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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) REDENTORISTA CONSAGRADO SACERDOTE NA PAZ DO SENHOR |
Lendo as narrativas da ressurreição de Jesus, notamos que a comunidade sentia Sua ausência. Nós o percebemos pela frase dos discípulos que iam para Emaús no domingo da Ressurreição: “Fica conosco Senhor, pois é tarde e o dia já declina”! (Lc 24,29). Lucas, com seu evangelho, apresenta os diversos momentos em o temos presente. O evangelho fundamenta bem a espiritualidade que nasce da Eucaristia com esse texto de Lucas. Vejamos: “Dois discípulos iam para um povoado chamado Emaús - Iam juntos: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Não são dois caminhantes mas, dois discípulos. Estar juntos é o primeiro elemento da Eucaristia. Somos uma assembleia. A Eucaristia é também um encontro de pessoas reunidas em nome de Jesus. Celebramos uma presença e não uma lembrança. O que faziam os dois discípulos? Falavam dos últimos acontecimentos. Jesus está presente na leitura dos sinais dos tempos. A Eucaristia é o momento de ler os sinais dos tempos à luz da Palavra e da fraternidade. Hoje, para que as missas possam lançar luzes sobre os os acontecimentos, devem levar em conta o mundo que está a sua volta. Por isso não dão. Jesus explica para eles as Escrituras. Ele continua presente também na Palavra, “pois é Cristo que fala quando se leem as Escrituras”. A missa é sempre o lugar privilegiado para ouvir a Palavra de Deus e tomá-la como luz para a vida. Ele continua presente no partir do pão. Chegados à casa, convidaram-no para ficar e comer com eles. Quando partiu o pão, seus olhos se abriram. Em nossas Eucaristias partimos o pão. Não podemos permanecer de olhos fechados e não enxergar Jesus ao partir o pão eucarístico. Quando dizemos O Senhor esteja convosco, atestamos: Ele está no meio de nós. A espiritualidade da Eucaristia leva-nos a perceber as muitas presenças de Jesus em nosso meio. Os discípulos disseram: “Não estava ardendo nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho”? Nosso coração arde por Ele, mesmo quando não o percebemos.
Celebrar com coerência
A grande força da espiritualidade Eucarística é a coerência na celebração. Jesus está presente de diversos modos. À medida que me disponho a acolher Sua presença e modelar minha vida a partir desse encontro, passo a ser como Ele é. É a transformação realizada pela comunhão. Os dinamismos da Eucaristia tornam-se os dinamismos de minha vida. A Eucaristia não é só para ser assistida, participada e interiorizada espiritualmente. Ela é o motor – dinamismo que impulsiona a vida, também em seus elementos mais materiais. O que ela é, estará presente em minha vida. Deste modo os dinamismos presente nela, estarão presentes em nós também. Celebrar com coerência é viver a fé, celebrar com fé e levar o que foi celebrado à vida..
Anunciar o Ressuscitado.
Os discípulos de Emaús, voltaram à noite para Jerusalém, à luz da bela lua de Páscoa, para anunciar que o tinham reconhecido no partir do pão. A eucaristia conduz necessariamente ao anúncio. Quem não anuncia não celebrou bem. O anúncio será de acordo com a graça dada a cada um. Aí também Ele estará presente. Vamos ser questionados sobre nossa missão de anunciar que Ele está vivo e que nós temos um compromisso com Ele. “Ele mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (At. 10,42). Anunciar é proclamar uma presença que salva.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2006
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