segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Beata Teresa Manganiello, Terceira franciscana, Fundadora - 4 de novembro

Teresa Manganiello nasceu perto de Montefusco, província de Avelino (Itália), no dia 1º de janeiro de 1849, undécima de doze filhos de uma família de camponeses. Seus pais eram Romualdo Manganiello e Rosária Lepore, “honestos concidadãos” cheios de fé e de profunda piedade cristã. No dia seguinte ela recebeu o batismo na Igreja de São João del Vaglio. Aos sete anos recebeu a Primeira Comunhão na igreja de Santo Egídio, anexa ao convento Capuchinho do mesmo nome. Como muitas crianças camponesas do sul da Itália daquela época, não frequentou a escola e sempre cresceu à sombra da casa colonial edificada nos campos daquela zona do país. Adolescente, manifestou o desejo de consagrar sua vida a Deus. Em contínua união com Deus, Teresa desde jovenzinha convidava com gentileza suas companheiras a cultivar a pureza e o amor a Deus e ao próximo. Tinha predileção pelas crianças, que cuidava como mãe dedicada. Como prova de sua particular devoção à Virgem Imaculada, bem jovem Teresa cortou sua longa e farta cabeleira e fez dela um presente a Nossa Senhora. A vida da jovem terceira franciscana era penetrada de orações marianas tão intensas, que poderia parecer inacreditável se se considera que ela se dedicava aos afazeres domésticos da manhã à noite. O Rosário preenchia toda a sua jornada. Teresa concluiu sua existência terrena repetindo a sua bela invocação: “Ó minha querida Mamãe! Só em vossa companhia serei digna de me apresentar ao vosso Filho, ao meu belo Esposo, Jesus!” A "Farmácia" de Teresa, que ela criara em sua casa com medicamentos extraídos das ervas cultivadas por ela, estava sempre aberta. Ali ela fazia o papel de enfermeira: lavava com água morna as lesões, com delicadeza as medicava com as poções preparadas por ela, curava micoses, eczema, sarna, doenças que figuravam no século XIX entre “as mais asquerosas da espécie humana”. Quando tinha 18 anos, o Padre Ludovico Acernese, homem sincero e humilde, cheio de caridade, de grande talento e de piedade seráfica, mas também determinado em suas ações, chegou ao convento de Santo Egídio. Este padre instituiu em Montefusco a Ordem Terceira Franciscana. Teresa se sentiu atraída pelo ideal franciscano e correu registrar-se, tornando-se a primeira terceira de Montefusco; elegeu o Padre Acernese como seu diretor e confessor. Em 15 de maio de 1870, aos 21 anos, vestiu o hábito e no ano seguinte fez a profissão dos votos, tomando o nome de Irmã Maria Luísa. Teresa buscava seguir perfeitamente os exemplos de São Francisco e nutria forte devoção e amor para com Maria, à qual chamava de “Mamma Bella”, com a costumeira e cotidiana expressão do coração: “Mãe Formosa, fazei que não entre em mim aquilo que Jesus não quer”. O Padre Ludovico Acernese soube reconhecer nela todas as qualidades mais profundas de sua alma, o que o fez nomeá-la primeira conselheira e depois, pela perfeição do seu ideal franciscano, mestra de noviças. A família nunca apoiou seu desejo de se tornar monja, principalmente para não privar-se da grande ajuda que era ter Teresa vivendo em casa. Ela levava um estilo de vida monacal, foi chamada popularmente "monachella santa"; estava sempre presente na Missa diária na igreja de Santo Egídio, além disso, vivia intensamente a oração que junto a ásperas mortificações corporais oferecia pela reparação dos escândalos. Apesar disso, sempre e em toda parte mostrava um sorriso que atraía a todos. Entre as principais ocupações desta terciária capuchinha estava a caridade para com o próximo. Generosa antes de tudo na família: fadigas, trabalhos e várias