sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

São Maron MONGE, + CERCA DE 410

A vida deste monge sírio, amigo de S. João Crisóstomo, é muito pouco conhecida, embora ele tenha deixado uma marca indelével na história das Igrejas do Oriente - ainda hoje uma delas guarda no nome a sua memória. Sabe-se que era eremita e que passou toda a sua vida exposto a intempéries e totalmente entregue à oração, tendo tido uma grande influência no movimento monástico. Foi um verdadeiro mestre da vida espiritual, graças à sua fidelidade inquebrantável ao Senhor, e ensinava quantos lhe pediam conselho a combaterem as suas misérias espirituais, antes de tudo pelo recurso à oração. Um século depois da sua morte, um grande número de cristãos, fugindo à invasão árabe, reuniram-se no mosteiro de S. Maron e criaram uma Igreja autónoma que tomou o nome de Igreja Maronita.
Agora vou me lembrar do Marone, porque ele também embelezou o coro dos santos. Enquanto os médicos prescrevem um medicamento diferente para cada doença, seu remédio era sempre o mesmo, comum a todos os santos: a oração. Curou não só as doenças do corpo, mas também as da alma: curou uma de avareza, outra de ira, instruiu a primeira na temperança, a segunda na justiça" (Teodoreto de Ciro). Pouco se sabe sobre a vida de Maron, um monge eremita que viveu na Síria entre os séculos IV e V. Embora possuísse uma cabana coberta de peles de cabra, ele fez pouco uso delas, vivendo principalmente ao ar livre. Ele passava a maior parte de seu tempo absorvido em oração. Sua solidão, no entanto, não durou muito. Logo discípulos e fiéis comuns acorreram a ele em busca de conselhos. Ele exortou a todos à oração, convidando-os a passar a noite inteira com ele em louvor a Deus. Seu conselho era muitas vezes acompanhado de cura física e mental. Não menos apreciada foi sua orientação espiritual, a ponto de Teodoreto afirmar que todos os monges de Ciro foram instruídos por ele. Ele morreu por volta de 410 e seu corpo foi enterrado no famoso mosteiro de Beth-Maron, na região de Apamea. Um século depois, devido às invasões árabes da Síria, muitos cristãos se estabeleceram naquela área montanhosa. Foi a origem daquela Igreja que tomou o nome de maronita do nome do santo. Na Idade Média, um bom número de maronitas aderiu à união com a Igreja Católica. Por esta razão, no século XVI, um importante colégio foi aberto em Roma para o estudo da língua e tradição maronita. Até hoje, Saint Maron é venerado nas regiões montanhosas da Síria e do Líbano. 
Martirológio Romano: Em uma montanha perto de Apamea, na Síria, São Maron, um eremita, totalmente dedicado à dura penitência e contemplação, perto de cujo túmulo foi erguido um famoso mosteiro, do qual mais tarde se originou uma comunidade cristã, que tomou seu nome.
Muito admirado pelo famoso João Crisóstomo, São Maron viveu entre os séculos IV e V, um eremita perto da cidade de Ciro, na Síria. Embora ele possuísse uma cabana coberta de peles de cabra, diz-se que ele fez pouco uso dela, vivendo principalmente ao ar livre. Ele era um discípulo fiel de São Zebino, que costumava dispensar conselhos extremamente sucintos para passar o máximo de tempo possível conversando com Deus. Tendo descoberto as ruínas de um templo pagão, Maron quis dedicá-lo ao único Deus verdadeiro, transformando-o assim em seu lugar privilegiado de oração. Aqueles que iam lá para consultar o santo e pedir seus conselhos não só eram recebidos com cortesia, mas também eram convidados a se juntar a ele em oração, que muitas vezes consistia em manter vigília durante toda a noite. Ele ganhou uma reputação como um milagreiro, realizando prodigiosas curas físicas e psíquicas, mas sua reputação como diretor espiritual não era menor. Muitos de seus admiradores mais tarde tomaram a decisão de se tornarem monges ou eremitas, e o bispo Teodoreto de Ciro veio testemunhar que todos os monges de sua diocese haviam sido instruídos por Maron. O santo eremita morreu após uma breve doença, desgastada pelos rigores de sua vida, mas a data exata de sua morte não está bem definida, a ser colocada na primeira metade do século V. Infelizmente, não há informações mais detalhadas e historicamente confiáveis sobre este santo, apesar de sua popularidade. Algumas províncias vizinhas disputaram a posse de seus restos mortais, que acabaram sendo enterrados no famoso mosteiro de Beth-Maron, na região síria de Apamea, perto da nascente do rio Orontes. A Igreja definida como "maronita" afirma ter se originado naquele mesmo lugar e venera o santo eremita como seu fundador, comemorando-o também no cânone de sua Divina Liturgia. Para alguns historiadores, no entanto, é improvável que as origens dos cristãos maronitas remontem além do século VII, quando eles se separaram da Igreja adotando o monoteísmo, uma heresia condenada pelo Concílio de Calcedônia em 680. Seu nome provavelmente estaria ligado ao lendário John Maron, a quem eles também veneravam como santo, que era monge em Beth-Maron e em 676 tornou-se bispo de Botira por insistência do patriarca monotelita Macário e do primeiro patriarca maronita. Destruído por invasores árabes no século 10, o mosteiro foi reconstruído em Kefr-Nay, no distrito de Botira, e a cabeça de St. Maron foi transferida para cá. Em 1182, durante as Cruzadas, cerca de quarenta mil maronitas se converteram ao catolicismo e, a partir de então, sua Igreja permaneceu unida a Roma, mantendo sua própria liturgia e calendário. Sob a proteção da Igreja Católica, os maronitas viveram um período de prosperidade e, em 1584, o Papa Gregório fundou um colégio maronita em Roma que atraiu a atenção de muitos estudiosos. Em 1860 muitos foram massacrados e sofreram terrivelmente nas mãos dos turcos, o abade de Deir el-Khamar foi terrivelmente torturado e cerca de dezesseis mil fiéis foram expulsos de suas casas. Em 1926, o Papa Pio XI beatificou um grupo de onze vítimas dessa perseguição, liderado pelo franciscano Emanuele Ruiz Lopez, que também incluía três irmãos leigos maronitas: o beato Francisco, Abdel-Mooti e Rafael Massabki. Outros massacres sangrentos se abateram sobre os maronitas no século 20, durante a Primeira Guerra Mundial, e no Líbano, na década de 1980. O Martyrologium Romanum comemora São Maron, o suposto fundador desta grande Igreja Oriental, em 9 de fevereiro, enquanto os sinaxários bizantinos o comemoram em 14 de fevereiro. 
Autor: Fabio Arduino

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