O desafio fundamental é o querer ser religioso redentorista. Isto é, querer ser o que se propõe. A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração.
sábado, 30 de abril de 2016
O NÓ GÓRDIO
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR Vice-Postulador da Causa Venerável Padre Pelágio CSsR |
Alexandre Magno foi rei da Macedônia, no século IV Antes de Cristo. Tinha fama de ser muito inteligente. Como todos os chefes, ele também tinha opositores. Havia, na época, o célebre “nó górdio”, um nó que se dava numa corda, que ninguém conseguia desatar. Um dia, seus adversários quiseram desafiá-lo em público a desatar o nó górdio, que ele não conhecia. Numa sessão solene, com toda a corte reunida, foram-lhe apresentadas duas cordas amarradas uma na outra com o nó, para que ele o desatasse. O rei observou o nó de todos os lados e viu que era mesmo dificílimo de ser desamarrado. Na hora, desembainhou sua espada e, com um só golpe, cortou o nó no meio. Em seguida, no meio dos aplausos da plateia, pegou as duas cordas, antes amarradas, e as entregou ao que o havia desafiado. Isto aumentou ainda mais a fama e o prestígio do rei Alexandre Magno.
Lição: Daí surgiu a expressão “cortar o nó górdio”, que significa resolver um problema complexo, de maneira simples e direta. Às vezes, em nossa vida, há situações semelhantes ao nó górdio. São difíceis de solucionar. Nestes casos, existe a saída de Alexandre Magno: Em vez de ficar procurando a ponta da meada, cortar o nó.
REFLETINDO A PALAVRA - “Conversar é virtude”
PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
616.
O direito de escutar
Dentro
do quadro das virtudes refletimos hoje sobre a virtude do diálogo. Tudo em nós
é continuação da eterna comunicação que existe entre Pai, Filho e Espírito.
Fomos introduzidos nesta comunicação porque Deus, sendo comunhão, quis se
comunicar conosco e nos deu o dom de nos comunicarmos com Ele. A comunicação
está no ser humano constituindo sua identidade. No universo há uma linguagem que
nos une a todos os seres e nos abre ao diálogo. “O homem não é uma ilha”. Nós
nos comunicamos. “Só encontramos nosso verdadeiro eu, quando nos dirigimos ao
tu dentro do “nós” comunitário”. Sem o espelho do ‘tu’, não conheceremos a face
do “eu”. O ser humano é diálogo, por isso o diálogo é também uma virtude a ser
acolhida e desenvolvida. Exige maturidade e aproveitamento dos dons de escutar,
falar e tocar. Temos o direito de escutar. O que percebemos pelo ouvido não é o
mesmo que entra pelos olhos. São sentidos diferentes. Diz-se que pelo ouvido
chega-se ao coração. Quem mais aprende é quem mais ouve. Todos gostam de falar.
Poucos sabem ouvir. Trata-se do respeito à pessoa do outro. Essa virtude é um
condutor da caridade. Por isso é virtude. Saímos de nós mesmos e deixamos que o
outro entre e se torne presente a nós. Escutar não é só ouvir os sons. É uma
forma de acolhimento. Na educação, nas instituições, de modo particular na
Igreja, escutar é o fundamental para que as pessoas se encontrem e vivam. Se não escutarmos as pessoas, como escutar o
Espírito que fala em nós? Na orientação das pessoas é fundamental ouvir. Dentro
de casa, nas instituições, nos sofrimentos, todos precisam ser ouvidos. Ouvir
com atenção total é a melhor forma do diálogo. Não há necessidade de muitas
respostas. Quem não escuta não tem direito de ser escutado.
617.
O dom de falar
Para
exercer bem a virtude do diálogo é preciso saber falar. Às vezes falamos muito
e não dizemos nada pois produzimos sons e não nos transmitimos. Só comunicamos
quando nós somos a palavra. Jesus falava com autoridade porque falava com
totalidade. Ele era a Palavra que se transmitia por palavras e gestos (milagres).
Nós nos comunicamos quando falamos com amor e com a vida que temos dentro de
nós. Nossa palavra é o dom de nós mesmos. Jesus dizia: “Minhas palavras são
espírito e vida” (Jo 6,63). Poucas palavras
mas que nasçam da vida e produzem um diálogo consistente. A palavra que tem
sentido de vida não é distinta de nós. Todos têm direito a uma palavra com
sentido e com vida. Deste modo poderemos abrir aos outros a capacidade de falar
com sentido. A gratuidade de nosso falar e escutar confere transparência ao
diálogo. A Igreja deve mais ouvir que falar. Deste modo fortalece sua palavra.
618.
O prazer de tocar
O
tato é um sentido que completa o diálogo e às vezes é o único meio. O prazer de
tocar, antes de ser um dado sensual, é uma expressão do amor divino presente em
nós. Jesus tocava as pessoas e as pessoas procuravam tocá-lo, pois dele saia
uma força que curava a todos. A força de comunicação de Jesus brotava de uma
vida doada, que vai culminar na Cruz e na Eucaristia. Ele é o “Corpo dado, Sangue
derramado” (Lc 22,19-20). O toque atinge a
comunicação maior na entrega matrimonial que só será autêntica e completa se
trouxer consigo a capacidade de ouvir e falar. Uma vida doada nessa comunicação
é o amor em totalidade. O diálogo matrimonial é um prazer que santifica.
EVANGELHO DO DIA 30 DE ABRIL
Evangelho segundo S. João 15,18-21.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o mundo vos odeia, sabei que
primeiro Me odiou a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu.
Mas porque não sois do mundo, pois a minha escolha vos separou do mundo, é por
isso que o mundo vos odeia. Lembrai-vos das palavras que Eu vos disse: ‘O
servo não é mais do que o seu senhor’. Se Me perseguiram a Mim, também vos
perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem Aquele
que Me enviou».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia durante a celebração
ecuménica das testemunhas da fé do século XX, 07/05/00 (© Libreria Editrice
Vaticana)
«Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro Me odiou a
Mim.»
«Quem tem apego à sua vida, perdê-la-á; quem
despreza a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna» (Jo 12, 25).
Acabámos de escutar estas palavras de Cristo. Trata-se de uma verdade que, não
raro, o mundo contemporâneo rejeita e despreza, fazendo do amor a si mesmo o
supremo critério da existência. Todavia, as Testemunhas da Fé, que nesta tarde
nos falam com o seu exemplo, não consideraram o seu interesse pessoal, o seu
bem-estar ou a sua sobrevivência como valores superiores ao da fidelidade ao
Evangelho. Apesar da sua debilidade, opuseram uma estrénua resistência ao mal.
Na sua fragilidade, resplandeceu a força da fé e da graça do Senhor.
A
herança preciosa que estas testemunhas corajosas nos transmitiram constitui um
património comum de todas as Igrejas e de cada comunidade eclesial. Trata-se de
uma herança que fala com uma voz mais alta que os factores de divisão. O
ecumenismo dos mártires e das Testemunhas da Fé é o mais convincente, pois
indica aos cristãos do século XXI a via para a unidade. É a herança da Cruz
vivida à luz da Páscoa: herança que enriquece e sustenta os cristãos que iniciam
o novo milénio.
