sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PEDRO DONDERS Sacerdote redentorista, Beato 1809-1887

Pedro Donders nasceu em 27 de outubro de 1809, no sul da Holanda . Seus pais, Arnoldo e Petronila, tiveram dois filhos que sobrevieram a mortalidade infantil da época. Pedro, era o mais velho e muito doente; Martino, era o caçula e deficiente. Pedro tinha seis anos de idade, quando sua mãe morreu e diante dessa circunstância precisou deixar os estudos para ajudar seu pai, já muito idoso, na renda familiar. Depois por causa de sua saúde frágil não foi aceito no serviço militar, mas sua vocação era o sacerdócio. Também devido a sua condição física, escassa capacidade intelectual e pobreza material, não permitiam que seguisse o seu chamado. Entretanto Pedro insistia com seu pároco que o ajudava , até que conseguiu que o recebessem no seminário, mais como empregado do que como noviço. Pedro se interessava pelas missões e depois de ser rejeitado pelos Jesuítas, Redentoristas e Franciscanos, acabou ingressando no Seminário diocesano. No ano de 1839 o Seminário foi visitado pelo Prefeito Apostólico do Suriname, Guiana Holandesa, buscando ajuda para seu território de missão que estava numa situação muito crítica. Dos seminaristas, apenas Pedro Donders se ofereceu. Em 5 de junho de 1841 foi ordenado sacerdote. Um ano mais tarde chegou em Paramaribo, uma região selvagem quatro vezes maior que a Holanda. Era seu campo de missão. Os primeiros catorze anos foram dedicados à formação dos catequistas, das crianças e às visitas pastorais entre os escravos das fazendas holandesas. Era enorme a distância religiosa e moral, tanto entre os brancos como entre os negros. A rotina de padre Pedro iniciava nas primeiras horas da madrugada quando rezava a Santa Missa e se entregava às orações, depois saia para visitar as famílias. Em 1856 recebeu o encargo da pastoral dos enfermos, dedicando-se especialmente aos leprosos de Batávia, local oficial para os leprosos, onde existiam mais de quatrocentos enfermos de ambos os sexos e com todos os tipos de lepra. Nesta tarefa, nenhum capelão resistia mais de um ano. Ele ficou quase trinta, sempre à inteira disposição dos miseráveis. Não se contentava somente com palavras piedosas. Fazia de tudo. Principalmente aos pacientes terminais. Suspendia os corpos para dar-lhes de beber e lavava com zelo aquilo que nenhum ser humano gostaria de ver: um corpo humano quase decomposto, mas, vivo! Em 1865 chegaram os Missionários Redentoristas no Suriname, com a missão de continuar os trabalhos de evangelização. Os quatro holandeses sacerdotes diocesanos poderiam optar em voltar para a Holanda. Dois sacerdotes regressaram. Padre Pedro decidiu ficar e pediu seu ingresso na Congregação do Santíssimo Redentor, professando os votos em 1867. No final do ano 1886, pela última vez, padre Pedro visitou todos os seus enfermos. Atendeu as confissões de todos e lhes deu a Santa Comunhão. Um ano depois no dia 14 de janeiro de 1887, morreu de uma grave enfermidade renal. Santamente terminou sua vida e apostolado de oração e trabalho contínuo e de muitos sofrimentos. O Papa João Paulo II proclamou Beato Pedro Donders em 1982, designando o dia de sua morte para as honras litúrgicas. 
