terça-feira, 14 de novembro de 2023

São Serápio Mercedário Mártir 14 de novembro

Religioso mercedário, 
participou na quinta cruzada 
à Terra Santa e ao Egipto. 
Morreu mártir.
(*)Londres, 1179 
(+)Argel, 14 de novembro de 1240 
De origem inglesa, São Serápio nasceu por volta do ano de 1179. Soldado da corte da Áustria, participou da cruzada na Terra Santa em 1217, sendo posteriormente destinado a ir à Espanha lutar contra os mouros. Teve assim a oportunidade de conhecer S. Pitero Nolasco e atraído pela heroica caridade dos Mercedários, em 1222 pediu para receber o hábito de cavaleiro leigo da Ordem. Pelo fundador foi nomeado mestre de noviços, cargo que tentou recusar por se considerar indigno, mas finalmente, não podendo fazer de outra forma, aceitou, confiando-se ao Senhor e à Virgem da Misericórdia. Ensinou mais com a vida do que com as palavras, aliás religiosos ilustres surgiram de sua escola, sendo o mais importante São Raimundo Nonato. Alcançou vários resgates, que era o seu verdadeiro desejo, e embora não fosse sacerdote, ardendo de zelo pela salvação das almas, conseguiu levar muitos a Cristo. Na última redenção que realizou em Argel, na África, teve que ficar como penhor de alguns escravos em perigo, mas a quantia acordada para o resgate não chegou a tempo e os mouros pregaram-no numa cruz como a de Santo André. e cruelmente o esquartejou. Recebeu a palma do martírio em 14 de novembro de 1240. 
Martirológio Romano: Em Argel, no norte da África, São Serapião, que, primeiro na Ordem da Bem-Aventurada Maria da Misericórdia, mereceu obter a palma do martírio lutando pela libertação dos prisioneiros cristãos e pela pregação da fé. Sua juventude e sua vida foram as mais aventureiras que poderiam ter acontecido naquela época. Serápio nasceu em Londres em 1179, filho de Rotland Scotus, capitão e nobre da corte inglesa de Henrique II. Participou com o pai da Terceira Cruzada, mesmo sendo jovem; sob o comando de Ricardo Coração de Leão, participou da conquista de Ptolemais (São João do Acre) e do cerco de Ascalon. Quis o destino que, ao regressar da Cruzada, o navio encalhou na costa veneziana, obrigando-os a continuar a viagem por terra.Durante a viagem, os náufragos foram feitos prisioneiros pelo duque da Áustria. O rei e seu pai foram libertados, enquanto Serápio foi mantido como refém; foi notado pela sua bondade pelo príncipe Leopoldo da Áustria que o acolheu ao seu serviço, aí chegou-lhe a notícia da morte dos seus pais, pelo que permaneceu na corte da Áustria, dedicando-se a obras de caridade e piedade. Acompanhou o duque Leopoldo na expedição para ajudar o rei de Espanha contra os mouros, com o desejo de poder combater os muçulmanos, inimigos da religião cristã. A expedição, tendo vencido a resistência dos albigenses no sul da França, chegou a Espanha quando os mouros já haviam sido derrotados, em 19 de julho de 1212. Serápio permaneceu então ao serviço do rei Afonso de Castela, participando nas batalhas subsequentes. Em 16 de outubro de 1214, o rei Afonso morreu e Serápio retornou à Áustria, partindo com o duque Leopoldo para a Quinta Cruzada em 1217, primeiro para a Palestina e depois para o Egito. Nas suas idas e vindas aventureiras, Serápio, tendo regressado à Áustria, viu-se acompanhando Dona Beatriz da Suábia que se casava com São Fernando de Castela em 1221; em Daroca ele conheceu s. Pietro Nolasco, fundador em 1218 da Ordem de Santa Maria da Misericórdia, que tinha por objetivo resgatar os presos cristãos escravizados pelos mouros (com o quarto voto comprometeram-se a substituí-los no cativeiro, se necessário pessoalmente). Decidiu abraçar o Instituto em 1222, dedicando-se primeiro ao cuidado e à instrução religiosa dos escravos libertos e depois como mendigo de esmolas para a sua 'redenção' (nome dado ao resgate) em Espanha e França. Juntamente com S. Raimondo Nonnato, em 1229 realizou a primeira 'redenção' em Argel, libertando 150 escravos e novamente em 1229 participou com s. Pietro Nolasco o fundador, conquistando as Baleares, onde fundou os primeiros conventos da Ordem. Novamente em 1232 regressou a Argel, sempre com s. Raimundo Nonato, libertando outros 228 escravos, ao retornarem, estes, tomados pelos seus vícios, amotinaram-se contra os dois santos sacerdotes que os repreendiam; mas uma terrível tempestade acalmada pelas orações dos dois religiosos os trouxe de volta à normalidade e a pedir perdão. Mas as suas aventuras não terminaram, em 1239 s. Pietro Nolasco o enviou à Inglaterra, sua terra natal, para ali difundir a Ordem, mas o navio foi atacado por corsários que o espancaram selvagemente e, acreditando-o morto, foi abandonado nu na praia deserta; foi resgatado e vestido por alguns pescadores, depois reuniu-se com seus parentes em Londres, mas também foi expulso daqui por desaprovar as requisições de bens da Igreja e passou para a Escócia e a Irlanda. Em 1240, tendo regressado a Espanha, realizou uma 'redenção' de 98 escravos em Múrcia e outros 87 em Argel, onde permaneceu refém para libertar outros infelizes. Os mouros irritaram-se com a sua pregação e com as conversões que realizou, por isso amarraram-no a uma cruz de S. Andrea e atacou-o selvagemente, com o ódio do extremismo islâmico cego e fanático; quebraram todas as articulações de seus membros, arrancaram seus intestinos enrolando-os em um guincho e cortaram sua cabeça. Desmontado, em 14 de novembro de 1240, completou assim o seu martírio; aquele Serápio que abandonou o esplendor da corte, a milícia e a glória mundana, para seguir Cristo na pobreza, na humildade e no sacrifício. O culto que sempre lhe foi prestado foi confirmado em 23 de março de 1625 pelo Papa Urbano VIII; feriado religioso de 14 de novembro, é invocado contra a artrose. 
Autor: Antonio Borrelli
http://alexandrina.balasar.free.fr/martirologio_11.htm#14

Nenhum comentário:

Postar um comentário