Que a memória destes nossos irmãos e irmãs sobreviva no
século e no milénio que se iniciam. Aliás, cresça! Seja transmitida de geração
em geração, para que dela germine uma profunda renovação cristã! Seja conservada
como um tesouro de valor excelso para os cristãos do novo milénio e constitua o
fermento para a obtenção da plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo!
É com ânimo repleto de íntima comoção que exprimo estes votos. Rezo ao
Senhor para que a plêiade de testemunhas que nos circunda ajude todos nós,
crentes, a expressar com igual denodo o nosso amor a Cristo, Àquele que está
sempre vivo na sua Igreja: assim como ontem, também hoje, amanhã e para sempre!
30 DE ABRIL - A CIDADE DOS ENFERMOS
Uma pobre mulher está morrendo porque não conseguiu internação. Os filhos choram junto ao leito da agonizante. Pe. José Bento Cottolengo (1786-1842) assiste a esta cena confrangedora sem poder fazer nada. Mas tomou uma resolução: tudo faria para que tais cenas não se repetissem. Vendeu o pouco que tinha, inclusive a capa, alugou alguns quartos e começou sua obra de assistência. A quem confiar esta obra? Sim, à Divina Providência. O ministro do rei se ofereceu para patrocinar o arrojado empreendimento. Pe. Cottolengo respondeu que não era preciso, pois já possuía um bom padrinho. E apontou para o que escrevera no frontispício: Piccola Casa della divina Providenza. Hoje esta casa virou uma cidade dentro da grande Turim. Abriga mais de oito mil doentes, atacados de todas as enfermidades. Nos duzentos e cinqüenta anos de existência, nunca foi preciso pedir esmola nem criar fundos para manutenção. Quem cuida é a Divina Providência. Deus Pai continua mantendo o contrato até hoje. Em troca, os internos se revezam dia e noite, em adoração perpétua, nas diversas capelas existentes nessa imensa “Casa da Caridade”. Muitas entidades caritativas inspiraram-se nesta obra, entre elas, a conhecida “Vila São Bento Cottolengo” em Trindade,GO..
Outros santos: São Pio V
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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S. José Bento Cottolengo, presbítero, fundador, +1842
Nasceu no dia 3 de Maio de 1786 em Bra, na região de Piedmont, Itália de uma família da classe média e estudou em um seminário em Turim. Ordenou-se em 1811 . Foi pároco em Bra e em Corneliano. Entrou para a Ordem de Corpus Christi em Turim. Foi cânon da Igreja da Trindade em Turim. Uma noite foi chamado a cama de uma mulher pobre e doente em trabalho de parto. A mulher necessitava desesperadamente de ajuda médica mas para todos os lados que ia não encontrava ajuda por falta de dinheiro. José ficou com ela durante todo trabalho e ouviu dela a confissão, deu sua absolvição e a comunhão e a extrema unção. Batizou a pequena criança e os olhava boquiaberto enquanto ambos morriam na cama. O trauma mudou a sua vida e a sua vocação. Em 1827 ele fundou um abrigo para os doentes e pobres, alugando uma casa e enchendo os quartos com camas e procurando homens mulher voluntárias. O local se expandiu e ele recebeu ajuda dos Irmãos de São Vicente e das Irmãs Vicentinas. Durante a cólera de 1831 a policia local fechou o hospital pensando que era a origem da doença. Em 1832 ele transferiu a operação para Valdocco e chamou o Abrigo de Pequena Casa da Divina Providencia. A Casa começou a receber apoio e suporte e cresceu em asilos, orfanatos, hospitais, escolas, casa de aprendizado para pobres e capelas. Vários programas para o pobres, doentes e necessitados de todos os tipos foram criados. Esta pequena Vila dependia totalmente das almas caridosas e José não aceitava ajuda oficial do Estado. A casa ainda funciona até hoje, servindo a 8000 pessoas ou mais por dia .Ele fundou ainda 14 comunidades para os residentes inclusive as Filhas da Companhia do Bom Samaritano , Os Eremitas do Santo Rosário e os Padres da Santíssima Trindade. Faleceu em 30 de abril de 1842 de tifo em Chieri, Itália. Foi canonizado em 1934 pelo Papa Pio XI. Sua festa é celebrada no dia 30 de abril.
S. Pio V, papa, +1572
Miguel Guisleri foi uma figura de extrema importância para a vida da Igreja Católica. Nascido em Bosco Marengo na província da Alexandria, em 1504, aos quatorze anos ingressou na vida religiosa entrando na ordem dominicana. A partir daí a sua vida desenvolve-se, pois alcançaria rapidamente todos os degraus de uma excecional carreira. Foi professor, prior do convento, superior provincial, bispo de Mondovi e finalmente Papa, aos 62 anos, com o nome de Pio V. Promoveu diversas reformas na Igreja através do Concilio de Trento, como, por exemplo, a obrigação de residências para bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos Bispos, o incremento das missões, a correção dos livros litúrgicos e a censura das publicações. A sua autoridade e prestígio pessoal impunham a sua personalidade de pulso firme e de atitudes rigorosas, como a que tomou em relação à invasão dos turcos, pondo fim aos seus avanços a 7 de outubro de 1571, na famosa batalha de Lepanto. Apesar do seu carácter marcante, apresentava sinais de um homem bondoso e condescendente para com os humildes, paterno, às vezes, e extremamente severo com aqueles que faziam parte do corpo da Igreja. Mesmo sabendo das consequências que sofreria a Igreja, não pensou duas vezes ao excomungar a rainha Elizabete I. Morreu em 1 de maio de 1572. A sua canonização chegaria em 1712 e a sua memória fixada a 30 de abril.
ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE ABRIL
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sábado – Santos: Pio V, Lourenço de Novara, Sofia
Evangelho (Jo 15,18-21)“Porque não sois do mundo, porque eu vos
escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia.”
Na linguagem de
João, mundo geralmente é tudo quanto se opõe às propostas de Deus. Nesse
sentido há oposição total entre o mundo e os discípulos de Jesus. Nossa vida,
orientada pelo evangelho, exige de nós opção definitiva por outro conjunto de
valores. Como o próprio Senhor diz, não podemos servir a dois patrões; não
encontraremos felicidade enquanto não nos decidirmos por Jesus.
Oração
Senhor Jesus,
creio em vós, estou seguro que encontrarei felicidade seguindo vossas
propostas, e deixando que me leveis para a verdade e a vida. Nos momentos de
indecisão, ajudai-me para não vos abandonar, e inspirai-me o que devo fazer.
