quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

MALDIÇÃO MATERNA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
Um velho sacerdote nunca mais se esqueceu deste episódio do seu tempo de vigário. Estava aguardando os penitentes na sacristia. Entrou uma senhora bastante idosa. Não queria confessar-se, mas ouvir uma palavra de conforto. Então ela contou, ainda com tremor nas palavras:
-Foi num domingo, muitos anos atrás. A família estava se preparando para ir à missa, quando surgiu um bate-boca, culminando com ofensas e grosserias. Justamente no dia do Senhor.O dono da briga era um dos rapazes. O motivo? Uma bagatela. Mas a mãe despejou em cima dele uma enxurrada de palavrões:
-Você não presta para nada!... Nunca será coisa alguma na vida! Você vai acabar a vida entre as grades de uma cadeia, na sarjeta da rua ou...
Abalado e chocado com palavras tão fortes, o filho procurou um apoio no pai: 
-Pai, será que sou tão ruim assim? 
O pai, que escutara tudo, não disse nada. Parecia estar apoiando a mãe. Horas depois, a mãe entrou no depósito de lenha para pegar alguma coisa. Recuou apavorada. O que tinha visto? O filho suspenso numa trave... enforcado.Chorando, gritou por socorro. Um sacerdote que ia passando na rua com um grupo de rapazes acorreu para ver o que acontecera. Cortou a corda, deu a absolvição sacramental, enquanto tentava reanimá-lo. Mas todas as tentativas foram inúteis. Este foi o domingo negro da família, que nunca mais esqueceram. Aqui a mulher terminou a narrativa trágica. 
Agora com 85 anos, ainda sentia remorso do que dissera ao filho, algumas dezenas de anos atrás. Sentindo aproximar-se a morte, não queria morrer com esse peso na consciência. Queria uma palavra de conforto e perdão. 
Para refletir: — Por cima de tudo o que acontece, paira sempre a infinita misericórdia divina.
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