Não há dados biográficos confiáveis sobre Terenciano: como seu nome é claramente de origem latina, os historiadores defendem uma origem romana. Ele foi uma figura de liderança na disseminação do cristianismo na antiga Túscia. A partir do estudo de numerosas inscrições em pedra romanas, o hagiógrafo Monsenhor Zaffarami data a chegada da gens Terência (à qual Terenciano teria pertencido) ao território da antiga Túscia no início do século II. Terenciano foi eleito bispo de Todi em idade avançada. O procônsul Letiano — instigado por Flaco, sacerdote do templo de Júpiter — acusou-o de praticar artes mágicas. Terenciano foi então preso e levado a julgamento. Apesar da tortura a que foi submetido, Terenciano não renunciou à sua fé. Segundo a tradição, sua língua foi amputada, mas foi o próprio Letiano que ficou mudo, morrendo logo em seguida. O Martirológio Romano já listou São Tereciano como bispo e mártir em 1º de setembro, enquanto a última edição promulgada por São João Paulo II o lista apenas como bispo.
Patrono: Todi (PG)
Emblema: Palma, Mitra, Báculo
Martirológio Romano: Em Todi, na Úmbria, São Terentino, bispo.
Na realidade, não há documentos que atestem as origens de São Terentino, mas presume-se que ele fosse de origem romana, dado seu nome latino. Essa teoria é apoiada pelo fato de que o Imperador Augusto enviou famílias para colonizar Tuscia (atual Úmbria) durante aqueles anos. Em particular, uma colônia de mais de seis mil pessoas se estabeleceu em Todi.
Acredita-se que o encontro com a fé cristã tenha vindo diretamente do Evangelho de Jesus Cristo e do exemplo dos Apóstolos. Assim, a comunidade cristã em Todi cresceu sob a proteção da autoridade representada por São Terentino: ele se tornou Bispo de Todi. No cumprimento de sua missão, ele exortou seus irmãos ao mandamento do amor, segundo o qual o Espírito é um e todos os atributos são diversos. Os pagãos de Todi devem ter notado sua atividade e começaram a observar atentamente a comunidade cristã, que estava tão profundamente em desacordo com o culto aos deuses.
A rivalidade chegou a tal ponto que o sacerdote pagão do templo de Júpiter, cujo nome era Flaco, denunciou (ou mandou denunciar) o Santo Bispo ao Imperador Adriano. Este então enviou o procônsul de Túscia, Leciano, a Todi.
O martírio
(Cópia da lenda da Biblioteca Laurenciana em Florença) Em 30 de julho, 85 anos após a morte de Jesus Cristo, sob o imperador Adriano, o bispo Terenciano foi preso e levado perante Leciano, procônsul de Túscia. "Velho, revela-nos os mistérios da tua religião", pediu Leciano, "e explica-nos a razão pela qual, em tua presença, os deuses imortais não têm poder e nossos sacerdotes e virgens são incapazes de obter as respostas." Terenciano respondeu: "Desvia o teu olhar da adoração de ídolos e conhecerás a verdade. O diabo te possui e te impede de conhecer o teu Salvador, que morreu e ressuscitou para a salvação do mundo." Diante dessa resposta, Leciano, depois de lhe mandarem apedrejar a boca, mandou-o despir e ordenou aos sacerdotes que preparassem os itens necessários para o sacrifício na presença das estátuas de Júpiter e Hércules. Então, voltando-se para Terenciano, ordenou: "Tudo pronto, sacrifício!" Em resposta, Terenciano ergueu os olhos para o céu e orou: "Senhor Deus, que sejam envergonhados aqueles que adoram ídolos e se vangloriam de suas imagens". Instantaneamente, Flaco, um dos sacerdotes, ficou cego, as estátuas se estilhaçaram e os utensílios do sacrifício se espalharam. Vendo isso, Leciano ordenou que o velho bispo fosse estendido sobre uma estaca, acrescentando:
"Mostra-nos agora a tua arte mágica!" "Que a castração de Cristo, Filho do Deus vivo, caia sobre ti", foi a resposta do santo. Leciano mandou chicoteá-lo e, enquanto seu corpo era despedaçado, Terenciano orou: "Glória a Ti, bendito Jesus, que derramas benefícios sobre aqueles que esperam em Ti. Finalmente conheço a Tua bênção". Ainda mais enfurecido, Leciano mandou colocar brasas acesas ao seu lado e perguntou, zombeteiramente:
"Onde está o teu Senhor?" O santo prontamente respondeu: "Ele está comigo, e se você crer Nele, encontrará misericórdia". Irritado com a resposta e com a teimosia de Terentino, após ordenar que sua língua amputada fosse pisoteada diante dos presentes, Leciano ficou mudo. Então, enquanto fazia gestos com as mãos, ordenava que Terentino voltasse à prisão, este caiu sem vida no chão. No dia seguinte, Flaco, o sacerdote dos ídolos que milagrosamente ficara cego, ao saber disso, correu ao encontro de Terentino enquanto este era conduzido à praça para ser martirizado. Prostrou-se a seus pés e implorou, dizendo: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que pregas! Hoje, em uma visão, vi um homem muito bonito que me disse: vai ao Bispo Terentino se queres ser iluminado." Terentino ajoelhou-se, colocou as mãos sobre os olhos de Flaco e exclamou: "Que Jesus, que é a verdadeira luz, te ilumine." Flaco, instantaneamente curado, proclamou:"Agora creio em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que me devolveu a visão", então, após receber o batismo, ele o seguiu.
Ambos foram decapitados, por ordem de Leôncio, representante do Imperador, no dia 1º de setembro, fora dos muros da cidade, perto da margem do Tibre. Na noite seguinte, o presbítero Esuperâncio e uma certa Lourenza foram recolher os corpos dos santos e os sepultaram a oito milhas da cidade de Todi, em um lugar chamado Colônia, mais conhecido pelo nome de Petroso.
Aqui abundam os benefícios de Deus.
BIBLIOGRAFIA - DOS ARQUIVOS DA PARÓQUIA DE SAN TERENZIANO DE CAVRIAGO (RE)
[1] São Terentino, bispo e mártir, DP Chiricozzi, 1945. [2] São Terentino
Autor: Cristian Manfredini
Notas: Bibliografia - Do Arquivo da Paróquia de San Terenziano (de Cavriago (RE) [1] São Terenziano bispo e mártir, DP Chiricozzi, 1945. [2] São Terenziano
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