Confio em vós, e sei que quereis somente meu bem. Fazei que para mim o mais
importante seja sempre poder contar com vosso amor. Amém.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
MÃOS LIMPAS, PORÉM VAZIAS
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR Vice-Postulador da Causa Venerável Padre Pelágio CSsR |
Morreu um rico, e foi acertar as contas no céu. São Pedro consultou o grande livro da vida, meneou a cabeça e disse:
- Seu nome consta no livro, mas a folha está em branco!
O rico, que se julgara muito correto, empalideceu:
- Eu nunca fiz mal a ninguém. Olhe aqui minhas mãos. Estão limpas.
- Aí está seu pecado: Suas mãos estão limpas, mas... vazias.
Lição: Muitos dizem: Não mato, não roubo, não faço mal a ninguém.
Se não pecaram por obras, pecaram por omissão.
- Como és morno, nem frio nem quente, começarei a vomitar-te da minha boca (Ap 3,16).
REFLETINDO A PALAVRA - “Na escola de Paulo”
Na primeira leitura, Paulo narra sua história. Ele crê
que foi escolhido por Deus. Vive como verdadeiro judeu, versado na lei, na
prática religiosa e no ciúme por sua fé, como diz: “Eu sou judeu, nascido em
Tarso na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel,
fui instruído em todo o rigor da lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso
da causa de Deus, como acontece hoje convosco” (At
22,3). No zelo pela pureza da religião persegue os cristãos apoiando os
chefes do povo para eliminar os que seguiam Jesus (At.
22,4-5). No caminho de Damasco tem seu encontro com Cristo que o
“derrubou do cavalo”. Não que tenha caído do cavalo, mas tropeçou em Cristo que
o escolheu. Viu a luz. Paulo, como os outros apóstolos, responde imediatamente: “Que devo fazer, Senhor?”
Passou 3 dias nas trevas da cegueira física, mas, quem sabe, na luta interior para
entender a forte experiência que tinha feito no encontro com Deus. Isso leva-nos
a perceber que, buscando a verdade, nós sempre a encontraremos. Abrem-se seus
olhos e ele é batizado (At 22,7-13). É a história de sua vocação
que ele mostra aos judeus com a segurança de que não é contra a fé judaica, mas
segue a fé dos antepassados que anuncia Cristo. Ele sintetiza em si a história
do povo judeu que, vindo dos antepassados, passa necessariamente por Cristo.
Paulo escolhe Cristo como um caminho coerente com a fé dos antepassados. A
grande dor de Paulo é ver seu povo distanciado de Cristo (Rm 9,1-5). Cristo conquistou Paulo. Ele
escreve: “Fui alcançado por Cristo” (Fl 3,12).
Sua opção fundamental é viver Cristo: “Tudo considero perda, pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fl 3,8).
Para mim viver é Cristo, afirma com toda alegria (Fl,
1,21).
Plantando
a Igreja
A
missão de Paulo é anunciar Jesus Cristo, seguindo o preceito de Jesus: ide pelo
mundo inteiro e anunciai o evangelho da toda criatura (Mc 16,15). Ele escreve aos coríntios: “Pregar o Evangelho não é
para mim um motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição.
Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor
16,16). Essa missão ele a faz com muito empenho, mesmo tendo que
enfrentar os cristãos que, vindos do judaísmo, queriam impor as tradições
judaicas. Fundou a Igreja no meio dos pagãos, como se definiu em Jerusalém com
os apóstolos: Pedro anunciaria o evangelho aos judeus e Paulo aos pagãos (Gl 2,7). Ele estabeleceu comunidades por toda
Ásia Menor e as acompanhou com amor de mãe. Foi incansável, passando por tantos
perigos (2 Cor 11,26).
Indicando
caminhos
Paulo nos indica caminhos muito
claros para a vida cristã: definição por Cristo semmeias medidas. Viver é viver
Cristo. Viver Cristo é anunciar Cristo. Anunciar Cristo é criar comunidades que
se tornem viveiros de anunciadores do evangelho. Paulo não exclui companheiros
em seu ministério. Ele envolve leigos, colaboradores. Estimula as comunidades a
colaborarem com os fracos e pobres da comunidade de Jerusalém. Sabe acolher os
fracos e estar com eles. Não se exime de enfrentar os que dificultam a
evangelização, como ele diz, enfrentando Pedro (Gl
2,11). Cada Eucaristia nos
estimula a viver esta mesma opção de Paulo: Para mim, viver é Cristo!
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
EVANGELHO DO DIA 29 DE ABRIL
Evangelho segundo S. João 15,12-17.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis
uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que
dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos
mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu
senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu
Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei,
para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto
pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos
ameis uns aos outros».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta apostólica para o 6.º
centenário da morte de Santa Catarina de Sena
Santa Catarina de Sena: uma vida mística e uma vida de
acção
Quando, em 1347, Catarina vê a luz do dia,
vive-se uma situação muito difícil em Itália e na Europa: anunciava-se a peste
negra, que haveria de semear a devastação; a sociedade estava perturbada pela
Guerra dos Cem Anos e pelas invasões de mercenários; os papas tinham tido de
trocar Roma por Avinhão e o cisma do Ocidente prolongar-se-ia até 1417. Filha de
um tintureiro, Catarina toma rapidamente consciência das necessidades do mundo
que a rodeia. Atraída pela forma de vida apostólica das Dominicanas, pede para
ser agregada à ordem terceira (as chamadas «mantellate»), que não eram
propriamente religiosas nem viviam em comunidade, mas usavam o hábito branco e o
manto preto dos frades pregadores. [...]
Catarina estava rodeada de uma
multidão heterogénea de discípulos de todo o tipo e com múltiplas origens, que
se sentiam atraídos pela pureza da sua fé e pela liberdade da sua aceitação da
palavra de Deus, desprovida de matizes e cedências. [...] Atingiu o auge do seu
progresso interior nas núpcias espirituais [...], pelo que seria de esperar que
a sua vida passasse a decorrer na solidão da contemplação. Mas Deus tinha-a
atraído a Si para que ela estivesse unida a Ele na obra no seu Reino. [...] Era
desígnio de Cristo uni-la estreitamente a Si pelo amor ao próximo, isto é, quer
pela doçura dos laços da alma, quer pelos trabalhos exteriores, naquilo a que se
chama uma mística social. [...]
Depois de se ter dedicado à conversão
dos pecadores individuais, passou à reconciliação de pessoas e famílias
atingidas por conflitos, e depois à pacificação de cidades e de Estados. [...] O
impulso interior do Mestre divino abriu-lhe, por assim dizer, uma nova
humanidade. Foi assim que esta humilde filha de um artesão, iletrada,
praticamente sem estudos nem cultura, teve a inteligência das necessidades do
seu tempo, a ponto de ultrapassar os limites da sua cidade e de alcançar, com a
sua actividade, uma dimensão mundial.
