PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO REDENTORISTA VICE-POSTULADOR DA CAUSA VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER REDENTORISTA |
Um velho sacerdote nunca mais se esqueceu deste episódio do seu tempo de vigário. Estava aguardando os penitentes na sacristia. Entrou uma senhora bastante idosa. Não queria confessar-se, mas ouvir uma palavra de conforto. Então ela contou, ainda com tremor nas palavras:
-Foi num domingo, muitos anos atrás. A família estava se preparando para ir à missa, quando surgiu um bate-boca, culminando com ofensas e grosserias. Justamente no dia do Senhor.O dono da briga era um dos rapazes. O motivo? Uma bagatela. Mas a mãe despejou em cima dele uma enxurrada de palavrões:
-Você não presta para nada!... Nunca será coisa alguma na vida! Você vai acabar a vida entre as grades de uma cadeia, na sarjeta da rua ou...
Abalado e chocado com palavras tão fortes, o filho procurou um apoio no pai:
-Pai, será que sou tão ruim assim?
O pai, que escutara tudo, não disse nada. Parecia estar apoiando a mãe.
Horas depois, a mãe entrou no depósito de lenha para pegar alguma coisa. Recuou apavorada. O que tinha visto? O filho suspenso numa trave... enforcado.Chorando, gritou por socorro. Um sacerdote que ia passando na rua com um grupo de rapazes acorreu para ver o que acontecera. Cortou a corda, deu a absolvição sacramental, enquanto tentava reanimá-lo. Mas todas as tentativas foram inúteis. Este foi o domingo negro da família, que nunca mais esqueceram.
Aqui a mulher terminou a narrativa trágica.
Agora com 85 anos, ainda sentia remorso do que dissera ao filho, algumas dezenas de anos atrás. Sentindo aproximar-se a morte, não queria morrer com esse peso na consciência. Queria uma palavra de conforto e perdão.
Para refletir: — Por cima de tudo o que acontece, paira sempre a infinita misericórdia divina.
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