domingo, 22 de maio de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Festa de São Pedro e São Paulo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA CONSAGRADO
SACERDOTE NA PAZDO SENHOR
Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo!
 
Celebramos a festa de São Pedro e S. Paulo. O texto do evangelho de Mateus 16,13-19 tem um significado muito forte na festa de hoje. Ele está no centro físico do evangelho, unindo a primeira à segunda fase da vida do Senhor e de seu ministério. Seguem depois o anúncio da Paixão e os encaminhamentos finais. Jesus encontra-se como que solitário, fora do território de Israel, na Cesaréia de Filipe, somente com os discípulos. Ali havia um templo ao filho de deus. Ali, Pedro proclama Jesus Filho do Deus Vivo. Com a pergunta “e vós quem dizeis que eu sou?” Jesus está demonstrando a situação crítica de seu ministério. “Quem dizem os homens que eu sou?” Foi tempo perdido sua vida? Notemos que nessa fase difícil de sua vida Jesus apela para seus discípulos. Não se trata só de uma curiosidade, mas da necessidade de seus discípulos e de sua fé para continuar sua estrada, como o faz apresentando a Paixão e as condições do seguimento e a futura ressurreição, prefigurada na transfiguração. Quem Lhe dá a resposta é o Pai através de Pedro: “Tu és o Filho de Deus vivo!” É a revelação que Jesus faz de Seu Pai: “Foi o Pai que te revelou isso!” A resposta não provém do discípulo, mas do Pai que proclama Jesus ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo’. Pedro é bem-aventurado, pois foi o Pai quem lhe revelou essa verdade. 
A rocha da fé 
“Feliz és tu Simão!” Essa bem-aventurança que Jesus lhe dá vem do fato de sua resposta dócil. Seu nome Shim’on, significa “dócil à Palavra”. Sua docilidade o abre a uma revelação fundamental sobre Jesus: Ele é o Filho de Deus prometido. Sua fé dócil, torna-se fundamento. Por isso Jesus lhe muda o nome para Kêfâ – Pedra. Essa pedra firme da fé é o apoio sobre o qual o Senhor vai edificar Sua Igreja, dotando-a, apesar da pequenez do apóstolo, de todo poder e salvação: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus”. A partir da resposta do Pai, através de Pedro, Jesus está garantido. O discípulo foi assumido pelo Pai com a revelação da fé. Pedro é o primeiro a dar a resposta de fé. Sobre essa resposta, firmamos nossa resposta e assim se autentica a Igreja. Pedro não é só um fraco e afoito. Ele é o bem-aventurado que foi constituído instrumento do Deus que se revela e revela o Filho como o Messias. Sua presença na Igreja lhe dá a vitalidade contra todo o mal. Jesus afirma que “as portas do Inferno nunca poderão vencê-la”. É uma certeza bonita que pode nos animar diante de todos os males que a Igreja enfrenta através dos séculos. Nós continuamos proclamando Jesus Cristo, Filho de Deus Vivo e continuamos a revelação do Pai. É o que comenta Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7) 
Certeza da presença de Jesus 
Pedro e Paulo, em seu ministério, têm a certeza da presença de Cristo. Ao ser libertado da prisão, de modo tão miraculoso, Pedro afirma: “Agora sei que o Senhor me enviou Seu anjo para libertar-me do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (At 12,11). Como o Cristo, ele é perseguido. Esse Herodes queria acabar com os chefes do grupo dos fiéis. Mas o Senhor esteve sempre presente. Paulo, do mesmo modo, afirma: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças, Ele fez com que a mensagem fosse anunciada integralmente, e ouvida por todas as nações, e eu fui libertado da boca do leão” (2 Tm 4,17). Paulo dá o testemunho da fé que ele assumiu com força e segurança, pois sabia da presença do Senhor, a rocha firme. Nós assumimos a mesma fé. 
Leituras: Atos 12,1-11; Salmo 33; 2 
Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19. 
1. Esse texto evangélico proclamado na festa de S.Pedro e S. Paulo tem um significado muito forte. Jesus passa um momento difícil. Por isso pergunta: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. A resposta de Pedro vem confirmar a Jesus sua pessoa e missão, pois quem a revela é o Pai. Por outro lado Jesus revela o Pai: “Foi o Pai quem te revelou isso”. Pedro é bem-aventurado dentro do Reino, pois é um instrumento precioso para o Pai que revela o Filho. 
2. O nome Simão vem de “Sim’on” que quer dizer “dócil à Palavra”. Sua fé dócil torna-se fundamento. Por isso Jesus lhe dá o nome de Pedro – Kêfâ”. Apesar da pequenez do apóstolo, lhe é garantido todo o poder e salvação: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus”. Pedro é o primeiro a dar a resposta da fé. Nós continuamos a mesma resposta, como diz Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida e guardei a fé”. 
3. Pedro e Paulo tem a certeza da presença de Cristo. Pedro foi libertado da prisão e Paulo da boca do leão. Dá o testemunho da fé que assumiu com força e segurança. Essa é a nossa fé que da Igreja recebemos e sinceramente professamos. 
Ossos duros de roer. 
Jesus era curioso em suas escolhas. Sempre saia do lado errado (errado para nós). Ao escolher o chefe da Igreja, caprichou bem: afoito, medroso, até vacilante. Para ser chefe, precisa ter experiência da fraqueza. Depois se tornou um furor. Foi o primeiro a dizer: “Tu és o Filho de Deus”. E enfrentou os homens do poder com coragem e foi até preso. Jesus gostava dele. Devia se divertir com as patacoadas dele. Quando preso, Jesus o soltou de modo miraculoso. As correntes caíram e as portas se abriram. Pedro, sua fé é o sustento da nossa. Paulo! Outro do lado errado. Era perseguidor e se tornou a estrela da evangelização. O que esse homem aprontou, não está tudo escrito. Não deu moleza. Brigou até o fim por Jesus, até perder a cabeça (foi decapitado). Ele era apaixonado por Jesus. Sentia Jesus a seu lado. Combateu o bom combate. Guardou a fé.
 Homilia da festa de S. Pedro e S.Paulo 
EM(02.07.06)

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