29 DE ABRIL – A SANTA QUE CONVENCEU O PAPA
Os Papas residiam na cidade francesa de Avinhão desde 1309. Ficaram 70 anos nesse exílio chamado “cativeiro de Avinhão”. O Papa Gregório XI foi o sétimo Papa a viver nessa situação de exílio. Pressionado de ambos os lados, franceses e italianos, não sabe o que fazer. Precisa de uma palavra amiga, de um conselheiro sincero. Para isso mandou chamar Irmã Catarina (+ 1380), conhecida pela sua franqueza e coragem. Ela entrou na sala, humilde e tranqüila. Ele começou:
- Prezada Irmã, é verdade que suas mãos caridosas cuidaram dos enfermos durante a última epidemia? Contam que você cuidou de uma leprosa, totalmente carcomida pela doença, e acabou se contagiando também. . .
- Sim, Santo Padre. Mas sarei. Havia muita gente que precisava de mim.
-Você consolou e ajudou exilados, empestados, famintos, e encarcerados. Não tem também uma palavra de conforto para este pobre servidor da Igreja?
Estou tão atribulado e desnorteado.
- Santo Padre - disse Catarina com ternura e firmeza - só existe um caminho: a volta para Roma. Então haverá paz no seu coração e no coração da cristandade.
O Papa permaneceu longo tempo mergulhado em profundo silêncio. Depois, erguendo a cabeça, disse com voz sumida:
-Sim, voltarei para Roma.
Dia 17 de janeiro de 1378 Gregório XI fazia sua entrada em Roma, graças ao empenho corajoso de Santa Catarina de Sena. (O coro dos anjos, Pe. Hünermann).
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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Santa Catarina de Siena
Santa Catarina de Siena nasceu em Siena no dia da Anunciação e começou a ter experiências místicas aos 6 anos vendo anjos da guarda, claramente com as pessoas as quais eles protegiam. Tornou-se uma Dominicana quando tinha 16 anos e ainda continuou a ter visões de Cristo, Maria e dos santos. Santa Catarina foi uma das mais brilhantes mentes teológicas do seu tempo, não tendo entretanto qualquer educação formal. Trabalhou com êxito como moderadora entre a Santa Sé e Florença e persuadiu o Papa a voltar para Roma de Avignon. Finalmente conseguiu a conciliação no reinado do Papa Urbano VI. Mas tarde Santa Catarina se estabeleceu em Roma, onde lutou infatigavelmente com orações, exortações e cartas para ganhar novos partidários para o Papa legítimo. Em 1377 quando ela morreu, já havia conseguido curar as feridas e acabar com o Grande Schisma Ocidental. Santa Catarina de Siena foi ao Convento onde estava a sua sobrinha de nome Eugenia, e foi visitar o corpo incorrupto de Santa Agnes de Montepulciano, para venera-la. Quando ela se inclinou para beijar o pés de Santa Agnes, todos ficaram maravilhados ao verem que Agnes levantava o seu pé, suavemente, ao encontro dos lábios de Catarina. Ela teve visões de Jesus, Maria, São João, São Paulo e São Domingos, o fundador da Ordem dos Dominicanos. Durante uma dessas visões a Virgem Maria a apresentou a Jesus que a desposou, colocando um anel de ouro com quatro pérolas em um círculo e um grande diamante no centro, dizendo a ela: "receba isto como um penhor e testemunho que você é minha e será minha para sempre". Experimentou maravilhosas experiências misticas. Com a idade de 26 anos, ela começou a sentir as dores de Cristo, em seu corpo. Dois anos mais tarde, em 1375, durante uma visita a Pisa, ela recebeu a Comunhão na pequena igreja de Santa Christina. Quando ela meditava e agradecia orando ao crucifixo, raios de luz furaram suas mãos, pés e o lado e todos puderam ver os estigmas de Cristo nela. Por causa de tanta dor ela não falava nem comia. Assim ficou por oito anos sem comer líquidos ou qualquer outra coisa que não fosse a Sagrada Comunhão (Inédia). Ela orava para que as marcas não fosse muito visíveis, e elas ficaram pouco visíveis, mas após sua morte os estigmas ficaram bem visíveis em seu corpo incorrupto, como uma transparência na pele, no local das chagas de Cristo. As vezes quando orava ela levitava. Uma vez quando recebia a Sagrada Comunhão o padre sentiu a hóstia tornar-se viva, movendo-se agitada e voando de seus dedos para a boca de Catarina. Na "Vida de Santa Catarina" a Madre Francisca Raphaela relata que a santa era imune ao fogo. Ela conta que certa vez Catarina caiu em um fogo na cozinha e apesar do fogo ser grande quando foi retirada dêle por outros membros presentes, nem ela, nem suas roupas estavam sequer chamuscadas. Das cartas de Santa Catarina de Siena há uma trilogia chamada "O Diálogo" que é considerado o mais brilhante escrito da história da Igreja Católica. Morreu jovem, aos 33 em anos de idade, em 29 de abril de 1380, mas seu corpo foi encontrado incorrupto e conservado em 1430. Foi canonizada em 1461 e declarada Doutora da Igreja em 1970. É co-padroeira do Continente Europeu junto com Santa Edith Stein e Santa Brígida da Suécia, e padroeira da Itália junto com São Francisco de Assis. Ela é padroeira dos Consultores. A festa em comemoração a santa em Criciuma, Santa Catarina é uma das mais lindas do Brasil. Sua festa é celebrada no dia 29 de abril.
São Roberto de Molesmes-Conhecido tambem como Roberto de Molesques .