incumbências encontravam-na sempre disponível e generosa, dia e noite, não só para cumprir a sua parte de serviço, mas também para aliviar a canseira à mãe, às irmãs e às próprias cunhadas. E na família encontrou também o modo de se santificar exercendo a paciência e a compreensão para com uma das suas cunhadas que a insultava continuamente. Muitas testemunhas afirmaram que a sua generosidade não se detinha diante de nada nem de ninguém. Acolhia os doentes e os mendigos, que naquele tempo eram numerosos nas / aldeias. Teresa se sentia chamada a um alto e difícil apostolado: a reparação. Compreende que deve rezar e expiar os males cometidos no mundo e desta forma se antecipou ao que foi pedido por Nossa Senhora em Fátima aos três pastorinhos: “Muitos vão para o inferno porque não há quem reze e se sacrifique por eles. Vós quereis vos oferecer?” Teresa havia se oferecido pela conversão dos pecadores e sempre teve nos lábios a sua jaculatória preferida: “Misericórdia, Senhor, misericórdia dos pecadores!” Hoje podemos admirar, expostos no “Memorial Teresa Manganiello”, preparado na Casa Mãe das Irmãs Franciscanas Imaculatinas em Pietradefusi, os instrumentos de seu suplício voluntário, diurno e noturno, realizado no silêncio, na alegria, na ânsia apostólica de converter os pecadores e salvar as almas. Embora fosse analfabeta, respondia com sabedoria inclusive a pessoas de vasta cultura; foi a executora do Movimento Terciário Franciscano em Irpina e em Sannio, junto com o Padre Acernese, que ante a insistência de Teresa Manganiello pelo seu ideal religioso e falando dele com outras terceiras, planejou a fundação de uma comunidade para elas. Para obter uma aprovação especial, ele a mandou em 1873 a uma audiência com o Papa Pio IX, para lhe apresentar sua intenção. O beato pontífice a abençoou e a animou a ir adiante e quando Teresa já era considerada como a primeira superiora da nascente Congregação de Religiosas Terceiras Franciscanas, sua saúde começou a declinar. Em 14 de fevereiro de 1874, enquanto rezava na igreja teve a primeira hemoptise acompanhada de uma grave artrite; naquela época foi uma enfermidade que atacou pessoas de toda idade e condição social. Teresa seguiu adiante entre os altos e baixos da enfermidade até que no verão de 1876 o mal a prostrou. A muitos sacerdotes e fieis que foram visitá-la presenteou sempre com seu maravilhoso sorriso, totalmente entregue nas mãos de Deus, a quem rezava fervorosamente. Do leito de dores Teresa deu os extremos ensinamentos com o sangue, com a palavra e com o heroico sorriso. A quem se admirava com tanta resignação ela dizia: “O Senhor me fez a graça de sofrer por Ele e eu devo me lamentar? Ele já sabe que eu preciso de ajuda!” Faleceu no dia 4 de novembro de 1876 com apenas 27 anos e foi sepultada no cemitério de Montefusco. Cinco anos após sua morte, o Padre Ludovico Acernese, confiando em sua proteção espiritual, fundou em Pietradefusi a Congregação das Monjas Franciscanas Imaculatinas, das quais Teresa é a "Pedra angular" e a "Mãe espiritual". Em seu patrimônio espiritual cada monja encontra ricos exemplos e ensinamentos para uma vida de total consagração ao serviço de Deus e da Igreja. Em 1976, por ocasião dos cem anos de sua morte, as Monjas Franciscanas Imaculatinas iniciaram a causa para sua beatificação, reconhecendo nela o papel fundamental na fundação da Congregação. As atas do processo foram aprovadas pela Santa Sé em 12 de dezembro de1992. Teresa Manganiello foi beatificada em 22 de maio de 2010. Continuam sendo frequentes os sinais de graças, curas e favores de ordem moral e espiritual conseguidos por sua intercessão. 

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