sábado, 30 de novembro de 2024

Santa Maura de Constantinopla, Mártir - 30 de novembro

Maura e seu esposo, Timóteo, suportaram enormes sofrimentos e torturas por causa da fé em Cristo durante a perseguição do Imperador Diocleciano (285-305). Timóteo era de uma aldeia no Egito chamada Perapa, onde seu pai, Pikolpossos, era sacerdote; foi ordenado entre o clero como leitor da Igreja, onde também foi o custódio e o copiador dos livros dos Serviços Divinos. Timóteo foi denunciado como guardião dos livros cristãos quando o imperador deu ordens para que os livros fossem confiscados e queimados. Então levaram Timóteo diante do governador Arriano, que lhe ordenou entregar todos os Livros Sagrados. Timóteo foi submetido a terríveis torturas por não obedecer à ordem; aguentou a dor com grande valentia e sempre dando graças a Deus por permitir-lhe tal sofrimento em Seu nome. Arriano foi então informado que Timóteo tinha uma jovem esposa chamada Maura, com a qual havia contraído matrimônio uns vinte dias antes. Arriano procurou por Maura com a esperança de quebrar a vontade de Timóteo, mas o santo recomendou a sua esposa que não temesse as torturas e que emulasse seu caminho. Maura lhe respondeu: "Estou disposta a morrer contigo". Maura confessou sua fé em Cristo e Arriano ordenou que arrancassem seus cabelos e lhe cortassem os dedos de suas mãos. Maura sofreu o tormento com alegria e agradeceu ao governador pela tortura que ela recebia como perdão por seus pecados. Arriano então ordenou que lançassem Maura em um caldeirão com água fervendo, mas ela não sentiu nenhuma dor e permaneceu ilesa. Tendo Arriano suspeitado de que seus funcionários tivessem sentido compaixão por Maura e houvessem enchido o caldeirão com água fria, pediu que Maura salpicasse sua mão com a água do caldeirão; quando a mártir fez isto, Arriano gritou de dor com a mão escaldada. Arriano reconheceu momentaneamente o poder do milagre e confessou que o Deus em que Maura acreditava era o Deus verdadeiro, e ordenou a sua libertação. Porém o diabo tinha grande poder sobre o governador e Arriano insistiu novamente que Maura oferecesse sacrifícios aos deuses pagãos, sem conseguir convencê-la. Ele foi então possuído de uma grande ira satânica que o levou a inventar novas torturas. A população começou a murmurar e a pedir que não continuassem abusando da mulher inocente, ao que Maura lhes respondeu: “Que ninguém me defenda! Eu tenho um só defensor e é Deus, em quem confio". Finalmente, depois de ambos os mártires serem torturados por longo tempo, Arriano ordenou que fossem crucificados; e foram colocados na cruz por dez dias, um de frente ao outro. No décimo dia de martírio e sofrimentos pela crucifixão os santos ofereceram suas almas ao Senhor. Isto ocorreu no ano 286. Barônio introduziu Santa Maura, Virgem e mártir, no Martirológio Romano no dia 30 de novembro, sem uma explicação suficiente, porque não se conhece nenhuma virgem mártir com este nome nascida em Constantinopla. Nesta cidade, entretanto, pelo menos no século VI, havia uma igreja, no quarteirão chamado Iustiniane, em honra aos santos mártires Timóteo leitor e sua esposa Maura. Mas eles haviam sofrido o martírio pela fé na Tebaida, onde o governador Arriano queria se apoderar dos livros sagrados e fazê-los renegar Cristo. Como os dois mártires se recusassem a obedecer à sua ordem, o governador infringiu-lhes diversos tormentos e os condenou finalmente à crucificação. Os sinassários bizantinos os mencionam no dia 10 de novembro e 3 de maio. Entretanto, pode ser que a confusão do Martirológio Romano tenha origem em outra fonte. 

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