Nascido de pais nobres em Troyes,Champanhe ,França em 1018, morreu em 21 de março de 1110 e foi canonizado em 1222. Roberto foi um dos fundadores do movimento Cisterciense, como os monges de Cluny no 10° século e era beneditino. A Regra de São Benedito havia perdido o seu valor desde a sua fundação na Itália no sexto século. A fidelidade absoluta a esta Regra era o alvo de São Roberto, que o perseguiu toda a sua vida. São Alberico juntou-se a Roberto neste objetivo e foram seguidos logo por São Stephen Hardind, mas eles não tinham a iniciativa de Roberto, a sua energia, e a coragem capaz de vencer os obstáculos que não foram poucos. Como Stephen, Roberto recebeu o seu treinamento beneditino em Moutier-La-Celle quando tinha 15 anos. Ele foi indicado prior, logo após o seu noviciado na então Abadia de Miguel de Tonnerre. Ele tentou sem sucesso, reformar a Abadia. Os escândalos na Abadia eram a grande motivação por traz das atividades de Roberto. Os monges pareciam ter se esquecido da disciplina imposta por São Benedito de Núrsia aos beneditinos, ao fundar a Ordem. Não era a Regra que estava antiga e fora de moda, mas sim os homens que estavam fracos, mesquinhos e preguiçosos. O primeiro desejo de Roberto era convence-los do seu erro. Roberto retornou a Moutier-La-Celle após ter conhecido um grupo de eremitas na floresta de Collan, os quais por sua vez queriam que ele vivesse com eles mas Roberto primeiro tinha que obedecer ao Abade de Moutier-La-Celle que o enviou a Saint-Avoul. Mas Roberto conseguiu nada menos que um decreto do Papa Alexandre II para que Roberto e os eremitas ficassem juntos de novo. O decreto apontava Roberto o superior deles e assim Roberto e eles foram viver na floresta de Molesque em 1075, seguindo estritamente a Regra de São Benedito. Foi lá que Roberto e Stephen se encontraram e Roberto fundou um pequeno monasterio em Molesques e passou a ser conhecido como Roberto de Molesmes. O que Roberto conseguiu lá foi um modelo em miniatura de uma Ordem que passou a ser chamada mais tarde de Cisterciense. No início um mero agrupamento de tendas em torno de uma capela com um oratório e homens que seguiam estritamente a Regra de São Bendito. Esses homens passavam o dia em períodos de silencio, preces ,em contemplação e trabalho, e tinham muito mais dependência com Deus que com o mundo. Eles partilhavam o evangelho- a pobreza- a castidade – a obediência e faziam tudo isto numa atmosfera de alegria e paz. A austeridade e a santidade dos membros era rejuvenescida com um grande influxo de candidatos e Roberto para afastar os fracos, sucessivamente aumentava os valores a um nível mais rígido de tal modo que acabou sendo chamado a atenção pelo bispo de Troyes, que achava que sua autoridade estava sendo violada. Roberto novamente sacudiu a poeira dos seus pés e deixando Alberico e Stephen para traz se retirou para um ermida em Or. Chamado de novo para Molesque e desgostoso, ele tentou escapar a jurisdição do bispo de Troyes e conseguiu ficar sob a jurisdição do bispo de Landres, que finalmente conseguiu a aprovação do Arcebispo de Lyons e mais tarde do legado Papal (em 1098) e finalmente a Ordem que recebeu na Diocese de Chalon-sure-Saone o nome e sua Constituição, onde estava claro que seus membros teriam que seguir a mais estrita observância da Regra de São Benedito. É famoso na França como fundador da Abadia de Citeaux. Mais tarde Roberto foi eleito Abade e foi indicado para reformar a Abadia de Moutier-La-Celle e desta vez ele finalmente conseguiu. Ele dizia : "Seja primeiro um cisterciense e depois um santo" De fato Roberto foi o fundador da Ordem dos Cistercienses. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um monge cisterciense escrevendo um livro. As vezes é mostrado segurando uma cruz e um anel e as vezes com o símbolo das armas da Abadia de Molesmes ao seu lado e ainda as vezes com São Stephen Harding. Sua festa é celebrada no dia 29 de abril.
ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE ABRIL
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 – Sexta-feira– Santos: Catarina de Sena
Evangelho (Jo 15,12-17) “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros,
como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos
amigos.”
Se queremos viver
com Jesus a aliança que ele nos oferece, temos um mandamento a guardar:
amar-nos. Esse amor mútuo, logo abaixo do amor a Deus, tem de ser incondicional
e gratuito. Se nos perguntamos até onde deve ir, Jesus aponta para o amor com
que nos ama: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a
vida pelos amigos. Com isso
nos tira qualquer pretexto ou desculpa.
Oração
Senhor Jesus, agradeço o dom da caridade, que
me permite amar meu próximo, e o amor que recebo de meus irmãos. Ajudai-nos a
superar as diferenças inevitáveis, e a transformá-las em riquezas para nós.
Fazei que o amor fraterno entre nós mostre para todos o poder de vosso amor, e
que o perdão apague nossos ressentimentos e mágoas. Assim aos poucos ainda
aprenderemos a amar. Amém.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
OS TRÊS FILHOS DEFICIENTES
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR Vice-Postulador da Causa Venerável Padre Pelágio CSsR |
Havia, certa vez, um pai que tinha três filhos rapazes, os três deficientes. Um caminhava batendo com o calcanhar no chão. O outro balançava a mão para cá e para lá. E o terceiro arrastava um pé. O que o pai fez para não se atrofiarem? Preparou um terreno para plantar feijão e encarregou os três de fazer o plantio. O primeiro ia na frente abrindo as covas com uma vanga. O segundo, que balançava a mão, ia jogando as sementes nas covas. E o terceiro, que arrastava o pé, ia cobrindo as sementes com terra. Foi um sucesso.
Nossa lição: A pessoa humana tem uma grande riqueza de qualidades e uma capacidade enorme para superar possíveis limitações. Até uma deficiência física pode se transformar em instrumento de serviço e realização pessoal. Vale aqui o provérbio: Em vez de maldizer a escuridão, acenda um fósforo. E este outro: Transformar um obstáculo em trampolim para dar o mergulho.
O EXEMPLO DAS ABÓBORAS
Parábolas do Reino
O sitiante estava com pressa. Jogou as abóboras na carroça para levá-las ao mercado, pensando
-"Elas que se arranjem" .
E saiu, tocando o burro estrada afora. Ao longo do caminho para o mercado as abóboras foram se ajeitando. Ainda bem: Os compradores gostaram do bom arranjo da mercadoria. Foi daí que surgiu o provérbio: “É no sacolejar da carroça que as abóboras se ajeitam”.
Lição: Isto vale não só para abóboras, mas para o nós também. É nos dissabores do dia que aprendemos a viver. “Caminheiro, você sabe, não existe caminho. Passo a passo, pouco a pouco, o caminho se fazendo".
REFLETINDO A PALAVRA - "POUPANÇA"
PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
613. Saber
economizar
Parece
um contra-senso falar de generosidade, como refletimos, e falar de poupança. Sabemos
que a caridade não tem limites. O grande limite do amor é o justo limite que é
saber possuir para amar mais e melhor. O amor nunca é demais. A grande poupança
é virtude quando o fazemos para socorrer as necessidades alheias. O mal do avaro
é a incapacidade de ver o limite dos bens. O limite é a dimensão divina do que
existe. Tudo é para todos, como Deus é para todos. Não existe alguém que tenha
um pedaço de Deus. Nós o temos em totalidade. Partimos
da natureza: Deus criou o mundo, como lemos no primeiro capítulo do Gênesis e
deu ao homem. Assim reza o texto: “Dou-vos toda planta... Serão vosso
alimento”. O mesmo disse dos animais (Gn 1,29-30).
Diz ao homem: “Sede fecundos e multiplicai-os, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). A palavra “submeter”, em hebraico,
tem o sentido de pisar com o pé. Não está dizendo que o homem é absoluto dono.
O que se quer proclamar é que ao homem foi dado o cuidado de fazer a terra
crescer. Por outro lado a Escritura diz que estes bens não são “deuses”. Neste
sentido é superior. Ao falar em poupança, buscamos o justo equilíbrio entre o
ser humano e natureza. O homem não pode usar os bens da terra em prejuízo de si
mesmo. Aqui se refere ao aspecto ecológico de preservação. A matéria prima deve
ser protegida para que o mundo não se torne um deserto vazio. Os que virão
depois de nós têm o direito de ter uma terra bela e feliz. A ganância dos
“donos do mundo” é acabar com o que existe em proveito próprio. Em pequena
escala, todos temos responsabilidades. A poupança dos bens da natureza é uma
virtude a ser cultivada. É uma filha do amor e tem que ser vivida em termos de
globalização. Resguardar o mundo do mal da ganância é fazê-lo o paraíso que
Deus confiou ao homem para cultivar, não transformar em “espinhos e capoeira” (Gn 3,18). O pecado está em destruir o que é de
todos. Poupar o que é de todos é virtude que salva o mundo. O problema da
preservação da natureza é também religioso O consumismo é uma cultura de morte.
