O lugar deslumbra. Imagine você passeando pelos campos da Normandia, na França. E, ao fazer uma curva na estrada, você se depara com uma basílica imponente. Assim é o Santuário onde todos os dias, desde o século XIX, reza-se pelos fiéis defuntos. E onde as pessoas podem ouvir uma palavra de conforto pela perda de um ente querido.
O nascimento do Santuário está ligado à história de um padre, o Padre Paul-Joseph Buguet. Dois anos antes de ser nomeado pároco da pequena cidade de La Chapelle, o Padre Buguet, ainda jovem sacerdote, estava profundamente aflito por três falecimentos que tinham ocorrido em sua família.
No dia 1 de novembro de 1876, seu irmão Augusto foi esmagado pela queda de um sino da Igreja de Nossa Senhora de Mortagne. “E sua alma?” pensava então o jovem padre. Esse acidente trágico foi seguido pela morte de duas sobrinhas, de 12 e 16 anos. “A necessidade de aliviar as almas do purgatório... É preciso que eu trabalhe por libertar essas almas”, anotou ele em seu diário.
A ideia de criar uma ordem para esse fim germina então em seu espírito. E ela vai se tornar realidade em La Chapelle-Montligeon. Uma das preocupações do Padre era a de rezar e fazer rezar por todos os defuntos, sobretudo por aqueles que não têm quem reza por eles.
Depois de várias providências, obteve a aprovação do Bispo de sua diocese para os estatutos de sua associação. Tornou-se, como ele mesmo dizia, o emissário das almas do purgatório, indo de diocese em diocese para construir sua obra.
Em 1887, ele se lança a uma nova aventura: “Procuro conciliar essa dupla finalidade: propagar a oração pelas almas do purgatório e, por outro lado, obter por meio delas um meio de fazer viver os operários”. Com efeito, tendo chegado a Montligeon, ele ficou tocado pela pobreza material e humana dos habitantes da cidade. Ele fundou então uma gráfica para publicar boletins da obra e dar empregos dessa forma.
A Obra Nossa Senhora de Montligeon, reconhecida pela Santa Sé em 1892, é dedicada à oração pelas almas dos falecidos e, em particular, – como disse a breve oração do Rosário – para os mais necessitados da misericórdia divina.
Nas próprias palavras do Padre Buguet – retiradas de seus diários –, trata-se de rezar “para o que ninguém reza”, em grupos de oração que hoje já se espalharam por todo o mundo. O Padre Buguet havia fundado anteriormente a “Obra Expiatória para a Libertação das Almas do Purgatório” e foi encorajado pelo Papa Leão XIII que lhe concedeu o título de Protonotário Apostólico.
Em 1887, após a primeira peregrinação organizada ao local, o fluxo de peregrinos começou a crescer de toda a Franca e do exterior. O renome de Nossa Senhora de Montligeon estendeu-se pouco a pouco pelo mundo.
Dia 4 de junho de 1896, a primeira pedra da futura basílica foi benta.
Em maio de 1905, o coro e a nave principal foram terminados.
A primeira missa foi celebrada em 1 de junho de 1911.
A 14 de junho de 1918 faleceu o Pe. Buguet. Ele está enterrado no prédio, tendo passado a vida viajando pela Europa para arrecadar fundos e construir a igreja que se tornou uma basílica em 1928.*
Nossa Senhora de Montligeon, rogai por nós e pelas almas do Purgatório!
O Santuário de Nossa Senhora de Montligeon está consagrado a Maria porque Ela é a melhor advogada dos homens junto de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo. Por outro lado, se os cristãos a chamam Nossa Senhora Libertadora ou Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, é porque desde há muito conhecem o Seu poder intercessor.
Em Montligeon invocamos a Virgem Maria por todos os defuntos; com efeito Maria exerce relativamente à vida sobrenatural de todo o homem, uma função comparável à que exerce uma mãe relativamente aos seus filhos durante a sua vida terrestre. Após a morte, Maria não abandona jamais os seus filhos, sobretudo aqueles que já não estão longe de se encontrar com Deus. Maria contribui então para a sua “purificação” tornando-os aptos a ser acolhidos na Cidade Celeste. Ela fá-lo tanto mais de bom grado quanto mais pedimos com confiança a Ela.
Mantendo-se ao pé da Cruz e unindo-se ao sacrifício do Seu Filho, Maria adquiriu uma grande capacidade de intercessão para todos os homens de quem se tornou Mãe. Permanecendo junto do Coração de Cristo glorificado, Ela deseja ver o mais depressa possível introduzidos na intimidade de Deus as almas que ainda estão no Purgatório.
Oração à Nossa Senhora de Montligeon
Nossa Senhora Libertadora tem piedade de todos os nossos irmãos defuntos especialmente daqueles que mais precisam da misericórdia do Senhor.
Intercede por todos os que nos deixaram para que se complete neles a obra do Amor que purifica. Faz que a nossa oração, unida à da Igreja, contribua à sua salvação eterna e socorra neste mundo os nossos irmãos na provação ou no pecado.
Mãe da Igreja, ajuda-nos a viver, aqui na terra, cada vez melhor A nossa passagem para a Ressurreição. Cura-nos de toda a mancha do corpo ou da alma, faz de nós testemunhas do invisível já voltados para os bens que os olhos não podem ver, Apóstolos da Esperança semelhantes às Sentinelas da Aurora.
Refúgio dos pecadores e Rainha de todos os Santos, reúne-nos todos um dia para a Páscoa Eterna, na casa do Pai, Por Jesus Cristo Nosso Senhor.
O Santuário de Nossa Senhora de Montligeon, na França, é um centro mundial de oração pelos mortos
A Basílica de estilo neogótico de Notre-Dame de Montligeon, localizada na região de La Chapelle-Montligeon, na França, a poucos quilômetros da Abadia de La Trapa – onde nasceu a Ordem Cisterciense da Estrita Observância, os Trapistas –, é um centro mundial de oração pelos mortos.
Consagrada a Nossa Senhora Libertadora das Almas do Purgatório, a basílica está dedicada exclusivamente à oração pelas almas dos mortos. Tanto que todos os vitrais – feitos com paciente dedicação, de 1917 a 1971 – estão dedicados aos temas da escatologia cristã, desde o juízo final até a comunhão dos santos.
Todos os anos, milhares de peregrinos vêm aqui em busca de conforto e esperança e para confiar seus mortos a Nossa Senhora Libertadora.
A origem deste trabalho é simplesmente a intuição espiritual do Padre Buguet. Em conexão com esta oração, o Santuário desenvolve um ministério de compaixão e consolação para todos aqueles que estão de luto.
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