sexta-feira, 20 de julho de 2018

Santa Margarida, virgem e mártir - 20 de julho

   O culto a Margarida começou em 304 d.C. no Leste Europeu e se estendeu pela França, Inglaterra e Alemanha, tornando-se uma das mais populares mártires da Idade Média. Ela consta dos 14 Santos Auxiliares (honrados como um grupo no dia 8 de agosto) e é uma das santas que falaram com Santa Joana d’Arc, e sendo venerada pela eficácia do seu poder, isto contribuiu para a sua popularidade.
     A tradição diz que ela era uma jovem virgem da Antioquia, Pisidia, Ásia Menor, hoje Turquia, martirizada sob o imperador Diocleciano.
     Os martirologistas afirmam que nada na sua "Ata de Martírio" feita pelo escriba Teotimo, que depois se converteu, tenha sido forjado. Ela também consta da famosa Legenda Áurea escrita pelo Bispo de Gênova, Tiago de Varazze, por volta do ano 1260.
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     De acordo com a Ata de seu Martírio, ela era filha de um sacerdote pagão da Antioquia, mas foi criada por uma ama cristã, pois sua mãe falecera quando era ainda pequenina. Se converteu ao Cristianismo, foi batizada e expulsa de casa pelo seu pai. Ela tornou-se uma pastora de um rebanho de ovelhas, mas era muito bela e admirada pelo prefeito Olibrio que a queria como esposa, ou como amante, mas ela o recusou.
     Ele, por vingança, a denunciou ao tribunal que a acusou de ser cristã. Ela foi torturada para renunciar a sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, mas como permaneceu firme na sua Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, foi atirada no calabouço para ser martirizada em seguida.
     No dia seguinte eles tentaram matá-la em um grande caldeirão com água e depois com óleo fervendo, mas ela cantava hinos a Jesus e nenhuma queimadura ou dor era sentida por ela. Como tivessem falhado diante de milhares de espectadores, que segundo a tradição foram convertidos ao cristianismo, o procônsul encarregado do martírio ordenou que ela fosse decapitada.
     Diz a tradição que o seu executor caiu morto ao seu lado. Também é dito que quando Margarida estava na prisão o demônio apareceu em forma de um dragão que a engoliu, mas como ela segurava uma cruz esta irritou o estômago do dragão que a expeliu ainda viva.
     Ora, curiosamente, num momento atípico de ceticismo, a própria Legenda Aurea descreve este último incidente como "apócrifo e que não deve ser levado a sério". (trans. Ryan, 1.369) Seja isto verdade ou não, Margarida é então condenada à morte no ano de 304. A sua legenda, descrita pelos Cruzados diz que morreu decapitada.
     Após sua morte o seu corpo foi reclamado por Teotimo e enterrado por uma viúva nobre.
     As suas relíquias teriam sido roubadas de Antioquia em 980 e trazidas para San Pedro della Valle e daí trasladadas para Montefiascone, Itália, em 1145. Algumas de suas relíquias foram levadas para Veneza em 1213. Várias outras cidades da Europa afirmam terem parte de suas relíquias em suas catedrais. O braço de Santa Margarida encontra-se no Monte Aros no Mosteiro de Vatopelo.
     Tem sido, de igual modo, identificada com Santa Pelagia – sendo "Marina" o equivalente latino ao nome grego "Pelagia" – a qual, segundo a lenda, também se chamava Margarida. Não possuímos documentos históricos que distingam uma da outra. A "Marina" grega é natural de Antioquia, na Síria (em oposição a Antioquia da Pisidia. Todavia, no mundo ocidental perdeu-se a distinção entre os dois locais homônimos.
Iluminura de Jean Fouquet
representando Margarida pastora e Olibrio
     Sendo reconhecida como santa pela Igreja Católica, a sua festa litúrgica foi colocada no Martirológio Romano a 20 de julho. Do século XII ao século XX, ela foi incluída entre os santos celebrados onde quer que se celebrasse o rito romano.
     Na arte litúrgica ela é representada carregando uma cruz ou pisando em um dragão, ou emergindo de sua boca, ou espetando o dragão com uma lança com uma cruz na ponta.
     Ela é invocada pelas mulheres grávidas e pelas pessoas com problemas de estômago, provavelmente por ter sido engolida por um dragão e devolvida inteira, e ainda porque ela tem a reputação de ter prometido às mulheres que a invocassem que elas teriam um parto sem problemas; ela também teria prometido àqueles que a invocassem na agonia da morte que escapariam do demônio.
     Sua festa é celebrada no dia 20 de julho. 
Etimologia: Margarida tem origem no nome latino margarita, vindo do grego margarítes, que quer dizer literalmente “pérola”.

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