614. Sabedoria
da poupança
Fazer
economia não é somente uma questão financeira, mas envolve toda a vida da
pessoa, por isso é também espiritual. Trata-se de uma virtude, isto é, energia
de Deus em nós. Ela nos orienta no uso dos bens. Não economizamos porque vamos
precisar amanhã, mas porque outros viverão a partir de nós. É isso que Jesus chama de ser ricos para Deus (Gn 12,28). Uma riqueza acumulada com a exploração
da sede de ter sempre mais, provocada pela mídia é um mal para a humanidade. A
mídia provoca o desejo exacerbado das novidades e comodidades e acumula para
poucos e a população vive em carências inúteis e se endivida, como vemos. Um
dos remédios para o consumismo é ter uso moderado dos bens de consumo em vista
do bem maior que nos trará contentamento: “Não é a abundância dos bens
terrenos, mas a qualidade de seu uso que contribui para nossa felicidade”.
615. Grandeza
do multiplica
“O homem que poupa, que se empenha
com todas as suas energias no bem da comunidade e de todos os que necessitam de
ajuda, participa inteiramente da alegria que procura para os outros. A
experiência de semelhante satisfação comunitária alarga ainda mais a sua
generosidade e leva-o a descobrir, com espanto que pode ainda renunciar a
muitas mais coisas, já que isso se converte em fonte de alegria participada” (Pe. Häring). Se pouparmos para ter, seremos
ricos. Se pouparmos para ser, seremos felizes. Jesus era rico e se fez pobre
par anos enriquecer com sua pobreza (2Cor 8,9).
EVANGELHO DO DIA 28 DE ABRIL
Evangelho segundo S. João 15,9-11.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu
vos amei. Permanecei no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha
alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge,
bispo, doutor da Igreja - Prosologion, 26
«Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a
vossa alegria seja completa.»
Eu Te peço, meu Deus, faz que Te conheça e
Te ame, para que a minha alegria esteja em Ti. E, se isso não for plenamente
possível nesta vida, faz ao menos que eu progrida todos os dias até atingir a
plenitude. Que nesta vida o teu conhecimento cresça em mim e que ele esteja
completo no último dia; que o teu amor cresça em mim e que ele seja perfeito na
vida futura, para que a minha alegria, já grande em esperança cá na terra, seja
então completa na realidade.
Senhor meu Deus, através de teu Filho
mandaste-nos, ou melhor, aconselhaste-nos a pedir; e prometeste-nos que seríamos
atendidos, para que a nossa alegria seja perfeita (Jo 16,24). Faço-Te, Senhor, a
oração que nos sugeres pela boca daquele que é o nosso «Conselheiro Admirável»
(Is 9,5). Que eu possa receber o que prometeste pela boca daquele que é a
Verdade, para que a minha alegria seja perfeita. Deus verdadeiro, faço-Te esta
oração; atende-me para que a minha alegria seja perfeita.
Que doravante
seja esta a meditação do meu espírito e a palavra dos meus lábios. Seja este o
amor do meu coração e o discurso da minha boca, seja a fome da minha alma, a
sede da minha carne e o desejo de todo o meu ser, até ao dia em que entre na
alegria do Senhor (Mt 25,21), Deus único em três Pessoas, bendito pelos séculos.
Ámen.
28 DE ABRIL - GIANNA BERETTA MOLLA, MÃE DE FAMÍLIA
Gianna nasceu a 4 de outubro de 1922, em Magenta, na Itália. Pertencia a uma família de 13 irmãos. Escolheu a profissão de médica a qual já era uma tradição na família, Casou-se com Pietro Molla, engenheiro industrial também militante da Ação Católica. Estava decidida a formar uma famíla cristã... Ingressou na Ação Católica desde muito jovem. Aos 39 anos, grávida do seu quarto filho, começou a ter complicações de saúde. Mais tarde, o seu marido contou Oe pormenores: «Durante a quarta gravidez 1961, apareceu um grande fibroma no útero, por causa do qual, aos dois meses e meio de gestação do bebé, foi necessário fazer uma intervenção cirúrgica». Este foi o início do holocausto. Fidelíssima aos seus princípios morais e religiosos, ordenou sem hesitações que o cirurgião se ocupasse primeiramente de salvar a vida da sua "criaturinha". Nas vésperas do parto não hesitou em reunir à sua cabeceira o marido e os médicos para lhes dizer:_”Se tiverem de escolher entre o bebé e eu, não duvidem: escolham, eu exijo, a criança. Salvem-na!" Com estas convicções profundas e sabendo o que a esperava, (Gianna era pediatra), deu entrada na clínica de Monza dia 20 de Abril de 1962, sexta feira santa, tendo dado à luz a sua filha Gianna Manuela. Santa Gianna faleceu oito dias depois. O seu processo para a canonização teve início em 1980. Foi proclamada Santa no dia 16 de maio de 2004. É a protetora das mães gestantes.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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S. Luís Maria Grignion de Montfort, presbítero, +1716
Nasceu em 1673 na aldeia de Montfort, em França. Foi educado no colégio da Companhia de Jesus de Rennes e ordenado padre em 1700. Fundou uma congregação de sacerdotes, a "Companhia de Maria", para o ministério de missões populares, e uma congregação feminina, as "Filhas da Sabedoria". Foi um missionário infatigável e abnegado que, com missão recebida directamente do Papa, evangelizou a Bretanha e diversas regiões de França ao longo de muitos anos, tendo sofrido inúmeras perseguições, instigadas pelo espírito jansenista que nessa época se tinha infiltrado não só entre os fiéis como entre o clero e até na hierarquia da Igreja de França. A característica que mais o distinguiu na sua pregação e marca a sua espiritualidade foi a devoção à Virgem Santíssima, com modalidades tão pessoais que fazem dele um caso sem igual na espiritualidade mariana de todos os tempos. Morreu santamente em 1716. Foi beatificado por Leão XIII e canonizado por Pio XII.
