Evangelho segundo São João 6,52-59.
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?».
E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1347-1380)
Terceira dominicana, doutora da Igreja,
co-padroeira da Europa
«Misericórdia pelo mundo»
Deus entrega-Se: loucura de amor
Trindade eterna, Trindade eterna! Ó fogo! Ó abismo de caridade! Louco pela tua criatura! Verdade eterna, fogo eterno! Ó eterna sabedoria! A sabedoria veio ao mundo sozinha? Não! Porque a sabedoria não foi separada do poder, nem este da clemência. Ó sabedoria, Tu não vieste, pois, isolada, mas escoltada por toda a Divindade. Trindade eterna! Louca de amor! Que proveito retiras Tu da nossa redenção? Nenhum, porque não tens necessidade de nós, Tu, que és o nosso Deus. O proveito recai unicamente no homem. Ó caridade sem preço!
Começaste por nos dar a tua divindade e toda a tua humanidade. Depois, legaste-Te inteiramente em alimento, e prevines as nossas falhas fortalecendo-nos no decurso da nossa peregrinação na Terra. Homem, que te legou, pois, o teu Deus? Legou-Se todo a Si mesmo: a sua divindade e a sua humanidade inteira, veladas sob as brancas aparências deste pão. Ó fogo de amor! Não Te bastava, depois de nos teres criado à tua imagem e semelhança, ter-nos refeito sobrenaturalmente no sangue de teu Filho? Tinhas ainda de nos dar a tua essência divina em alimento? Assim o quis a tua caridade, louco de amor que és! Não apenas deste o teu Verbo na redenção e na eucaristia, como, amando até à loucura a tua criatura, lhe deste toda a tua essência.
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