Certa ocasião, um protestante, comerciante em Amsterdam, falando com um padre redentorista, dizia: “Vocês católicos, costumam colocar nas suas igrejas os homens que chamam de santos. Se há alguém que merece essa honra é, sem dúvida o Padre Pedro Donders, de cujas extraordinárias virtudes eu mesmo fui testemunha no Suriname”. Quem é este desconhecido que de repente aparece trazendo uma marca redentorista tão forte? Não deixou obras escritas, não apresentou seu nome nos jornais e não é conhecido. Viveu num país desconhecido. Nasceu na Holanda, 27 de outubro de 1809, em muita pobreza, filho de tecelões, profissão dos habitantes de Tilburg. Órfão de mãe aos seis anos, fraco e doente, estudou até os doze anos. Se não foi bem nos estudos, melhor ia nos conhecimentos de catequese. Foi catequista. Aos 22 anos quis entrar para o seminário. Era já velho para começar os estudos. Em todo o caso entrou como aluno-empregado. Depois ficou só com os estudos. Era o grandão no meio da molecada. Assim fez os seis anos requeridos para entrar para a filosofia. Nessa fase manifesta o desejo de ser missionário. Procura os jesuítas. Recusam-no por ser já meio velho. Procura os Redentoristas. Recusam-no por ser meio sem talentos e conhecimentos. Os franciscanos pedem que espere um ano. Não se abate. Começa então aos 30 anos o curso de filosofia em 1839. Um bispo do Suriname (antiga Guiana Holandesa) foi ao seminário onde Pedro vivia e falou da missão. Pedro se oferece e é aceito. Terminados os estudos, é ordenado sacerdote em 1842. Em maio de 1842 parte para a missão, não voltando mais para seu país. Suriname no tempo não passava de uma grande floresta amazônica equatorial, com índios, rios perigosos, chuvas, calor e mosquitos. E terra de aventureiros, emigrantes e escravos negros. Terra de contrastes e de imoralidade. Trabalha em Paramaribo, a capital, que não passava de uma cidadezinha. Pedro começa trabalhar no interior, pelas fazendas cheias de escravos. Ele dizia que, se no Suriname os escravos fossem tratados como os animais na Europa, a situação deles seria bem melhor. As fazendas dificultavam ou impediam a entrada do padre para que não visse os horrores. A região tinha uns 400 leprosos. E eram todos confinados em Batávia. Situação horrível. Donders se oferece para ir para lá. Diz que as casas, choupanas de coqueiro, de chão batido onde dormiam, pareciam chiqueiro. Para os mais necessitados o padre cortava lenha, levava água, fazia curativos (e não pegou a doença), varria as casotas, lavava as faixas... Pior era a situação moral. Em 1863 chegam os redentoristas ao Suriname. Donders pede para ser redentorista. Com 57 anos, 25 de padre, faz o noviciado. Ele já possuía o espírito da Congregação. Volta novamente aos seus leprosos. Em 1868 inicia o trabalho de evangelização dos índios com viagens extremamente perigosas pelos rios acima. Lutou 18 anos com este apostolado ingrato e duro. Se hoje são católicos, dependem de seu trabalho. Em 1869, com 60 anos, começou a catequizar os negros das matas. Eram negros fugidos das fazendas. E eram ferozes. Cruéis e vingativos. Adoravam árvores e cobras. Para atingir certos grupos eram necessários 14 dias de canoa. Pouco fruto colheu com eles. Quando fez 40 anos de missão em Suriname houve festa no leprosário. Estava presente o superior provincial dos redentoristas. Donders não pôde celebrar, teve de ficar tocando harmônio durante a missa. Pouco depois, uma comissão de leprosos pede seu afastamento, pois ele chamara a atenção de uns escandalosos. Ele mesmo teve de traduzir ao bispo o pedido dos homens. Com 74 anos é transferido para Paramaribo, onde volta a trabalhar como um moço, diz seu superior. Tempos esses em que, com seu chapéu de palha, na hora quente do dia, ele saia para visitar doentes. Depois de 2 anos ele é transferido de novo para o leprosário. Ainda visitou índios, negros e os seus queridos leprosos. Sentindo-se mal no Natal, celebrou solenemente, mas as dores aumentaram. Seu estado piora. Dia 14 de janeiro de 1887, às 15 horas, deixa definitivamente seus leprosos. É sepultado aos pés do cruzeiro onde tantas vezes rezara pela noite a dentro. Tinha então 78 anos e 9 meses. Contava 46 anos de padre e 20 de redentorista. O Papa João Paulo II beatificou-o no dia 23 de maio de 1982, dando-o aos redentoristas como um forte modelo de realizador do ideal de Santo Afonso de procurar os mais abandonados e as urgências pastorais mas difíceis.
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA EM 14 DE JANEIRO DE 2021 

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