PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO REDENTORISTA VICE-POSTULADOR DA CAUSA VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER REDENTORISTA |
Os pais com dois filhos mais velhos, tinham ido à feira.
A luz da lamparina alumiava fracamente a escuridão do quarto, todo de madeira e coberto com palha.
Súbito o gato buliçoso esbarrou na lamparina.
Ela tombou em cima da cama de Rona e começou a queimar a roupa e o cabelo da menina.
Ela acordou e logo se deu conta da tragédia.
Não perdeu tempo.
Apagou, como podia, o fogo que lhe chamuscava o corpo.
Poderia pular para fora e pôr-se a salvo, pois sua cama ficava perto da porta.
Mas não!
Viu seus irmãozinhos que começaram a se mexer.
Pegou um por um e os levou para fora, carregando-os ou arrastando-os.
A mais velha, de nove anos, foi jogada pela janela, pois era muito pesada para Rona.
O fogo começou a se alastrar pela casa.
Completado o resgate dos irmãozinhos, Rona pensou em apagar o fogo.
Encheu várias vezes o balde num riacho próximo.
Por fim seu corpinho não resistiu mais, e ela tombou de bruços sobre os escombros carbonizados.
Quando a mãe chegou, quanta desolação!
Encontrou as crianças, mas faltava uma.
Onde estaria Rona?
Estava debaixo de um monte de escombros... inerte.
Pegou-a nos braços, dizendo:
“Meu Deus, entrego-te minha filha”.
O pai chegou bem mais tarde.
Profundamente chocado, achou que só havia uma solução:
Cavar uma sepultura para ela.
A mãe, porém, não perdeu a esperança.
Com muita dificuldade, levou-a para o médico.
No caminho, a menina acordou.
Respirava.
Graças ao bom Deus, nem tudo estava perdido.
A mãe apressou o passo.
Chegando à clínica, foi logo atendida.
“É inexplicável como ela aguentou tanto tempo”, disse a médica.
A menina estava toda desfigurada pelas queimaduras.
Graças à ajuda de muitos, ela se tratou e se recuperou.
Boa parte da cura se deve à sua coragem.
Quando interrogada como teve tanta força para fazer o que fez, respondeu com simplicidade:
- Eu agi dessa forma porque eles são meus irmãos. Eu os adoro.
(publicado na Revista Seleções, março de 1997)
Palavra de vida: Saudações a Prisca e a Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus; para me salvar a vida, arriscaram a sua...(Rm 16,3)
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