em 393 para Jerusalém, na Basílica de Santo Estêvão. Seu culto já era difundido nos séculos V e VI. Suas relíquias são veneradas na igreja matriz de Bolonha. (Avvenire)
Emblema: Palmeira
Martirológio Romano: Em Bolonha, os santos Vital e Agrícola, mártires, dos quais, segundo Santo Ambrósio, o primeiro foi escravo do segundo, e depois seu companheiro no martírio: Vital, de fato, sofreu tais tormentos que não havia parte de seu corpo sem feridas; Agrícola, sem se deixar intimidar pela tortura de seu escravo, imitou-o no martírio, sofrendo a crucificação.
No final do século VI, São Gregório de Tours, em uma de suas obras, lamentou a falta de uma "Paixão" referente aos Santos Vitale e Agrícola. Isso, no entanto, não era totalmente preciso, pois as informações sobre os dois protomártires de Bolonha baseiam-se em um relato autêntico do bispo milanês Santo Ambrósio, em 392, bem como em um de São Paulino de Nola, em 403. Os Acta Sanctorum também incluíam dois relatos fictícios arbitrariamente atribuídos ao próprio Ambrósio.
Na realidade, Vitale e Agrícola permaneceram completamente desconhecidos até 392, ano em que o bispo bolonhês Eusébio anunciou a descoberta de seus restos mortais em um cemitério judaico no que hoje é a capital da Emília-Romanha. Ele lhes concedeu um novo sepultamento segundo os ritos cristãos, evento ao qual Santo Ambrósio compareceu, dirigindo-se aos mártires em sua homilia e convidando a população a venerar suas relíquias.
O culto aos dois santos mártires espalhou-se por todo o Ocidente graças ao impulso dado por Ambrósio, que, além de escrever sobre eles, quis transferir parte das relíquias para Milão e, posteriormente, doou algumas a Florença. Numerosos bispos foram então motivados a solicitá-las para suas catedrais. O culto, contudo, manteve seu epicentro em Bolonha, onde uma basílica foi construída especificamente para abrigar seus restos mortais, que mais tarde foram transferidos para a capela adjacente.
Pouco se sabe sobre a vida dos dois santos. Parece que Agrícola era um cidadão cristão de Bolonha e Vitale, seu servo. Este último também seguira seu mestre na religião e foi o primeiro a coroar sua vida com o martírio: ambos foram levados à arena, mas Vitale foi torturado por todo o corpo até a morte. Seus torturadores pensaram que ver seu sofrimento faria Agrícola perder a resolução de se declarar cristão, mas, ao contrário do esperado, o efeito foi o oposto. Agrícola foi, de fato, fortalecido e encorajado pela morte de seu fiel servo e enfrentou a crucificação com grande coragem, testemunhando sua fé cristã até o fim. Seu corpo também foi transpassado por pregos.
ORAÇÃO
Nós vos bendizemos e vos agradecemos, Pai,
pelo dom do martírio em nossos irmãos Vitale e Agrícola:
de seu sangue fecundo, fizestes florescer a Igreja de Bolonha,
e na solidariedade fraterna de escravo e senhor,
nos destes um exemplo luminoso de humanidade reconciliada no amor de Cristo.
Por sua intercessão, concedei-nos que sejamos testemunhas corajosas da fé,
pedras vivas de vossa Igreja, agentes de comunhão e paz.
Pedimos-vos isso, Pai, no Espírito Santo, por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Autor: Fabio Arduino

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