Evangelho segundo São João 6,22-29.
Depois de Jesus ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-no a caminhar sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que permanecera no outro lado do mar notou que ali só estivera um barco e que Jesus não tinha embarcado com os discípulos; estes tinham partido sozinhos.
Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças.
Quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, subiram todos para os barcos e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus.
Ao encontrá-lo no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?».
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados.
Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo».
Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?».
Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar naquele que Ele enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Vida, cap. 50
À procura de Jesus
A respeito da pergunta: «O que é Deus?», nenhum mestres soube jamais explicá-lo, porque Ele está acima de todo o pensamento e de todo o intelecto. E, no entanto, um homem zeloso que procura com determinação o conhecimento de Deus consegue responder-lhe, embora de forma muito vaga. Foi assim que alguns mestres pagãos virtuosos O procuraram na antiguidade, em particular o sábio Aristóteles. Ele perscrutou o curso da natureza; procurou com ardor e encontrou. Deduziu que a natureza tinha necessariamente de ter um único Soberano, Senhor de todas as criaturas, e é a Ele que chamamos Deus.
O ser de Deus é uma substância de tal forma espiritual que o olho mortal não a pode contemplar em Si mesma; mas podemos vê-la nas suas obras; como diz São Paulo, as criaturas são um espelho que reflete Deus (cf Rom 1,20). Detenhamo-nos um instante nesta ideia; olha para cima de ti e à tua volta, vê como o céu é vasto e alto no seu curso veloz, com que nobreza o seu Senhor o adornou com sete planetas e como o ornamentou com uma multidão incontável de estrelas. Quando, no verão, o Sol brilha alegremente e sem nuvens, quantos frutos, quantos benefícios dá à terra! Como é belo o verde dos prados, que sorridentes as flores, como o doce canto dos passarinhos soa na floresta e nos campos, e todos os animais que se tinham escondido durante o duro inverno se apressam a sair e rejubilam; como, entre os homens, jovens e velhos se mostram contentes com essa alegria que lhes traz tanta felicidade. Ó Deus terno, pois se és assim tão digno de ser amado nas tuas criaturas, como deves ser belo e digno de ser amado em Ti mesmo!
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