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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) SACERDOTE REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
A liturgia desse domingo descortina-nos uma visão do futuro. Vejamos no evangelho de hoje: Os saduceus eram o grupo composto pelos sumos sacerdotes, chefes do templo e também pelos anciãos poderosos. Eram partidários dos invasores romanos e não acreditavam na ressurreição e nos anjos. Os fariseus acreditavam. Os saduceus levam uma questão a Jesus para apertá-lo. O que interessava era a visão de Jesus sobre a vida futura. O caso: Um homem casou-se e morreu sem deixar filhos (Lc 20,27-38). Pela lei do levirato (Dt 25,5-10), o cunhado devia se casar com a viúva para dar um filho ao irmão falecido, para não morrer seu nome. Eram 7 irmãos, todos se casaram com ela e morreram sem deixar filho. Morre também a mulher. De quem ela vai ser esposa no Céu? Não é um problema distante de nossa vida. A gente até diz: ‘Será que vou conhecer minha família no Céu?’ Jesus explica que a vida no Céu não é a mesma da terra. Seremos iguais aos anjos: Não haverá casamento. A vida não terá como referência primeira a natureza humana, com tudo o que a carne tem de bonito e bom. Mas a realidade é a espiritual, como os anjos. Nós imaginamos o Céu com categorias de nosso mundo e nossa vida atuais. Vejamos, por exemplo, algumas novelas infelizes como mostram o Céu. Que falta de imaginação! Não podemos dizer nada de como vai ser. Trata-se de vida, mas de Vida completa para o corpo ressuscitado. Nele o comando é da parte espiritual. Na terra é da parte material. Só lá vamos saber como é. O que temos a certeza é da ressurreição, pois Jesus ressuscitou. Ele afirma aos saduceus a ressurreição dos mortos: “Que os mortos ressuscitam, Moisés já indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor de ‘o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó’. Deus não é dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para Deus” (37-38).Se não há ressurreição e Abraão não existisse mais, Deus não poderia ser chamado de Deus de Abraão. Se é Deus dos vivos, os vivos continuam na sua vida, mas de modo diferente.
O Céu é dos vivos
Com a certeza da ressurreição, podemos afrontar todas as dificuldades para não sermos mortos vivos, como o rei malvado. Lembramos aqui a martírio dos 7 irmãos e sua mãe. Não aparece o nome deles. Estão no 2 livro dos Macabeus. Antíoco IV quer que deixem a lei e os costumes do povo. Eles se recusam e preferem morrer e viver para Deus do que, viver e perder a “Vida”. A mãe educa os filhos para Deus e quer fortalecê-los na resistência pela fé. A fé, em nossa vida atual, seguindo o caminho de Jesus, fortalece a vida espiritual. Esta nos dará a condição de viver já a vida futura, pela fé, e no futuro, a vida dos vivos em Deus. Paulo, aos tessalonicenses afirma que “Deus... proporcionou-nos uma consolação eterna e feliz esperança”, (2Ts 2,16). A cada dia somos transformados para estarmos sempre mais prontos para a Vida.
Sua presença me saciará
De que viveremos no Céu? O versículo do salmo 16 reza: “Ao despertar, me saciará vossa presença”. A vida futura se realiza em Deus. Ele é a Vida. Nele viveremos, nós e não outro, como afirma Jó em 19,27. É necessário nos desprendermos das idéias de uma vida futura a moldes da vida atual. Ela é o ponto de partida. Paulo explica: “Porque quem semeia na sua carne, da carne colherá a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gl 6,8). As sementes da fé, plantadas em nós no batismo e sustentadas pelas boas obras e pela Eucaristia, crescem e dão frutos para a Vida.
Leituras: 2 Macabeus 7,1-2.9-14;Salmo 16;
2 Tessalonicenses 2,16-3,5; Lucas 20,27-38.
1. Os saduceus, um grupo poderoso e que não acreditavam na vida futura nem em anjos colocam uma questão complicada a Jesus para apertá-lo. O que interessava era a vida futura. Um homem se casara e morrera sem deixar filho. Os irmãos que deveriam dar-lhe descendência, morrem um após outro e a mulher também. De quem será esposa no Céu? Jesus mostra que a vida futura existe, pois Deus é o Deus de Abraão que vive em Deus. Seremos como anjos, dirigidos por nosso ser espiritual, não pela carne. Não há como se pensar no modo como vai ser. É vida de ressuscitados. Deus é Deus dos vivos.
2. Com a certeza da ressurreição podemos afrontar todas as dificuldades para não sermos mortos vivos. No martírio dos 7 irmãos, a mãe os fortalece na fé, pois os educara para Deus. A cada dia somos transformados para estarmos sempre mais prontos para a Vida.
3. De que viveremos no Céu? A vida futura se realiza em Deus. Nele viveremos, nós, e não outro, afirma Jó. É necessário não pensar a vida futura a moldes da vida atual. Ela é o ponto de partida. É preciso semear no Espírito. As sementes da fé, plantadas no Batismo e sustentadas pelas boas obras e Eucaristia, crescem e dão frutos para a Vida.
Fim de linha?
Os saduceus, que não acreditavam na ressurreição após a morte, apresentam um caso absurdo a Jesus. Queriam mostrar o absurdo da ressurreição. A lei mandava que, se um marido morresse e deixasse a mulher sem filhos, o irmão dele deveria casar-se com ela para perpetuar o nome do irmão. Assim ela se casou com um senhor, este morreu e assim seus outros 6 irmãos. Era azarada a dona. E no fim morre ela. Quem vai ser o marido dela no céu? Confusão armada!
Jesus responde que no Céu o sistema é outro. Vai haver uma transfiguração e uma divinização. A vida continua, mas é transfigurada na união com a divindade. Não precisa casamento, porque estaremos todos unidos, seremos um só em Deus. Jesus explica que serão como anjos, filhos de Deus, filhos da ressurreição. Deus é Deus dos vivos. A vida continua, mas vai além.
Homilia do 32º Domingo Comum
EM NOVEMBRO DE 2007
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