S. Pedro Chanel, presbítero, mártir, padroeiro da Oceânia, +1841
São Pedro Maria Chanel é o padroeiro da Oceânia. Nasceu em Cuet, França, no ano de 1803. Em 1824, ingressou no seminário de Bourg e em 1827 foi ordenado sacerdote. Foi vigário de Amberieu e de Gex. Entrou depois, para a Sociedade de Maria, sob a guia do Pe. Colin. Em 1837 partiu na companhia de um confrade leigo para Futuna, uma pequena ilha no Oceano Pacífico, no arquipélago de Tonga. A sua pregação logo produziu frutos abundantes entre a geração jovem da ilha. Mas logo veio a reacção e a oposição dos líderes mais antigos, ciosos das suas tradições e costumes, ameaçados pelo "sacerdote branco". Avisado pelos amigos do risco que corria e para que deixasse a ilha, São Pedro ignorou o aviso e decidiu permanecer e continuar a pregação. O seu martírio deu-se no dia 28 de Abril de 1841. O seu sacrifício não foi em vão. A semente de sua pregação germinou e todos os habitantes acolheram o cristianismo.
Santa Joana Beretta Molla, mãe de família, +1962
Gianna nasceu a 4 de outubro de 1922, em Magenta, na Itália. Pertencia a uma família de 13 irmãos. Escolheu a profissão de médica a qual já era uma tradição na família e casou em 1955 com Pietro Molla, engenheiro industrial também militante da Ação Católica. Estava decidida a formar uma família cristã e a coadonar a sua vida familiar, profissional e apostólica no seu projeto de vida. Ingressou na Ação Católica desde muito jovem, em 1943 e pôs-se ao serviço dos irmãos através de variados cargos , quer na área estudantil quer paroquial. Aos 39 anos, grávida do seu quarto filho, começou a ter complicações de saúde. Mais tarde, o seu marido, então com 82 anos recorda os pormenores: «Durante a quarta gravidez, em setembro de 1961, apareceu um grande fibroma no útero, por causa do qual, aos dois meses e meio de gestação do bebé, foi necessário fazer uma intervenção cirúrgica». Este foi o início do holocausto. Fidelíssima aos seus princípios morais e religiosos, ordenou sem hesitações que o cirurgião se ocupasse em primeiro lugar de salvar a vida da sua "criaturinha". Nas vésperas do parto não hesitou reunir à sua cabeceira o marido e os médicos para lhes dizer:_Se tiverem de escolher entre o bebé e eu, não duvidem: escolham, exijo-vos , a criança. Salvem-na!" Com estas convicções profundas e sabendo o que a esperava, (Gianna era pediatra), deu entrada na clínica de Monza no dia 20 de Abril de 1962, sexta feira santa, tendo dado à luz a sua filha Gianna Manuela. Santa Gianna faleceu oito dias depois. O seu processo para a canonização teve início em 1980. O Papa João Paulo II declarou-a venerável em julho de 1991.Durante mais de 20 anos a sua vida, os seus escritos, os testemunhos e as virtudes desta jovem mulher, foram cuidadosamente examinados, bem como os milagres atribuidos à sua intercessão e confirmados pela Igreja. Na sua beatificação, a 24 de abril de 1994, o Papa propô-la como modelo para todas as mães.Foi proclamada Santa no dia 16 de maio de 2004.
ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE ABRIL
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Quinta-feira– Santos: Pedro Chanel, Valéria
Evangelho (Jo 15,9-11)“Como meu Pai me amou, assim
também eu vos amei. Permanecei no meu amor.”
Cada um de nós foi
criado por amor pessoal de Deus, cada um querido como se fosse único. Tudo que
somos, temos e fazemos prova a grandeza do amor divino por nós. Amor tão grande
que nos quer fazer participantes da vida da Trindade. Jesus convida-nos a
permanecer nesse amor, deixando-nos ser amados, acarinhados. Nisso está nossa
única possibilidade de ser felizes e realizados.
Oração
Senhor meu Deus,
tanto me amais que me dais vosso Filho, para que nele eu possa participar de
vossa vida divina. Vosso amor gratuito por mim, exige que vos ame acima de tudo
e de todos, e me deixe amar. Não permitais que me separe de vosso amor, pois
sem vós minha vida não tem sentido. Aceito vosso amor, entrego-me em vossas
mãos, fazei de mim o que vos aprouver. Amém.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
O CLIENTE DAS QUINZE HORAS
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR Vice-Postulador da Causa Venerável Padre Pelágio CSsR |
Havia, certa vez, um menino de dez anos que tinha muita vontade de bater um papo com o pai, mas este nunca tinha tempo para ele. O pai era psicólogo famoso, e seu consultório estava sempre cheio. Um dia, o garoto teve uma ideia: Foi ao consultório e marcou uma consulta com o pai, mas pediu à secretária que não lhe contasse que era ele. No primeiro dia vago, a consulta foi marcada para as quinze horas.No dia e horário marcados, o menino apareceu. Quando saiu o cliente das catorze horas, o médico telefonou à secretária pedindo que mandasse o cliente das quinze horas. Quando o pai viu o filho entrando em sua sala, enfiou a mão no bolso e disse, em tom repreensivo:
-“Fale logo quanto você quer, porque eu vou atender o cliente das quinze horas”.
O menino respondeu:
-O cliente das quinze horas sou eu, pai.
Nesta hora, o pai, que se julgava um homem bom, caiu das nuvens. Entendeu o pecado que vinha cometendo, de não conversar com o filho em casa. Sentou-se ao lado do menino, abraçou-o, os dois choraram de emoção, depois disse:
-“Pode falar, filho. Você tem uma hora para conversar com o seu pai. E hoje à noite, terá mais tempo. Não só hoje, mas todas as noites”.
E os dois conversaram, como velhos amigos, sobre as bobaginhas de criança.
Lição: Para que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e bons cristãos, e assim lhes dêem alegria no futuro, é necessário ter tempo para eles. Maria Santíssima e S. José são modelos de pais. Que eles ajudem os pais e mães a cumprir bem a sua missão.
REFLETINDO A PALAVRA - “Mestre, onde moras?”
PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Encontramos
o Messias
Iniciamos
o Tempo Comum. Na passagem do Tempo do Natal para o Comum, temos a celebração
deste segundo domingo que faz parte da Manifestação do Natal. Este aspecto não
é salientado. O evangelho do domingo é de João e não dos sinóticos. Estamos
ainda no acolhimento da Manifestação de Senhor. Contemplamos os pastores que
vieram e se foram, assim como também os Magos. No Batismo, Jesus é ungido e vai
para o deserto. Na Manifestação aos discípulos, apresentados por João ou em Caná,
nós temos o acolhimento dos discípulos à pessoa de Jesus. Exclamam:
“Encontramos o Messias” (Jo 1,41).
