Na primeira leitura, Paulo narra sua história. Ele crê
que foi escolhido por Deus. Vive como verdadeiro judeu, versado na lei, na
prática religiosa e no ciúme por sua fé, como diz: “Eu sou judeu, nascido em
Tarso na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel,
fui instruído em todo o rigor da lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso
da causa de Deus, como acontece hoje convosco” (At
22,3). No zelo pela pureza da religião persegue os cristãos apoiando os
chefes do povo para eliminar os que seguiam Jesus (At.
22,4-5). No caminho de Damasco tem seu encontro com Cristo que o
“derrubou do cavalo”. Não que tenha caído do cavalo, mas tropeçou em Cristo que
o escolheu. Viu a luz. Paulo, como os outros apóstolos, responde imediatamente: “Que devo fazer, Senhor?”
Passou 3 dias nas trevas da cegueira física, mas, quem sabe, na luta interior para
entender a forte experiência que tinha feito no encontro com Deus. Isso leva-nos
a perceber que, buscando a verdade, nós sempre a encontraremos. Abrem-se seus
olhos e ele é batizado (At 22,7-13). É a história de sua vocação
que ele mostra aos judeus com a segurança de que não é contra a fé judaica, mas
segue a fé dos antepassados que anuncia Cristo. Ele sintetiza em si a história
do povo judeu que, vindo dos antepassados, passa necessariamente por Cristo.
Paulo escolhe Cristo como um caminho coerente com a fé dos antepassados. A
grande dor de Paulo é ver seu povo distanciado de Cristo (Rm 9,1-5). Cristo conquistou Paulo. Ele
escreve: “Fui alcançado por Cristo” (Fl 3,12).
Sua opção fundamental é viver Cristo: “Tudo considero perda, pela excelência do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fl 3,8).
Para mim viver é Cristo, afirma com toda alegria (Fl,
1,21).
Plantando
a Igreja
A
missão de Paulo é anunciar Jesus Cristo, seguindo o preceito de Jesus: ide pelo
mundo inteiro e anunciai o evangelho da toda criatura (Mc 16,15). Ele escreve aos coríntios: “Pregar o Evangelho não é
para mim um motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição.
Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor
16,16). Essa missão ele a faz com muito empenho, mesmo tendo que
enfrentar os cristãos que, vindos do judaísmo, queriam impor as tradições
judaicas. Fundou a Igreja no meio dos pagãos, como se definiu em Jerusalém com
os apóstolos: Pedro anunciaria o evangelho aos judeus e Paulo aos pagãos (Gl 2,7). Ele estabeleceu comunidades por toda
Ásia Menor e as acompanhou com amor de mãe. Foi incansável, passando por tantos
perigos (2 Cor 11,26).
Indicando
caminhos
Paulo nos indica caminhos muito
claros para a vida cristã: definição por Cristo semmeias medidas. Viver é viver
Cristo. Viver Cristo é anunciar Cristo. Anunciar Cristo é criar comunidades que
se tornem viveiros de anunciadores do evangelho. Paulo não exclui companheiros
em seu ministério. Ele envolve leigos, colaboradores. Estimula as comunidades a
colaborarem com os fracos e pobres da comunidade de Jerusalém. Sabe acolher os
fracos e estar com eles. Não se exime de enfrentar os que dificultam a
evangelização, como ele diz, enfrentando Pedro (Gl
2,11). Cada Eucaristia nos
estimula a viver esta mesma opção de Paulo: Para mim, viver é Cristo!
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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