O Tempo da Páscoa nos introduz no ensinamento e na Vida de Cristo. É um momento de acolher os frutos da Ressurreição. Não só lembramos o acontecimento da passagem de Cristo da morte para a Vida, como também de nossa ressurreição com Ele. A liturgia nos desvenda as riquezas dadas por Jesus. Jesus não é um simples morto que voltou à vida, mas o Ressuscitado que é o Senhor, um com o Pai e Pastor de Seu povo. De seu lado aberto saiu sangue e água. Estas águas da Vida jorradas de seu coração são a meta de todos os que creem. É para essas águas que Ele nos conduz. As águas simbolizam a Vida de Deus na qual vivemos. Nas orações da celebração de hoje pedimos que sejamos conduzidos às alegrias celestes onde já está o Pastor (Oração). Estas alegrias nos advêm da participação dos sacramentos que continuam em nós a obra da Redenção (Oferendas). É assim que nos conduz às águas (Ap 7,17). Salvos por Jesus adquirimos uma morada nos Céus (Pós-comunhão). Ele mesmo dissera que iria nos preparar um lugar (Jo 14,2). Ele é o Pastor que nos conduz. Entre o Pastor e a ovelha há uma relação de conhecimento para o seguimento: “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me seguem”. Este conhecimento é o mesmo pelo qual conhece o Pai e é por Ele conhecido. Por isso Jesus diz: o Pai e Eu somos Um (Jo 10,30). O tempo da Páscoa nos ensina a divindade de Jesus, por isso insiste nas palavras: Eu Sou. É o Nome e o Ser de Deus. O Pastor se põe na condição de igual ao Pai. É este conhecimento que dá às ovelhas a segurança de seguí-Lo. Estão protegidas e ninguém as tirará de suas mãos. Lemos no Apocalipse que Ele nos abrigará na Sua tenda (Ap 7,15).
Eu lhes dou a vida eterna
Ouvir e seguir o Pastor é ter a salvação. Jesus é pastor unido ao Pai que é o Pastor e Rei de seu povo. O conhecimento que Jesus tem de suas ovelhas e elas Dele, não é um saber coisas sobre Ele, mas de uma experiência da Vida. Elas formam uma comunidade que escuta o Pastor. A experiência se dá quando se ouve a voz do Pastor. Os que O seguem se juntarão à imensa multidão dos que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro (Ap 7,13). Mesmo no meio das perseguições, terão suas lágrimas enxugadas (Ap 7,17). Conhecer o Pastor é uma experiência de união total de vida, tendo seus mesmos sentimentos, suas atitudes, e assumindo a cruz como Ele tomou. O conhecimento através do amor ensinará a Verdade do Pastor. Ele é a base da missão de todo apóstolo como vimos em Paulo e Barnabé.
Chamados a ser pastor
Na perspectiva vocacional corremos o risco de ficar no periférico desta vocação, como ritos, roupas, promoções, tradições e costumes. A verdadeira vocação se dá nesta íntima união com o Pastor, em seus sofrimentos, como ocorreu com os apóstolos. A tentação do mundo na ganância, no orgulho, no exterior e na riqueza, não combina com Jesus. A piedade exterior também não serve. É preciso lavar as vestes no sangue do Cordeiro, isto é, ter adesão total a Ele. Aí sim, podemos conduzir com Ele o povo que lhe é fiel. A vocação tem uma dimensão universal, como universal é a missão de Jesus. Como Paulo deixa o judaísmo e se abre ao mundo pagão, somos chamados a nos abrirmos ao novo que nos é dado nesta vocação. A missão de todo o cristão, de modo particular dos pastores, é que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor (Oração).
Leituras: Atos 13,14.43-52; Salmo 99;
Apocalipse 7,9.14b-17; João 10,27-3-
1. A Páscoa nos introduz no ensinamento e na Vida de Cristo. Vivemos sua Páscoa. Ele é o Ressuscitado, é o Senhor um com o Pai. o Pastor de Seu povo. De seu lado saiu sangue e água. Essas águas são a meta dos que crêem. Elas são a Vida. Pedimos na celebração sermos conduzidos às alegrias celestes que já nos são dadas pelos sacramentos. Entre o Pastor e as ovelhas há um conhecimento, o mesmo que o Pai tem do Filho que as abrigará em sua tenda.
2. Ouvir e seguir o Pastor é ter a salvação. O conhecimento é uma experiência da Vida. Formam a comunidade que escuta o Pastor e lavou suas vestes no sangue do Cordeiro, passando pelo sofrimento que Ele passou. Conhecer é ter a mesma vida e sentimento. O amor de conhecimento ensinará a verdade do Pastor.
3. No seguimento do Pastor, exercendo sua missão, corremos o risco de ficar no periférico, até usando uma piedade vazia. Por isso é preciso a adesão total ao Pastor. Então poderemos conduzir o rebanho em seu Nome. Mesmo que o rebanho seja frágil, pode atingir a fortaleza do Pastor.
Garantidos!
A linguagem do Apocalipse é muito forte. O sangue de Jesus lavou todos. Os que aceitaram Jesus pela fé suportaram os sofrimentos por Ele, vivem com Ele como ovelhas que seguem o Pastor e estão garantidas. São conduzidas por Ele e garantidas e nada sofrerão.
Jesus dá uma garantia muito grande a seus discípulos, suas ovelhas: Os que escutam sua voz tem a vida eterna. Quem está nas mãos de Jesus está seguro.
A porta da salvação foi aberta a todos. Os apóstolos pregavam primeiro aos judeus. Como não quiseram, partiram para a pregação aos pagãos, o que deu grande resultado e garantido.
Homilia do 4º Domingo da Páscoa (21.04.2013)
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