quinta-feira, 5 de outubro de 2023

EVANGELHO DO DIA 5 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,1-12. 
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide. Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: "Paz a esta casa". E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: "Está perto de vós o Reino de Deus"». Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: "Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus". Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Venerável Madaleine Delbrêl 
(1904-1964) 
Missionária das pessoas da rua 
A espiritualidade da bicicleta 
«Ide. Eu vos envio» 
«Ide», dizes-nos a cada passo do evangelho. Para sermos no teu sentido, temos de ir, mesmo quando a preguiça nos pede que fiquemos. Escolheste-nos para vivermos num estranho equilíbrio. Um equilíbrio que só pode ser estabelecido e mantido no movimento, no impulso. É como a bicicleta, que só se mantém de pé em circulação, a bicicleta que fica encostada ao muro até que alguém a monte, e parta estrada fora. A nossa condição é de insegurança universal, vertiginosa. Quando nos pomos a olhar para ela, a vida desequilibra-se e escapa-nos. Só conseguimos manter-nos de pé caminhando, avançando, num impulso de caridade. Recusas-Te a dar-nos um roteiro para o caminho. A nossa viagem decorre de noite. Cada ação que fazemos é como um semáforo que se acende. Muitas vezes, a única coisa que temos como certa é o cansaço habitual de fazer todos os dias o mesmo trabalho, de recomeçar as mesmas tarefas, de corrigir os mesmos defeitos, de evitar os mesmos erros. À parte esta garantia tudo está entregue à tua imaginação, que pode fazer connosco o que quiser.

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