Inicia-se a concretização da fé numa comunidade de acolhimento e anúncio:
“André... foi encontrar seu irmão Simão... e o conduziu a Jesus” (Jo 1,41-42). Iniciamos o ano pela vocação dos
primeiros e exemplificada pela vocação de Samuel. Deus se mostra em Jesus e
pede uma resposta de aceitação de fé. Samuel e os discípulos partem do
desconhecido. “Mestre, onde moras?”, dizem André e o outro discípulo. Samuel
diz, ao ouvir seu nome pela terceira vez: “Fala, Senhor que teu servo escuta” (1Sm 3,10). Para que se ouça o chamado como
manifestação de Deus, exige-se uma experiência do Senhor: “’Mestre, aonde
moras?’ – ‘Vinde e vede’”! Respondeu Jesus. Eles permaneceram com Ele aquele
dia. Eram 4 horas da tarde”(Jo 1,38-39). Por que João diz Cordeiro de Deus? No batismo
Ele o identifica com o Servo amado anunciado por Isaias (Is 42,1): “Tu és meu Filho amado” (Mc
1,11). A palavra filho, no caso, é a mesma que servo (παίς). Os
discípulos acolhem-no como Messias, o prometido, a partir de um conhecimento
pessoal. Em uma resposta nossa, para ter a fé, é preciso esse conhecimento
pessoal de Cristo e acolhimento de seu chamado.
Venho
fazer vossa vontade
Cristo
chama os discípulos. Deus chama Samuel. A submissão ao chamado da Palavra é a
obediência à vontade de Deus. O salmo faz uma bela leitura orante do chamado e
do acolhimento obediente: “Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes,
Senhor, meus ouvidos... Então eu vos disse: ‘Eis que venho!’ Sobre está escrito
no livro: ‘Com prazer faço vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!’” (Sl 39). A vontade de Deus é a voz do Espírito
que sempre ecoa em Jesus: “Não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele
que me enviou” (Jo 5,30). Fazer a vontade
de Deus é reconhecer a presença do Espírito em nós e viver a moralidade dos
ressuscitados: “Vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e
que vos é dado por Deus” (1Cor 6,19). Podemos
falar como Samuel: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1Sm 3,9).
Terra
fértil
Os discípulos deixaram João Batista e seguiram
Jesus. Samuel ouviu o chamado três vezes e levantou-se para responder. Simão,
que significa dócil ao chamado de Deus, é apresentado a Jesus que lhe muda o
nome para Pedro, com uma missão nova. De Samuel se diz: “Não deixava cair por
terra nenhuma de suas palavras” (1Sm 3,19).
A resposta ao chamado de Deus se dará no concreto da vida. Nosso agir se baseia
na presença do Espírito em nós. A Eucaristia é o momento fundamental da escuta
da Palavra e da experiência de Cristo que nos faz anunciadores: “Encontramos o
Messias”.
EVANGELHO DO DIA 27 DE ABRIL
Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o
agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa
todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais
limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu
permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou
a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá
muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em
Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos,
lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus
discípulos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita,
mártir, co-padroeira da Europa
A mulher e o seu destino, colectânea de seis
conferências
«Eu sou a videira; vós sois os ramos»
No que diz respeito à Igreja, a concepção
mais acessível ao espírito humano é a de uma comunidade de crentes. Quem crê em
Jesus Cristo e no seu Evangelho e espera o cumprimento das suas promessas, quem
se encontra ligado a Ele por um sentimento de amor e obedece aos seus
mandamentos, deve estar unido a todos quantos partilham o mesmo espírito por uma
profunda comunhão espiritual e uma ligação de amor. Aqueles que seguiram o
Senhor durante a sua passagem pela Terra foram os primeiros sarmentos da
comunidade cristã; foram eles que a difundiram e que transmitiram em herança, na
sucessão dos tempos, até aos nossos dias, as riquezas da fé de onde retiravam a
respectiva coesão.
Mas até uma comunidade humana natural pode ser já
muito mais do que uma simples associação de indivíduos distintos; pode ser uma
estreita harmonia que vai a ponto de se tornar uma unidade orgânica; o mesmo se
aplica, ainda com maior verdade, à comunidade sobrenatural que é a Igreja. A
união da alma com Cristo é diferente da comunhão entre duas pessoas terrenas;
esta união, iniciada no baptismo e constantemente reforçada pelos outros
sacramentos, é uma integração e um arremesso de seiva, como nos diz o símbolo da
videira e dos ramos. Este acto de união com Cristo pressupõe uma aproximação
membro a membro entre todos os cristãos. Assim, a Igreja toma a figura do Corpo
Místico de Cristo. Esse corpo é um corpo vivo e o espírito que o anima é o
Espírito de Cristo que, partindo da cabeça, se comunica a todos os membros (Ef
5,23.30); o espírito que emana de Cristo é o Espírito Santo, e a Igreja é por
isso templo do Espírito Santo (Ef 2,21-22).
27 DE ABRIL – PADROEIRA DAS FUNCIONARIAS DOMESTICAS
Na cidade italiana de Lucca descansa o corpo ainda incorrupto de Santa Zita (1212-1272), padroeira das funcionárias domésticas. Diz a história que, desde menina, foi entregue à nobre família dos Fatinelli, onde trabalhou durante cinqüenta anos. A princípio foi tratada com pouco caso, devido à sua origem camponesa. Mas sua afabilidade acabou conquistando todos. Conta-se que, numa noite fria de Natal, ela ia saindo para a “missa do galo” sem nenhum agasalho, quando o patrão chamou-lhe a atenção:
- Sem nenhum agasalho, não! Leve o meu manto. Mas não dê para ninguém, como já tem feito. Traga-o de volta.
Embrulhou-se no agasalho e foi. No pórtico da igreja viu um pobre tremendo de frio. Deixá-lo assim, cortava-lhe o coração. Voltar ao castelo sem o manto, seria o mesmo que ouvir um berreiro daqueles. Façamos assim, disse:
- Eu lhe empresto este manto, mas só até o fim da missa. Pois nem é meu. Terminada a missa, procurou o pobre na porta da igreja. Tinha desaparecido. Voltou sem o agasalho, preparada para o xingatório. Nisso alguém bate à porta:
- Favor entregar este manto ao senhor Fatinelli.
Quem era? Nunca se ficou sabendo. Seria o próprio Jesus que ela vestiu?
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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27 de Abril - São João XXIII e São João Paulo II
São João XXIII
Angelo Giuseppe Roncalli nasceu na Itália, em 25 de novembro de 1881. Foi eleito Papa em 28 de outubro de 1958, escolhendo o nome de João XXIII. Faleceu em 3 de junho de 1963. Por muitos, foi considerado um Papa de transição, depois do longo pontificado de Pio XIII. Foi o responsável pela convocação do Concílio Vaticano II. No curto tempo de papado, João XXIII escreveu oito encíclicas, sendo as principais a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).
Foi declarado beato pelo Papa João Paulo II, em 3 de setembro de 2000. É considerado o patrono dos delegados pontifícios.
São João Paulo II
Karol Józef Wotjtyla nasceu na Polônia, em 18 de maio de 1920. Foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, escolhendo o nome de João Paulo II, e teve o terceiro maior pontificado da história da Igreja Católica. Faleceu, em Roma, em 2 de abril de 2005.
Durante o Pontificado, visitou 129 países, em viagens apostólicas. Sabia se expressar em italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polaco. João Paulo II beatificou 1.340 pessoas e canonizou 483 santos.
Foi proclamado beato, pelo Papa Bento XVI, em primeiro de maio de 2011.
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