Evangelho segundo São Mateus 28,1-10.
Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro.
De repente, houve um grande terramoto: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela.
O seu aspeto era como um relâmpago, e a sua túnica branca como a neve.
Os guardas começaram a tremer de medo e ficaram como mortos.
O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado.
Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia.
E ide depressa dizer aos discípulos: "Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis". Era o que tinha para vos dizer».
As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, e correram a levar a notícia aos discípulos.
Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão».
Tradução litúrgica da Bíblia
1.º Sermão para a Grande Noite Pascal
Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor,
quando Ele os fez sair da terra do Egito (Ex 12,42)
Todas as vigílias que celebramos em honra do Senhor são agradáveis a Deus e aprovadas por Ele, mas esta vigília está acima de todas as outras. É por isso que esta noite tem, muito especialmente, o título de vigília do Senhor. Lemos com efeito: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel» (Ex 12,42). Esta noite merece bem o seu nome, porque o Senhor acordou vivo para que nós não ficássemos adormecidos na morte. Com efeito, Ele sofreu por nós o sono da morte, pelo mistério da sua Paixão; mas esse sono do Senhor tornou-se a vigília do mundo inteiro, porque a morte de Cristo afastou para longe de nós o sono da morte eterna. Ele próprio o declara pelo profeta: «Então, despertei e reparei quão doce tinha sido o meu sono!» (Sl 3,6; Jr 31,26). Esse sono de Cristo, que nos chamou da amargura da morte para nos levar à doçura da vida, não pode deixar de ser doce.
Salomão escreveu: «Eu dormia, mas de coração desperto» (Ct 5,2). Estas palavras manifestam com toda a evidência o mistério da divindade e da carne do Senhor. Ele dormiu segundo a carne mas a sua divindade estava desperta, pois a divindade não podia dormir: «Não há de dormir nem dormitar Aquele que guarda Israel» (Sl 120,4) Dormia segundo a carne, mas a sua divindade visitava os infernos para tirar de lá o homem que se encontrava cativo; o nosso Senhor e Salvador quis visitar todos os lugares para ter misericórdia para com todos. Desceu do Céu à Terra para visitar o mundo; e desceu da Terra aos infernos para levar a luz àqueles que estavam cativos, segundo a palavra do profeta: «Habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9,1).
É por isso que os anjos do Céu, os homens na Terra e as almas dos fiéis na morada dos mortos celebram essa vigília do Senhor. Se o arrependimento de um só pecador é, como lemos no Evangelho, causa de alegria para os anjos do Céu (Lc 15,7.10), quanto mais o será a redenção do mundo inteiro? Esta vigília não é, portanto, uma festa apenas para os homens e para os anjos, mas também para o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque a salvação do mundo é a alegria da Trindade.
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