quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Ascensão do Senhor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
No esplendor da Glória 
A Ascensão de Jesus é um mistério Divino bastante desconhecido no conjunto de nossa fé. Nem por isso não é importante. Dizemos na profissão de fé (Creio): “Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso”. É um momento de nossa salvação que une a Ressurreição e a Glorificação de Cristo. Se não tivesse subido ao Pai, como ficaria a necessária Glorificação para resplandecer em sua humanidade ressuscitada, a Divindade? Não teria aberto o Paraíso para levar consigo a Humanidade que conquistara com sua Encarnação. Jesus “subiu aos Céus, não para se afastar de nossa humanidade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade” (Prefácio). Nós fomos levados com Ele, pois levou consigo toda a Humanidade. Rezamos: “Membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar do esplendor de sua glória. Não só cremos que Jesus está no Céu, mas cremos que estamos garantidos com Ele. Os Anjos que apareceram depois que Jesus sumiu nas nuvens disseram: “Esse Jesus que vos foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o Céu” (At 1,11). Não podemos ver somente a vinda no fim dos tempos, mas a vinda permanente mostrando que Ele está conosco. Cristo, Filho de Deus, junto do Pai está a interceder por nós. Por isso nossa oração tem conteúdo, pois está unida à oração de Jesus junto do Pai. Rezamos: “Fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de Vós a nossa humanidade” (Pós-Comunhão). Convivemos com as realidades do Céu. 
Uma presença que dura 
A vida cristã está sempre recebendo a presença de Cristo. Dissera: “Eu estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Essa promessa é fruto de seu permanente retorno ao nosso meio. Há muitos modos de estar presente: no amor, na Palavra, na Eucaristia e no anúncio do Evangelho. Sua presença revela o que somos, como nos revela a carta de Paulo aos Efésios (1,17-32): A esperança a que somos chamados, a riqueza da glória que é nossa herança e o imenso poder que exerce em nosso favor. Tudo está sob seu poder. Sua presença está toda a nosso favor. Por isso nos deixou os sacramentos, de modo particular a Eucaristia, onde O encontramos sempre. A Ascensão é um mistério que está sempre presente porque a celebração torna permanente a união com a liturgia do Céu e a liturgia da terra que são uma só. Assim se torna muito rico para nós, ter a consciência dessa presença de Cristo atuante e glorioso no seu mistério eucarístico. 
Missão que continua 
Quando Jesus se despede dos discípulos diz: “Ide por tudo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura... o Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,15.20). O fato de enviar os discípulos não está criando uma atividade para eles, mas dando a autoridade de continuarem sua missão, como lemos em Mateus: “Toda autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue” (Mt 28,18). Dar autoridade significa que os discípulos evangelizam continuando a missão de Jesus. Passa aos discípulos o que o Pai Lhe deu: “‘Como o Pai me enviou, Eu vos envio”. Soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo’”(Jo 20,21). Dá-lhe o mesmo Espírito que o Pai Lhe deu ao início de sua missão (Jo 3,21-22). Temos a mesma missão que o Pai lhe confiou e a realizamos no mesmo Espírito. Cada Eucaristia nos torna presente a Ascensão de Jesus e realiza também nossa glorificação junto do Pai, em Jesus.

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