A
experiência que os discípulos tiveram com Jesus foi a convivência. Quando os
dois discípulos de João O seguem, Jesus lhes pergunta: “O que procuram”? “Rabi,
onde moras”?, perguntaram. Respondeu Jesus: “Venham e vejam”. Eles foram e
ficaram com Ele aquele dia. Eram 4h da tarde. Quer dizer que passaram ali
aquela noite (Jo 1,35-39). Os
discípulos eram convocados a estarem com Ele. Nos três anos de seu ministério
Jesus tem sempre junto de Si os doze apóstolos. É o nascimento do novo povo,
como as 12 tribos dos filhos de Jacó. Esta convivência foi a primeiro tempo de
catequese. Não é possível catequese sem convivência com o Senhor. Aprendemos do
Senhor, depois sobre o Senhor. Jesus teve a paciência de introduzi-los
lentamente no conhecimento da novidade do Reino. Por isso é claro que Jesus
primeiro cria a comunidade em volta de Si, depois faz o ensinamento. Este tempo
entre Ascensão e Pentecostes é um tempo favorável para o conhecimento de um
método fundamental da Igreja: “Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram
assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, Mãe de
Jesus” (At 1,14). Como a
insistência da missa dominical é muito forte, perdeu-se a preocupação de estar
com Jesus. Uns poucos dias de recolhimento pode gerar em nós força para um ano
inteiro. Pena que não percebamos isso e deixemos de lado este bem. A
preciosidade deste tempo se tornou para muitos necessidade de fazer dele o modo
de vida, como no caso dos monges. É difícil se recolher, pois as atividades são
tantas e as informações se multiplicam. Temos medo do silêncio, pois ele faz
vir fora nosso interior. Temos um furacão dentro de nós. É o que Jesus dizia a
Marta: Você é muito agitada. Vamos ficar juntos e viver este momento de paz.
Foram nove dias de espera. Puderam curtir a ausência e sentir a presença
através do Espírito que se tornou um fogo dentro deles. Este fogo jogaram sobre
a multidão naquela manhã de Pentecostes.
1265.
Espiritualidade da presença.
Podemos
dizer: tenho que viver essa vida agitada, pois é necessário para fazer o que
tenho como trabalho. Vemos o exemplo do próprio Jesus que se retirava para
dentro de Si para estar com o Pai. É o que diz a experiência: “Posso estar só
no meio da multidão ou estar com a multidão dentro de mim quanto estou só”. O
ponto de partida não é o isolamento, o silêncio, mas o sentido de uma presença
que esta comigo. Cantamos: “Vamos caminhando lado a lado, somos teus amigos, ó
Senhor. Tua amizade é nossa alegria; por isso te louvamos com amor”. O hábito
de cultivar esta presença de Deus em nossa vida, em qualquer circunstância,
criará em nós esta cela do coração na qual entramos sempre que quisermos.
1266.
Estar com Ele para anunciar.
Retirar-se
não é um egoísmo espiritual, um diletantismo vazio. É o fermentar um modo de
anunciar. Somente vamos anunciar verdadeiramente quando tivermos essa
convivência com o Senhor. O tempo que passamos com Ele em nosso interior,
fermenta em nós a capacidade de descobrir quem Ele é. Podemos anunciar a partir
de uma experiência pessoal com o Senhor. É bom saber muita coisa sobre o
Pastor, mas é preciso conhecer o Pastor para apresentá-Lo como bom. Nem sempre
teremos possibilidade da formação que necessitamos. Ele nos ensinará. Na
experiência com o povo simples a gente aprende muito como entender a Palavra de
Deus. Ela é curtida, por isso bem conhecida.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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