sexta-feira, 18 de agosto de 2023

EVANGELHO DO DIA 18 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 19,3-12. 
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns fariseus para O porem à prova e disseram-Lhe: «É permitido ao homem repudiar a sua esposa por qualquer motivo?». Jesus respondeu: «Não lestes que o Criador, no princípio, os fez homem e mulher e disse: "Por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e serão os dois uma só carne"? Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Eles objetaram: «Porque ordenou, então, Moisés que se desse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher?». Jesus respondeu-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos permitiu repudiar as vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim. E Eu digo-vos: Quem repudiar a sua mulher, a não ser em caso de união ilegítima, e casar com outra, comete adultério». Disseram-Lhe os discípulos: «Se é esta a situação do homem em relação à mulher, não é conveniente casar-se». Jesus respondeu-lhes: «Nem todos compreendem esta linguagem, senão aquele a quem é concedido. Na verdade, há eunucos que nasceram assim do seio materno, outros que foram feitos pelos homens e outros que se tornaram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Venerável Madaleine Delbrêl 
(1904-1964) 
Missionária das pessoas da rua 
Comunidade e solidão 
«Há eunucos que se tornaram eunucos
 por causa do Reino dos Céus» 
Os celibatários são uma pequeníssima parte da humanidade, que, em nome de toda a humanidade, renunciam ao que ela tem de mais próprio para se entregarem Deus, e se entregarem sem divisões, pois «quem é casado está dividido», diz São Paulo (1Cor 7,33). E, se esta pequena parte da humanidade dá este passo em direção ao Senhor, é para viver apenas o Amor com que Ele ama a humanidade. Fazer disso uma história pessoal é transformá-lo numa coisa muito pequena. O celibato é uma função de amor vivida em nome de todo o mundo. E leva aqueles que são chamados a vivê-lo a aceitar a solidão que o Senhor lhes propõe. O celibato que não fosse solidão seria uma imitação. A aceitação desta solidão na presença de Deus é como que o resgate, o penhor da nossa disponibilidade para o amor. O matrimónio é a soma de duas vocações que se juntam na mesma casa. Estes dois seres condicionam-se, influenciam-se e ajudam-se mutuamente. No celibato, estamos sós diante de Deus e Cristo torna-Se o nosso cônjuge; o seu reino é a nossa casa e os filhos são toda a humanidade. Esta disponibilidade é uma expressão da opção pelo desenraizamento da terra e o enraizamento em Cristo. «Há eunucos que se tornaram eunucos por causa do Reino dos Céus», diz o Evangelho. O mandamento do Senhor: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças» (Mt 22,37) deve ser assumido pelo celibatário de forma total e direta.

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