sexta-feira, 18 de agosto de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “A Mãe de um povo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Uma Mulher vestida de sol
 
Celebrar a Festa de N. S. Aparecida faz parte da espiritualidade. É uma manifestação de Deus que sempre se renova. Temos fé em Deus que nos deu Jesus por meio de Maria. Deus escolheu este meio para Se encarnar. O amor a Maria é uma missão e um caminho de fé e espiritualidade para o povo. Vimos nos temas anteriores que há uma graduação no caminho espiritual. O texto de Apocalipse, ao falar da mulher vestida de sol, refere-se em primeiro lugar à Igreja. Neste texto a liturgia, que é um modo de interpretar a Palavra de Deus, interpreta o símbolo referindo-se também a Maria. Maria não ocupa o lugar de Jesus, mas Ela O trouxe em seu seio. Ele a veste como o sol. A Igreja O tem em seu seio e é perseguida por causa Dele. Mas este Filho, que ela traz no seio, são também os filhos da Igreja que estavam sendo perseguidos no Império Romano. Ela é uma luz para os que são perseguidos por causa da opção pelo evangelho. O dragão ainda vive. O Demônio vive e continua perseguindo os fiéis que são filhos queridos da Mãe de Jesus. Os que não gostam de Nossa Senhora são filhotes deste dragão que é o Demônio, e querem devorar o Filho e a Mãe. Ela é imagem da Igreja que está repleta de Deus e, mesmo no deserto das dificuldades, é alimentada por Ele. Deus não abandonou Maria, a Mãe de seu Filho. Por isso a levou em sua Assunção. Em nosso caminho espiritual continuamos sendo perseguidos pelo dragão do mal, mas somos conhecidos e amados por Deus e nos mantém num lugar seguro. A Igreja sempre passa por dificuldades porque está unida a seu Senhor. Quem se une a Cristo, carrega com Ele a cruz. Mas não O vencerão. Já temos experiências, nos séculos passados, de ataques de bestas piores que as atuais. Elas passam. 
Uma rainha intercessora 
O livro de Ester apresenta uma bela rainha que salva seu povo com sua oração e sua intercessão. Diante da ameaça de morte do povo, a rainha estava entre os condenados, o que foi uma providência. Ela se arrisca e vai ao rei, sem ser chamada, pondo em risco sua vida (Est 4,16). É a missão de Maria: com sua oração e intercessão, participar da missão de Jesus. Não precisaria se envolver com as dificuldades do povo aflito. Mas, como Mãe, conhece os filhos sofredores e não faz distinção. Vem em socorro dos seus. É um belo caminho para nós: muitas vezes não queremos sujar as mãos com os problemas das pessoas. Não há fé sem compromisso. Como Ester, Maria faz parte do povo de Deus e está por ele para defendê-lo. Por que precisamos de Maria em nosso caminho de Salvação? Deus quis precisar dela para nos dar Jesus. Assim quer precisar dela para nossa Salvação. 
Uma mãe suplicante 
Deus, apesar de ser infinito em seu poder, não poderia ter nos dado uma Mãe tão boa! Os filhos se reúnem e chamam-na Bem-aventurada (Pr 31,28) porque acreditou, como proclamou Isabel (Lc 1,45). O povo católico, que ama muito Jesus, com Ele ama muito sua Mãe. Sua missão é apresentada também na cena do casamento em Caná. Ela se preocupa com a falta do vinho na festa. Com isso, adianta a hora de Jesus. Está a significar que Maria, por sua intervenção apressa a hora do encontro com Cristo que é como um casamento. A frase: mulher por que dizes isso a mim, significa, no uso familiar aramaico, Mãe, a senhora sabe que a gente sempre se entende. Por isso Maria manda que façam o que ele disser. Se não era a hora, não o faria. Mas é hora para a gente se encontrar com Ele.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM OUTUBRO DE 2010

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