Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.
Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.
Os fariseus viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado».
Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes.
Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa?
Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo.
Se soubésseis o que significa: "Eu quero misericórdia e não sacrifício", não condenaríeis os que não têm culpa.
Porque o Filho do homem é Senhor do sábado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Afraate (?-c. 345)
monge e
bispo de Nínive, perto de Mossul
Exposições, n.°13, 1-2.13
O Senhor do sábado
Por intermédio de Moisés, seu servo, o Senhor pediu aos filhos de Israel que observassem o sábado, dizendo-lhes: «Trabalharás durante seis dias e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o sábado consagrado ao Senhor, teu Deus» (Ex 20,9-10). [...] E avisou-os : «Não farás trabalho algum, tu, o teu filho e a tua filha, o teu servo e a tua serva, os teus animais». E até acrescentou: «O mercenário e o estrangeiro repousarão igualmente, assim como todos os animais que penam ao teu serviço» (Ex 23,12). [...] O sábado não foi imposto como uma prova, uma escolha entre a vida e a morte, entre a justiça e o pecado, como os outros preceitos pelos quais o homem pode viver ou morrer. Nessa altura, o sábado foi dado ao povo tendo em vista o descanso – não apenas dos homens, como também dos animais. [...]
Agora escuta qual é o sábado que agrada a Deus. Isaías disse: «Deixai descansar os fatigados» (28,12). E também: «Os [...] que guardaram os meus sábados [sem os profanar] são os que escolheram o que Me é agradável e se afeiçoaram à minha aliança» (56,4). [...] O sábado não traz qualquer benefício aos maus, aos assassinos, aos ladrões. Mas àqueles que optam por aquilo que agrada a Deus e guardam as suas mãos do mal, nesses Deus habita, fazendo deles sua morada, segundo a sua palavra: «Habitarei e andarei no meio deles» (Lv 26,11-12; 2Cor 6,16). [...] Portanto, guardemos fielmente o sábado do Senhor, quer dizer, aquilo que agrada ao seu coração. Assim entraremos no sábado do grande repouso, no sábado do Céu e da Terra em que toda a criatura repousará.
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