PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Uma destas intuições foi dar ao rosário uma estrutura nova. Certamente não é algo de grande relevância, mas está ligado ao dia a dia de tantos cristãos. Ele mesmo diz no documento “Rosário da Virgem Maria”: “o rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações”. Quando se fala que o Papa modificou a estrutura do rosário depois de 800 anos, não se está querendo dizer que estragou algo antigo, pois o próprio rosário já modificara e melhorara um modo de rezar que havia antes. Agora o Papa dá um novo impulso ao rosário, aumentando-o de um “terço”. Assim ele completa o círculo da vida de Jesus, acrescentando os fatos da vida pública de Jesus. Por que não havia estes mistérios antes? Posso imaginar que, quando foi feita a reflexão sobre os mistérios de Jesus, a comunidade estava mais ligada aos fatos históricos de nascimento, morte e ressurreição.
A estrutura do rosário era assim: 150 Ave-Marias, divididas de dez em dez por um Pai-Nosso e um Glória ao Pai. Estas 150 Ave-Marias eram divididas em três grupos, por isso dizemos terço, com a meditação dos mistérios gozosos que falam da infância de Jesus; dos mistérios dolorosos que contemplam sua Paixão e Morte; dos mistérios gloriosos que rezam a ressurreição, ascensão e vinda do Espírito Santo, completados pelos mistérios da Assunção e Coroação de Maria. O Papa acrescenta os mistérios da luz, os luminosos, que nos trazem a contemplação dos fatos da vida pública de Jesus. Cristo é a Luz do Mundo (Jo 8,12). Jesus é Luz quando anuncia o evangelho do Reino. O Papa enumera então os cinco momentos significativos – mistérios luminosos – desta fase da vida de Jesus: 1º - Batismo de Jesus; 2º - Bodas de Cana; 3º - Anúncio do Reino de Deus; 4º - Transfiguração; 5º - Instituição da Eucaristia, expressão sacramental de seu mistério pascal. A partir daí, o Papa explica o sentido de cada acontecimento da vida de Jesus meditados no terço.
O que muda para nós? Para os práticos de rezar o terço, mudam-se os dias da recitação. Isso não é obrigatório, é sugestão da Igreja. O esquema sugerido agora é este: segunda-feira e sábado: mistérios gozosos. Terça e sexta: mistérios dolorosos; Quarta e domingo: mistérios gloriosos. Quinta-feira será o dia dos mistérios luminosos.
Seria muito interessante que o terço fosse bem contemplado e enriquecido. Mas, nossa realidade leva a ser um pouco mais simples. Contudo, não podemos perder de vista seu caráter de intercessão pelos necessitados. Rezar pelos outros é o que vai tornar o seu terço realmente forte e consolador. Sem isso pode ser tornar um exercício espiritual vazio.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM OUTUBRO DE 2002
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