terça-feira, 5 de novembro de 2024

Beato Bernard Lichtenberg

Bernard Lichtenberg nasceu em 3 de dezembro de 1875 na Silésia região alemã que hoje pertence à Polônia. Sua família vivia no verdadeiro espírito cristão, e ele desde sua infância participava da Santa Missa todos os dias com sua mãe. Desde pequeno sentiu o chamado de Deus ao sacerdócio e aos 24 anos recebeu o Sacramento da Ordem e em 1900 foi transferido para Berlim como auxiliar em várias igrejas da diocese. De 1913 a 1931 foi Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Charlottenburg, onde destacou-se como pastor com sincera piedade, uma vida simples, pobreza extrema e caridade infinita para com os pobres e abandonados. Berlim era uma cidade onde os católicos eram minoria, sendo muitas vezes ridicularizados e perseguidos. Ele sempre defendeu os direitos da Igreja com destemor. Com um caráter forte e destemido foi desaprovado pelos nazistas desde o início. Em 1935 foi encarregado de supervisionar a Diocese de Berlim e tomando conhecimento da situação desumana dos campos de concentração, pediu uma reunião com o Primeiro Ministro Alemão e como não conseguiu, deixou uma carta reclamando contra os abusos praticados. Isso despertou a ira e em seguida a vingança da Gestapo – Polícia Alemã. Em 1941 protestou contra a eliminação dos doentes mentais, enviando uma carta ao Chefe da Ordem dos Médicos com cópia para o Chaceler do Reich, para Hitler e todos os ministros relevantes. O texto dizia: “As pessoas do povo não devem saber e as famílias não se atrevem a protestar publicamente porque temem por sua vida e sua liberdade. Mas a minha alma de sacerdote não pode arcar com o ônus de cumplicidade com os crimes contra a Lei Moral. Eu, apesar de ser um cidadão comum, protesto como um homem, como um sacerdote cristão e alemão, e cobro do Chefe da Ordem dos Médicos pelos crimes que são cometidos por sua ordem ou com sua aprovação e que causam a vingança do Senhor da vida e da morte sobre o povo alemão.” Ao mesmo tempo fazia o possível para aliviar o sofrimento dos judeus perseguidos e os chamados não-arianos, era diretor do serviço episcopal para ajudar as pessoas, chegando a alojar perseguidos em sua casa. Em 1941 foi emitido um folheto afirmando que cometesse atos de compaixão para com os judeus seria considerado inimigo da pátria. Ele então elaborou uma declaração de protesto para ser lida em todas as missas no domingo seguinte, mas foi denunciado, e a Gestapo fez uma busca na sua casa, encontrou o manifesto e o prendeu no dia 23 de outubro de 1941. Foi acusado de dois crimes: Rezou publicamente pelos judeus e pelos não-arianos e por ter preparado uma folha contra a propaganda anti-semita do Estado. Foi condenado a dois anos de prisão e no julgamento declarou: “Como padre católico não posso aceitar a filosofia do nazismo. Para mim os Mandamentos de Deus tem mais valor do que as leis do Estado.” Em 1943 quando saiu da prisão, foi-lhe oferecido o perdao desde que renunciasse a pregar publicamente, ele pediu para ser enviado para cuidar dos judeus cristão, o que lhe foi negado e assim foi enviado para o Campo de Concentração de Dachau, com a saúde debilitada, a viagem sem cuidados médicos era uma sentença de morte. Assim, após 6 dias de viagem chegou na Baviera em coma e no dia 5 de novembro de 1943 veio a falecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário